• Texto Rocío Ley | Produção Mandarine Verrier | Fotos Alberto Font
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A designer Nani Marquina abre as portas de sua casa dos anos 1970 com clima de fazenda (Foto: Alberto Font)

Nani Marquina caminha ao redor da piscina de sua casa em Tamariu, povoado de pescadores na região de Baixo Empordà: “Procurava contato com a
natureza em um lugar próximo a Barcelona”, conta

Voltar às origens, a um trabalho mais criativo, ao ritmo cadenciado que as pesquisas cuidadosas requerem. Foi isso o que desejou – e conseguiu – a designer Nani Marquina em seu atual momento de vida, do qual faz parte esta casa nos arredores de Girona, na Catalunha. “Comecei minha carreira desenhando e, nos últimos tempos, quase não o fazia”, diz a fundadora da marca de tapetes e têxteis batizada com seu nome. “Agora que a empresa cresceu e Maria, minha filha, está no controle dos negócios, pude retomar esse hábito."

A designer Nani Marquina abre as portas de sua casa dos anos 1970 com clima de fazenda (Foto: Alberto Font)

Em volta da piscina de cimento desenhada por Nani e seu marido, Alberto, os cactos em vasos são da Cactus Costa Brava – ao fundo, na varanda, rede
Wellbeing, de algodão cru e fibra de urtiga, design Ilse Crawford para a Nanimarquina

"Não me importo de repetir objetos ou luminárias. A uniformidade me traz conforto"

Nani Marquina
A designer Nani Marquina abre as portas de sua casa dos anos 1970 com clima de fazenda (Foto: Alberto Font)

O living preserva as vigas originais que sustentam o telhado, no qual abriu-se uma claraboia a fim de iluminar ainda mais os interiores, adornados com vasos de terracota da Livingthings, luminárias Básica, design Santiago Roqueta para a Santa & Cole, e cadeira B.K.F., de Antonio Bonet, Juan Kurchan e Jorge Ferrari-Hardoy, sobre tapete Silhouette, design Jaime Hayon para a Nanimarquinaont)

"Este lugar é perfeito para isso. Tenho tudo: silêncio, mar, brisa, jardim. Vendemos nosso imóvel em Ibiza e procuramos algo perto de Barcelona, para vir com mais frequência.” Ela e o marido, o fotógrafo Alberto Font (autor das imagens desta reportagem), encontraram este refúgio em um vilarejo de pescadores a 1,5 km da praia, em uma região “com geografia espetacular”, como ela bem define.

A designer Nani Marquina abre as portas de sua casa dos anos 1970 com clima de fazenda (Foto: Alberto Font)

Outro ângulo do living evidencia o sofá Tabarka, da Rock The Kasbah, com almofadas de seda orgânica da coleção Wellbeing, design Ilse Crawford para a Nanimarquina, e poltrona de linho da Rock The Kasbah Acima, Nani posa na varanda, próxima a um protótipo de mesa desenhado por Jaime Hayon, sobre tapete Shade, design Begüm Cana Özgür, ambos para a Nanimarquina

"A decoração se adapta às paredes de cal, às vigas e ao piso de madeira feito de antigas portas de estábulo"

Nani Marquina
A designer Nani Marquina abre as portas de sua casa dos anos 1970 com clima de fazenda (Foto: Alberto Font)

Na sala de jantar, mesa assinada por Piet Hein Eek, na Sluiz, e cadeiras de vime da Cisteller Batlle compõem a cena com pendentes Pet Chimbarongo, de Alvaro Catalán de Ocón, e cactos da Cactus Costa Brava

O contato coma natureza que o casal tanto almejava se dá na área de refeições ao ar livre, protegida por uma pérgola coberta por videiras, na piscina de cimento projetada por eles mesmos, ou ainda no chuveirão externo instalado no jardim, sob a sombra de uma magnólia, em uma das laterais da residência – tudo com a reconfortante vista do horizonte do Mediterrâneo, que desponta entre as colinas.

