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Por Redação


O arquiteto, designer e educador Andrea Branzi, morreu aos 84 anos — Foto: Divulgação
O arquiteto, designer e educador Andrea Branzi, morreu aos 84 anos — Foto: Divulgação

Referência no design, na arquitetura e na educação, Andrea Branzi morreu aos 84 anos. A notícia foi compartilhada na manhã desta segunda-feira (9). Em publicação feita por Stefano Boeri, o arquiteto se despediu do colega italiano: “Andrea Branzi nos deixou. Foi um gigante do pensamento radical sobre os espaços humanos, um historiador sofisticado do design italiano, um artista visionário capaz de habitar outros universos e mundos paralelos com ironia”.

Na homenagem publicada, Boeri ressalta ainda o legado deixado por Branzi em suas obras e textos, além de destacar o filme produzido há um ano pela Triennale “que é o seu testamento intelectual”, escreveu. “Ele nos deixou pensando e sonhando. Há poucas horas falamos com ele, Nicoletta e Emanuele Coccia para retomar o projeto de uma 'Grande Paris' atravessada por 50 mil grandes vacas sagradas – para que pudessem 'reduzir o estresse metropolitano'. Ciao Andrea, continue sonhando conosco”, concluiu.

O designer e arquiteto Andrea Branzi — Foto: Francesco Brigida
O designer e arquiteto Andrea Branzi — Foto: Francesco Brigida

Andrea Branzi nasceu em 1938, em Florença, na Itália. O artista se formou, em 1966, na Escola de Arquitetura de Florença. Nos anos seguintes, fundou, junto a Gilberto Corretti, Paolo Deganello e Massimo Morozzi, o estúdio de design experimental Archizoom Associati. Com eles, desenvolveu a No-Stop-City, em que aplicou seus conhecimentos a respeito do planejamento urbano para um projeto acerca da utopia urbana.

No-Stop City, 1970 — Foto: Museum of Modern Art/Divulgação
No-Stop City, 1970 — Foto: Museum of Modern Art/Divulgação
O sofá Superonda, apresentado pela primeira vez na 7ª edição do Salone del Mobile, em Milão — Foto: Divulgação
O sofá Superonda, apresentado pela primeira vez na 7ª edição do Salone del Mobile, em Milão — Foto: Divulgação

Entre as criações mais conhecidas de Branzi está o sofá Superonda, desenhado em 1967, para a Poltronova. A peça foi criada como uma forma de "provocar a forma como usamos os móveis". Além desse, outros designs também têm destaque em sua carreira, como a cadeira Mies e o sofá modular Safari, ambos de 1968. Mais recentemente, em 2022, criou a luminária Maple Leaves.

Poltrona Mies, de Archizoom Associati, escritório fundado por Branzi — Foto: Divulgação/MOMA
Poltrona Mies, de Archizoom Associati, escritório fundado por Branzi — Foto: Divulgação/MOMA
 Luminária Maple Leaves, de Andrea Branzi — Foto: Divulgação/Friedman Benda
Luminária Maple Leaves, de Andrea Branzi — Foto: Divulgação/Friedman Benda
Estante Buildings 1, de Andrea Branzi — Foto: Divulgação/Friedman Benda
Estante Buildings 1, de Andrea Branzi — Foto: Divulgação/Friedman Benda

Em 1973, o arquiteto e designer mudou-se para Milão, onde integrou a CDM (Consulenti Design Milano) ao lado de nomes como Clino Trini Castelli, Massimo Morozzi, Ettore Sottsass, Alessandro Mendini e Gianni Cutolo.

Entre os prêmios e homenagens conquistados pelo italiano, estão três Compasso d'Oro – prestigiado prêmio italiano de design industrial –, em 1979, 1987 e 1995, respectivamente. Em 2008, foi nomeado Designer Real Honorário para a Indústria pela Royal Society para o Incentivo às Artes, Manufaturas e Comércio (RSA) no Reino Unido.

Cadeira Cucus, da coleção Domestic Animals — Foto: Divulgação
Cadeira Cucus, da coleção Domestic Animals — Foto: Divulgação

Em 2018, Branzi recebeu o prestigiado Prêmio Rolf Schock em Artes Visuais da Academia Real Sueca de Belas Artes.

O arquiteto deixou também um legado na educação. Ele foi professor titular da Faculdade de Design da Politécnica de Milão e fundador da Domus Academy, em 1982. Nesse setor, elaborou inúmeros livros sobre história e teoria do design, além de ser curador de inúmeras exposições ao redor do mundo.

Andrea Branzi — Foto: Divulgação
Andrea Branzi — Foto: Divulgação

"É uma perda inestimável para o design. Participei de uma mostra onde ele foi o curador em 2011 na Triennale di Milano, The New Italian Design, quando ainda morava na Itália. O trabalho de Branzi é sem dúvida poético, e permanecerá eterno", lamentou o designer carioca Brunno Jahara. "Andrea Branzi foi um dos pais do design italiano. Ele sempre foi muito visionário como artista e criativo, porque foi um dos primeiros a criar o conceito do design e arquitetura como um storytelling. Para contar uma história, explicar e, muitas vezes, provocar", corrobora Giorgio Bonaguro.

Nas palavras do artista visual e designer Rodrigo Almeida, "aos poucos perdemos as verdadeiras almas do design italiano. Os que entendiam que não existe design arte mas a arte do design". Ele também citou uma das criações de Branzi que considera relevante: "Destacaria a série de objetos Animali Domestici, de 1985. Neste trabalho ele resgata uma série de códigos ancestrais unindo potência e rigor estético que é, em minha opinião, uma das suas maiores marcas."

Nas redes sociais, Humberto Campana, do Estúdio Campana, também lamentou a morte do italiano. “Andrea foi uma das pessoas que despertaram o artista que existia em mim através do seu trabalho inspirador. Ele me libertou dos meus medos e me estimulou a sair da minha zona de segurança. Me ensinou o direito de ousar", escreveu o designer.

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