![O arquiteto, designer e educador Andrea Branzi, morreu aos 84 anos — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-casavogue.glbimg.com/0tgooecQ6lyap9ejqi_UBchonOg=/0x0:1536x2048/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d72fd4bf0af74c0c89d27a5a226dbbf8/internal_photos/bs/2023/E/5/X8v43ARRKRFs4FBJl7UA/54314-422711777777081-1293329560-o.jpeg)
Referência no design, na arquitetura e na educação, Andrea Branzi morreu aos 84 anos. A notícia foi compartilhada na manhã desta segunda-feira (9). Em publicação feita por Stefano Boeri, o arquiteto se despediu do colega italiano: “Andrea Branzi nos deixou. Foi um gigante do pensamento radical sobre os espaços humanos, um historiador sofisticado do design italiano, um artista visionário capaz de habitar outros universos e mundos paralelos com ironia”.
Na homenagem publicada, Boeri ressalta ainda o legado deixado por Branzi em suas obras e textos, além de destacar o filme produzido há um ano pela Triennale “que é o seu testamento intelectual”, escreveu. “Ele nos deixou pensando e sonhando. Há poucas horas falamos com ele, Nicoletta e Emanuele Coccia para retomar o projeto de uma 'Grande Paris' atravessada por 50 mil grandes vacas sagradas – para que pudessem 'reduzir o estresse metropolitano'. Ciao Andrea, continue sonhando conosco”, concluiu.
![O designer e arquiteto Andrea Branzi — Foto: Francesco Brigida](https://cdn.statically.io/img/s2-casavogue.glbimg.com/0MYzan0jmFXZHwxkxlOanDOovGg=/0x0:400x550/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d72fd4bf0af74c0c89d27a5a226dbbf8/internal_photos/bs/2023/G/Y/yf9eLwTkqiLrDcCRfOAA/andrea-branzi-ph-400x550.jpeg)
Andrea Branzi nasceu em 1938, em Florença, na Itália. O artista se formou, em 1966, na Escola de Arquitetura de Florença. Nos anos seguintes, fundou, junto a Gilberto Corretti, Paolo Deganello e Massimo Morozzi, o estúdio de design experimental Archizoom Associati. Com eles, desenvolveu a No-Stop-City, em que aplicou seus conhecimentos a respeito do planejamento urbano para um projeto acerca da utopia urbana.
![No-Stop City, 1970 — Foto: Museum of Modern Art/Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-casavogue.glbimg.com/L_0dSGkDjFc3xcElccofP_Jvizs=/0x0:1600x2336/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d72fd4bf0af74c0c89d27a5a226dbbf8/internal_photos/bs/2023/n/G/3bqI9HT46iXo3MAs5uJg/branzi-no-stop-city-01.webp)
![O sofá Superonda, apresentado pela primeira vez na 7ª edição do Salone del Mobile, em Milão — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-casavogue.glbimg.com/GAGksyfoDjromCCSwwiTbvJP2tc=/0x0:1260x840/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d72fd4bf0af74c0c89d27a5a226dbbf8/internal_photos/bs/2023/L/2/ITE7kdQ8mfJ6KxXfDNcg/archizoom-superonda-centro-studi-poltronova-photo-pietro-savorelli-06.jpeg)
Entre as criações mais conhecidas de Branzi está o sofá Superonda, desenhado em 1967, para a Poltronova. A peça foi criada como uma forma de "provocar a forma como usamos os móveis". Além desse, outros designs também têm destaque em sua carreira, como a cadeira Mies e o sofá modular Safari, ambos de 1968. Mais recentemente, em 2022, criou a luminária Maple Leaves.