A designer Nani Marquina abre as portas de sua casa dos anos 1970 com clima de fazenda (Foto: Alberto Font)

Nani posa na varanda, próxima a um protótipo de mesa desenhado por Jaime Hayon, sobre tapete Shade, design Begüm Cana Özgür, ambos para a Nanimarquina

"O estilo campestre da morada e a vista voltada ao mar e às colinas aproximamos moradores da natureza, como eles desejavam"

 
A designer Nani Marquina abre as portas de sua casa dos anos 1970 com clima de fazenda (Foto: Alberto Font)

No ateliê de Nani, figuram artes herdadas de seu pai, amostras de tecidos e fios

Nani e Alberto compraram a morada dos anos 1970 há quatro anos. A reforma aconteceu aos poucos. “Aqui era o ateliê de uma pintora que Alberto havia fotografado. Não olhamos mais nada. Apenas deixamos o estilo, que já era muito especial, com a nossa cara. Eliminamos as cores de que não gostávamos, derrubamos os muros do jardim para adaptá-lo ao desnível do terreno, fizemos a piscina, abrimos várias janelas e cuidamos da decoração. Somos dois perfeccionistas e toda hora estamos construindo algo”, relata ela. A adição mais recente é um grande móvel com camas para os netos, ideia do arquiteto Stefano Colli.

A designer Nani Marquina abre as portas de sua casa dos anos 1970 com clima de fazenda (Foto: Alberto Font)

O quarto recebeu tela de Cristina Rubalcava, luminária Cesta, de Miguel Milà, e tapete de fibras naturais da Nanimarquina

A renovação manteve a distribuição interna, a escada, uma lareira, as prateleiras e a pia de granito da cozinha. Ao todo, os 300 m² dividem-se em dois andares: no térreo estão a área para receber convidados e um estúdio, enquanto o andar de cima concentra living, sala de jantar, cozinha e uma suíte com closet. Nani quis que o décor dialogasse com a arquitetura local, com suas paredes caiadas, vigas aparentes e o piso confeccionado com antigas portas de estábulo – elementos de visual campestre, com materiais rústicos e naturais como vime, esparto e cimento, além da paleta com muito branco e tons terrosos.

A designer Nani Marquina abre as portas de sua casa dos anos 1970 com clima de fazenda (Foto: Alberto Font)

Ambiente social do térreo decorado com sofá Polder, design Hella Jongerius para a Vitra, poltrona vintage dos anos 1980, luminária de piso TMM, design Miguel Milà para a Santa & Cole, e protótipo de mesa lateral de Jaime Hayon para a Nanimarquina, tudo sobre tapete Losanges, design Ronan e Erwan Bouroullec para a Nanimarquina

O mobiliário e os itens decorativos misturam design assinado espanhol com artesanato local e móveis reciclados, como as mesas de madeira de demolição de Piet Hein Eek e as luminárias de Alvaro Catalán de Ocón. Tudo em harmonia com criações próprias dos moradores, a exemplo dos tapetes de Nani e uma coleção de fotos de Alberto. “Não me importo de repetir objetos ou luminárias na decoração. A uniformidade me conforta”, finaliza.

A designer Nani Marquina abre as portas de sua casa dos anos 1970 com clima de fazenda (Foto: Alberto Font)

Ducha antiga de latão no jardim

A designer Nani Marquina abre as portas de sua casa dos anos 1970 com clima de fazenda (Foto: Alberto Font)

Outro ângulo da suíte, com roupa de cama da Zara Home – as esquadrias de ferro são da Parals Serrallers

A designer Nani Marquina abre as portas de sua casa dos anos 1970 com clima de fazenda (Foto: Alberto Font)

Na área de banho integrada ao dormitório principal, a bancada da pia se ampara nas costas da cabeceira, e o chuveiro se posiciona de frente para a porta-balcão envidraçada em frente à cama