Apartamentos

Por Carol Scolforo | Produção Manu Figueiredo | Fotos Gui Gomes


Na sala de estar, Paloma posa sobre o sofá revestido com tecido estampado da Espaço Multi e, na parede pintada com tinta Rosa Queimado, da Suvinil, série de pôsteres dos anos 1950, trazidos da França, parte de sua coleção – em primeiro plano, maletas antigas fazem as vezes de revisteiros, assim como a cadeira infantil, que foi da antiquarista e de sua filha, antes de integrar o conjunto de mesas de centro, tudo no AD.Studio por Paloma Danemberg — Foto: Gui Gomes
Na sala de estar, Paloma posa sobre o sofá revestido com tecido estampado da Espaço Multi e, na parede pintada com tinta Rosa Queimado, da Suvinil, série de pôsteres dos anos 1950, trazidos da França, parte de sua coleção – em primeiro plano, maletas antigas fazem as vezes de revisteiros, assim como a cadeira infantil, que foi da antiquarista e de sua filha, antes de integrar o conjunto de mesas de centro, tudo no AD.Studio por Paloma Danemberg — Foto: Gui Gomes

Há muitas histórias no apartamento de Paloma Danemberg, mas uma delas pede para ser contada já na sala: a cadeirinha que pertenceu a Paloma na infância e depois a sua filha, Rafaela, hoje serve como uma simpática mesa de centro. Quando há um jantar, lá está ela de novo, espevitada, funcionando como suporte para flores – um perfeito exemplo de como a criativa moradora lida com o reúso de objetos e encontra na memória um fermento para suas experimentações.

Da terceira geração de antiquaristas na família, Paloma, que arrematou uma peça pela primeira vez em um leilão aos 12 anos, se esquivou, inicialmente, do destino familiar. Cursou jornalismo, trabalhou na TV durante anos, viajou... Mas não escapou. De volta ao Brasil, passou, aos poucos, a se envolver nos negócios dos Danemberg.

No living, em primeiro plano, a mesa Saarinen serve de apoio para uma bandeja com vidros antigos, e, ao fundo (à esq.), o sofá Cozy, de Baba Vacaro, na Dpot, ganhou a companhia de um banco de piquenique usado como mesa de centro, da poltrona (à dir.) de pinho do início do séc. 20, ao lado de uma cadeira infantil da década de 1960, e do pendente Pen, de Jader Almeida, no Arquivo Contemporâneo – na parede, com o tom Rosa Queimado, da Suvinil, fotografias de Mariana Falcão formam uma composição com um prato da Fornasetti — Foto: Gui Gomes
No living, em primeiro plano, a mesa Saarinen serve de apoio para uma bandeja com vidros antigos, e, ao fundo (à esq.), o sofá Cozy, de Baba Vacaro, na Dpot, ganhou a companhia de um banco de piquenique usado como mesa de centro, da poltrona (à dir.) de pinho do início do séc. 20, ao lado de uma cadeira infantil da década de 1960, e do pendente Pen, de Jader Almeida, no Arquivo Contemporâneo – na parede, com o tom Rosa Queimado, da Suvinil, fotografias de Mariana Falcão formam uma composição com um prato da Fornasetti — Foto: Gui Gomes
A sala de estar evoca a estética do cinema: sobre o móvel do séc. 19, usado originalmente para secar louça, um projetor antigo Pathé-Baby e um abajur, com base de molde de maquinário e cúpula do AD.Studio em colaboração com Isabela Capeto – na parede, bandeira do Brasil, de Raul Mourão, e, à frente do móvel, cadeira diretor francesa, do séc. 20 — Foto: Gui Gomes
A sala de estar evoca a estética do cinema: sobre o móvel do séc. 19, usado originalmente para secar louça, um projetor antigo Pathé-Baby e um abajur, com base de molde de maquinário e cúpula do AD.Studio em colaboração com Isabela Capeto – na parede, bandeira do Brasil, de Raul Mourão, e, à frente do móvel, cadeira diretor francesa, do séc. 20 — Foto: Gui Gomes
Detalhe do cantinho do sofá no quarto de hóspedes, com quadro Bassin de Vichy dos anos 1950, ao lado da escada de madeira de 1900, que ampara mantas da Linho 1, e do banquinho de arruar, no AD.Studio, todos emoldurados na parede pintada de branco e Rosa Queimado, da Suvinil — Foto: Gui Gomes
Detalhe do cantinho do sofá no quarto de hóspedes, com quadro Bassin de Vichy dos anos 1950, ao lado da escada de madeira de 1900, que ampara mantas da Linho 1, e do banquinho de arruar, no AD.Studio, todos emoldurados na parede pintada de branco e Rosa Queimado, da Suvinil — Foto: Gui Gomes
Ainda no living, o banco escolar de madeira e ferro cobre o engradado da Leroux Chicorée, marca de bebida instantânea do início do séc. 20 — Foto: Gui Gomes
Ainda no living, o banco escolar de madeira e ferro cobre o engradado da Leroux Chicorée, marca de bebida instantânea do início do séc. 20 — Foto: Gui Gomes

“Fui para o antiquário do meu pai ser executiva, com MBA e tudo. Tirei o piercing, coloquei saia-lápis, escarpim e fui.” O gosto pelo processo surgiu da rotina, ao conviver e acompanhar o trabalho de Arnaldo, antiquarista dos mais famosos do país.

