Mônica Martelli abre apartamento repleto de cor e artesanato; assista ao tour

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Tudo isso aconteceu em fevereiro do ano passado, enquanto Mônica estava instalada no imóvel da porta ao lado, alugado por temporada. Parece a descrição de uma compra por impulso, mas ela já andava de olho nos anúncios da vizinhança, estimulada pelo desejo de voltar a ter um endereço fixo no Rio de Janeiro. “Há cinco anos, me mudei com a Julia, minha filha, para São Paulo. Fomos com espírito de aventura para desbravar a metrópole. Ela se adaptou superbem, o trabalho me acolheu e acabamos ficando”, explica. Oito meses após a troca de cidade, a atriz começou a namorar o empresário Fernando Alterio, outro motivo para permanecer na capital paulista. “Minha ligação com o Rio é muito forte. Foi onde construí minha carreira, recebi reconhecimento profissional, a Julia nasceu, vivi alegrias e lutos. Encontrar esta casa resgatou uma sensação de pertencimento.”

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Fechado havia tempos, o apartamento precisava de uma bela intervenção. Dois de seus maiores charmes estavam escondidos – um rebaixo de gesso ocultava os adornos nas sancas do teto, e um piso vinílico mascarava o parquê original. A história de como o imóvel se transformou num refúgio cheio de cor, leveza e brasilidade envolve um acordo de colaboração e respeito entre duas mulheres. Mônica chamou para comandar a reforma a cenógrafa Gigi Barreto, casada com seu ex-marido, o produtor musical Jerry Marques, e, portanto, madrasta de Julia. “Desde que nos conhecemos, Mônica e eu decidimos que iríamos construir uma relação saudável, longe dos estereótipos de rivalidade feminina. Achamos importante dar esse exemplo para nossas filhas”, conta Gigi, mãe de duas adolescentes, Lis e Clara.

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Dona do escritório Casa Vida Cenário, Gigi faz a direção criativa de projetos de interiores, num trabalho que mergulha na memória afetiva dos moradores e se baseia na economia circular, pois prioriza o garimpo de móveis e objetos usados em vez da compra de novos. “Gigi é uma artista com profundo conhecimento do Brasil e um talento único para juntar tons, texturas e materiais. Confiei no olhar dela e me joguei”, recorda a moradora.

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Logo nas conversas iniciais sobre o décor, surgiu a ideia de reproduzir a atmosfera de uma casa de praia. Portas e janelas foram pintadas de azul e uma trama de folhas de dendê cobriu trechos do forro e das paredes. Na cozinha integrada à sala, a figura de Iemanjá reina absoluta no painel de azulejos, desenvolvido especialmente pela designer Flavia Del Pra. Os poucos armários novos ganharam estrutura de alvenaria, solução que, além do baixo custo, trouxe o despojamento desejado pela atriz. “Gosto de usar os espaços sem preocupação. Se alguma coisa cai no chão, falo que ninguém precisa ter pressa de limpar. Deixa aparecer a mancha, a trinca. Prefiro casa com cara de vivida.”

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No início deste ano, Mônica passou dois meses curtindo o apartamento recém-finalizado enquanto sua peça Minha Vida em Marte esteve em cartaz no Rio. O espetáculo deve agora viajar pelo Brasil e, em 2025, chegar a Portugal. Mesmo com o pé na estrada, a ideia é fazer paradas regulares no Leblon. Segundo Gigi, toda vez que desembarca na cidade, a atriz recupera o “encantamento de turista”. “Ela fica feliz de ver o Pão de Açúcar. Queríamos que essa alegria estivesse refletida no lar e conseguimos”, diz a cenógrafa.

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Nos planos da artista, São Paulo continua sendo o lugar escolhido para morar, inclusive porque sua irmã, a cineasta Susana Garcia, parceira em diversos projetos profissionais, recentemente também se instalou na capital paulista. Os intervalos de carioquice, entretanto, estão garantidos. “O segredo é saber aproveitar o melhor de cada local. Quando estou no Rio, fico o dia inteiro de chinelo. Coloco biquíni e canga, vou até a praia dar um mergulho, tomo água de coco e volto. É outro ritmo.”

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*Matéria originalmente publicada na edição de maio de 2024 da Casa Vogue (CV461), disponível em versão impressa, na nossa loja virtual, e para assinantes no app Globo Mais.