Apartamentos

Por Nicoly Bernardes


“A escolha de diferentes tons na parede e na serralheria, como o azul ao fundo e o verde na estrutura, foi pensada para criar um efeito de sobreposição de cores por meio do brise”, contam as arquitetas — Foto: Carolina Lacaz
“A escolha de diferentes tons na parede e na serralheria, como o azul ao fundo e o verde na estrutura, foi pensada para criar um efeito de sobreposição de cores por meio do brise”, contam as arquitetas — Foto: Carolina Lacaz

A monotonia passa longe deste apartamento protagonizado por cores. Os tons vibrantes, principalmente de azul e verde, carregam de energia a atmosfera do imóvel de 178 m², localizado no edifício Lausanne, construção projetada em 1958 pelo arquiteto Franz Heep, em Higienópolis, São Paulo. A reforma foi assinada pelas arquitetas Ana Carolina de Siqueira, do Mana Arquitetura, e Carla de Souza Campos, do Cru Estúdio de Criação, com paisagismo por Bruno Moreno Studio.

A sala de estar tem sofá assinado pelo Estúdio Bro, almofadas da Branco Casa, mesa de centro garimpada, esculturas da Dpot e tapete da By Kamy — Foto: Carolina Lacaz
A sala de estar tem sofá assinado pelo Estúdio Bro, almofadas da Branco Casa, mesa de centro garimpada, esculturas da Dpot e tapete da By Kamy — Foto: Carolina Lacaz
Na varanda, a escrivaninha, um herança de família, se transformou em um bar que une garrafas e plantas, em frente ao ladrilho hidráulico verde e branco — Foto: Carolina Lacaz
Na varanda, a escrivaninha, um herança de família, se transformou em um bar que une garrafas e plantas, em frente ao ladrilho hidráulico verde e branco — Foto: Carolina Lacaz
A mesa de jantar arrematada em leilão tem autoria de Giuseppe Scapinelli e recebe o mix de cadeiras, que inclui o modelo Atibaia, do Estúdio Paulo Alves – o vaso é da Dpot; o pendente, da Quarto Crescente — Foto: Carolina Lacaz
A mesa de jantar arrematada em leilão tem autoria de Giuseppe Scapinelli e recebe o mix de cadeiras, que inclui o modelo Atibaia, do Estúdio Paulo Alves – o vaso é da Dpot; o pendente, da Quarto Crescente — Foto: Carolina Lacaz

Por se tratar de um prédio que faz parte da história do modernismo brasileiro, os elementos arquitetônicos originais foram preservados, mesmo com intervenções importantes. O ponto de partida para a reorganização espacial foi a integração da cozinha à sala de jantar e o retorno da varanda, que havia sido incorporada ao ambiente de estar pelo antigo morador, para a sua posição inicial.

A ilha em formato curvo e de pedra natural é emoldurada pela serralheria, junto às banquetas de madeira assinadas pelo Estúdio Paulo Alves — Foto: Carolina Lacaz
A ilha em formato curvo e de pedra natural é emoldurada pela serralheria, junto às banquetas de madeira assinadas pelo Estúdio Paulo Alves — Foto: Carolina Lacaz
A cozinha equilibra a paleta com tons de madeira e branco — Foto: Carolina Lacaz
A cozinha equilibra a paleta com tons de madeira e branco — Foto: Carolina Lacaz
A estante da cozinha, de madeira, recebe adornos e livros de receita — Foto: Carolina Lacaz
A estante da cozinha, de madeira, recebe adornos e livros de receita — Foto: Carolina Lacaz
O piso da cozinha, com grafismos em azul, compartilha a padronagem com o revestimento da varanda — Foto: Carolina Lacaz
O piso da cozinha, com grafismos em azul, compartilha a padronagem com o revestimento da varanda — Foto: Carolina Lacaz
A lavanderia figura discreta por trás da serralheria com vidro canelado — Foto: Carolina Lacaz
A lavanderia figura discreta por trás da serralheria com vidro canelado — Foto: Carolina Lacaz

“A serralheria multifuncional é o alicerce central responsável pela unidade visual”, explica Ana Carolina. A estrutura atua como divisória entre a cozinha, a sala de jantar e a área de circulação, assim como suporta cristaleira e bufê. “Na sala de estar, foi desenhada para utilização como apoio da TV e, no escritório, como biblioteca.”

O escritório tem escrivaninha da Verniz e poltrona garimpada no Coletivo AU — Foto: Carolina Lacaz
O escritório tem escrivaninha da Verniz e poltrona garimpada no Coletivo AU — Foto: Carolina Lacaz
O sofá é herança de família e a escultura de macaco, ao fundo, tem autoria do artista Yutá Mehinako, da tribo Mehinako, do Xingú — Foto: Carolina Lacaz
O sofá é herança de família e a escultura de macaco, ao fundo, tem autoria do artista Yutá Mehinako, da tribo Mehinako, do Xingú — Foto: Carolina Lacaz
A estética industrial se mescla ao modernismo em diferentes ângulos, como no escritório — Foto: Carolina Lacaz
A estética industrial se mescla ao modernismo em diferentes ângulos, como no escritório — Foto: Carolina Lacaz

Revestimentos cimentícios, a exemplo do ladrilho hidráulico presente na varanda, na cozinha, na lavanderia e nos banheiros, criam uma base neutra para destacar a projeção de cores desejada pelos moradores.

No quarto, as cores saturadas saem de cena para abrir espaço para tons suaves, como rosa e off-white — Foto: Carolina Lacaz
No quarto, as cores saturadas saem de cena para abrir espaço para tons suaves, como rosa e off-white — Foto: Carolina Lacaz
No banheiro, o revestimento é materializado em um tom de verde com acabamento fosco, em diálogo com as tonalidades dos ambientes sociais — Foto: Carolina Lacaz
No banheiro, o revestimento é materializado em um tom de verde com acabamento fosco, em diálogo com as tonalidades dos ambientes sociais — Foto: Carolina Lacaz

Em um cenário que honra passado e presente, longe de modismos e ao encontro da personalidade de cada habitante, sobram exemplos de como combinar elementos arquitetônicos de diferentes períodos – e o charme que essa soma carrega.

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