No quarto principal, pintado de Cinza Concreto fosco, da Suvinil, folhas de livros antigos compõem a cabeceira da cama, com cobre-leito e almofadas da Linho 1, e, na lateral, a cadeira infantil dos anos 1960, de madeira e ferro, trazida da França, faz as vezes de mesa de cabeceira — Foto:  Gui Gomes
No quarto principal, pintado de Cinza Concreto fosco, da Suvinil, folhas de livros antigos compõem a cabeceira da cama, com cobre-leito e almofadas da Linho 1, e, na lateral, a cadeira infantil dos anos 1960, de madeira e ferro, trazida da França, faz as vezes de mesa de cabeceira — Foto: Gui Gomes

“Eu via o olho dele brilhar, mas precisava abrir um espaço diferente na empresa para mim. Comecei a me questionar como poderia perpetuar essa história da minha maneira. Temos um galpão de mil m² no Rio de Janeiro. Foi lá que comecei a ressignificar objetos. Esses experimentos me levavam a algo muito forte”, diz ela. Esse “algo” seria apenas um segmento da marca familiar, mas extrapolou os limites e tornou-se uma assinatura própria, o AD.Studio por Paloma Danemberg.

A cozinha exibe mais achados do AD.Studio, incluindo uma mesa de madeira e o banquinho de pescador utilizado como suporte para pratos – as cadeiras da Bamboo Style arrematam o canto — Foto: Gui Gomes
A cozinha exibe mais achados do AD.Studio, incluindo uma mesa de madeira e o banquinho de pescador utilizado como suporte para pratos – as cadeiras da Bamboo Style arrematam o canto — Foto: Gui Gomes
Na cozinha, o jogo de panelas da Le Creuset preenche a estante ao lado do quadro Lisette, de 1930, e da licoreira Pernod 45 — Foto: Gui Gomes
Na cozinha, o jogo de panelas da Le Creuset preenche a estante ao lado do quadro Lisette, de 1930, e da licoreira Pernod 45 — Foto: Gui Gomes
O papel de parede da Branco marca a divisão entre a sala de jantar e a cozinha e, sobre a mesa, pratos da Le Creuset — Foto:  Gui Gomes
O papel de parede da Branco marca a divisão entre a sala de jantar e a cozinha e, sobre a mesa, pratos da Le Creuset — Foto: Gui Gomes

“É uma proposta de democratização do antiquariato. Trago uma estética pop do final do século 19 e início do 20, com o mobiliário campesino, pesquisas em histórias em quadrinhos… Meu garimpo vem da presença do metal com madeira. Faço uma leitura contemporânea do passado”, detalha. Na busca por peças originais, se há dúvida da autenticidade, ela vira as costas sem apego.

Dado o contexto, o apartamento de 260 m² em São Paulo, onde mora desde o início de 2022, contou com projeto da designer de interiores Lulu Moura, mas, principalmente, com a sua curadoria. Por ali, cartelas de bingo revestem o hall de entrada, enciclopédias antigas, já desfolhadas, compõem a cabeceira da cama e um tabuleiro de forneria serve como suporte para luminárias e plantas. “O termo upcycling está relacionado a elevar um item ao infinito. Gosto de brincar com essas possibilidades múltiplas”, pontua. Adaptação e um toque de ousadia foram essenciais para que o lar atendesse com conforto os outros moradores: a filha, Rafaela, de 7 anos, o marido, o osteopata Tiago Alves, e a gatinha Pipoca, adotada em uma feira.

Paloma Danemberg posa sobre a mesa de jantar portuguesa Devesas, com cadeiras austríacas dos anos 1950 – acima dela, o tabuleiro de forneria se transformou em suporte para as luminárias e plantas — Foto: Gui Gomes
Paloma Danemberg posa sobre a mesa de jantar portuguesa Devesas, com cadeiras austríacas dos anos 1950 – acima dela, o tabuleiro de forneria se transformou em suporte para as luminárias e plantas — Foto: Gui Gomes
No detalhe, a obra Contém Alma de Artista é peça única da collab entre AD.Studio e Antonio Bokel e relembra as antigas caixas-maleta portuguesas — Foto: Gui Gomes
No detalhe, a obra Contém Alma de Artista é peça única da collab entre AD.Studio e Antonio Bokel e relembra as antigas caixas-maleta portuguesas — Foto: Gui Gomes

Para Paloma, a sorte dos bons achados vem de assimilar e levar a sério o filtro interno, como ela aprendeu com o pai. “Uma vez fomos juntos a um lugar que não tinha nada a ver com a gente. Ele pegou uma xícara e disse: ‘Quero’. Aquele momento abriu os meus olhos. Sem a chancela dele, o item não tinha chamado a minha atenção. Portanto, quando você entende e confia no trabalho de um curador, vai sempre ser surpreendido e se encantar com aquilo que ele seleciona”, finaliza.

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