![Poltrona Mies, de Archizoom Associati, escritório fundado por Branzi — Foto: Divulgação/MOMA](https://cdn.statically.io/img/s2-casavogue.glbimg.com/X9wC4FU_Nrfc-EIEW4gsZqbO1R0=/0x0:2000x1232/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d72fd4bf0af74c0c89d27a5a226dbbf8/internal_photos/bs/2023/Y/K/boQWFtSj2kuJQAt5e5GQ/w1siziisijeyoti0nijdlfsiccisimnvbnzlcnqilcitcxvhbgl0esa5mcatcmvzaxplidiwmdb4mtq0mfx1mdazzsjdxq.jpeg)
![Luminária Maple Leaves, de Andrea Branzi — Foto: Divulgação/Friedman Benda](https://cdn.statically.io/img/s2-casavogue.glbimg.com/SFfIslYmG_TyY51H_3oHPdFzTpg=/0x0:2000x1500/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d72fd4bf0af74c0c89d27a5a226dbbf8/internal_photos/bs/2023/w/4/7AoplVQxydtjGmCPaa8g/branzi-lamp-fb36859.jpeg)
![Estante Buildings 1, de Andrea Branzi — Foto: Divulgação/Friedman Benda](https://cdn.statically.io/img/s2-casavogue.glbimg.com/hnbEYw2i3USdqbwij7iCupbkhtc=/0x0:2000x1500/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d72fd4bf0af74c0c89d27a5a226dbbf8/internal_photos/bs/2023/0/3/mt4fhuRkCsKoOX5fioBQ/branzi-buildings-1.jpeg)
Em 1973, o arquiteto e designer mudou-se para Milão, onde integrou a CDM (Consulenti Design Milano) ao lado de nomes como Clino Trini Castelli, Massimo Morozzi, Ettore Sottsass, Alessandro Mendini e Gianni Cutolo.
Entre os prêmios e homenagens conquistados pelo italiano, estão três Compasso d'Oro – prestigiado prêmio italiano de design industrial –, em 1979, 1987 e 1995, respectivamente. Em 2008, foi nomeado Designer Real Honorário para a Indústria pela Royal Society para o Incentivo às Artes, Manufaturas e Comércio (RSA) no Reino Unido.
![Cadeira Cucus, da coleção Domestic Animals — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-casavogue.glbimg.com/7DjaYSSfOLAUGv2rWy2hSBdHf2o=/0x0:1600x2060/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d72fd4bf0af74c0c89d27a5a226dbbf8/internal_photos/bs/2023/w/f/u0DL6GTkeEbL5ItjVnDA/branzi-cucus-chair.jpg)
Em 2018, Branzi recebeu o prestigiado Prêmio Rolf Schock em Artes Visuais da Academia Real Sueca de Belas Artes.
O arquiteto deixou também um legado na educação. Ele foi professor titular da Faculdade de Design da Politécnica de Milão e fundador da Domus Academy, em 1982. Nesse setor, elaborou inúmeros livros sobre história e teoria do design, além de ser curador de inúmeras exposições ao redor do mundo.
![Andrea Branzi — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-casavogue.glbimg.com/nEOjBpYslbhw5tehpmpABqRFfPg=/0x0:847x847/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d72fd4bf0af74c0c89d27a5a226dbbf8/internal_photos/bs/2023/e/k/IkbwiOTKi6bgNWGryPZw/66504-415935901788002-1748727173-n.jpeg)
"É uma perda inestimável para o design. Participei de uma mostra onde ele foi o curador em 2011 na Triennale di Milano, The New Italian Design, quando ainda morava na Itália. O trabalho de Branzi é sem dúvida poético, e permanecerá eterno", lamentou o designer carioca Brunno Jahara. "Andrea Branzi foi um dos pais do design italiano. Ele sempre foi muito visionário como artista e criativo, porque foi um dos primeiros a criar o conceito do design e arquitetura como um storytelling. Para contar uma história, explicar e, muitas vezes, provocar", corrobora Giorgio Bonaguro.
Nas palavras do artista visual e designer Rodrigo Almeida, "aos poucos perdemos as verdadeiras almas do design italiano. Os que entendiam que não existe design arte mas a arte do design". Ele também citou uma das criações de Branzi que considera relevante: "Destacaria a série de objetos Animali Domestici, de 1985. Neste trabalho ele resgata uma série de códigos ancestrais unindo potência e rigor estético que é, em minha opinião, uma das suas maiores marcas."
Nas redes sociais, Humberto Campana, do Estúdio Campana, também lamentou a morte do italiano. “Andrea foi uma das pessoas que despertaram o artista que existia em mim através do seu trabalho inspirador. Ele me libertou dos meus medos e me estimulou a sair da minha zona de segurança. Me ensinou o direito de ousar", escreveu o designer.