• 24/11/2020
  • Por Marcos Zeitoune | Fotos: Divulgação
Atualizado em
Chácara Flora (Foto: Divulgação)
Chácara Flora (Foto: Divulgação)

Formado em 1924 a partir de uma antiga fazenda, o bairro da Chácara Flora é um verdadeiro tesouro preservado na zona Sul paulistana. Fruto de um loteamento, muitos paulistanos desconhecem a história da região. Com o passar dos anos e a urbanização da metrópole, a Chácara optou por se isolar – fechando os acessos aos loteamentos vizinhos – e, assim, conseguiu garantir suas características originais: com mais de um milhão de metros quadrados de vegetação exuberante e trechos de Mata Atlântica, o bairro nobre conta com cerca de 170 mansões e um único acesso.

 (Foto:  )
 (Foto:  )
 (Foto:  )

Cercada por escolas internacionais, como a norte-americana Chapel, a Escola Suíço-Brasileira de São Paulo e as alemãs Humboldt e Waldorf Rudolf Steiner, a Chácara Flora – distante apenas 10 minutos da avenida Luís Carlos Berrini ou 30 da Faria Lima, sempre foi a região favorita dos estrangeiros e executivos de alta patente das multinacionais instaladas na cidade. E foi nesse cenário que o casal Marília e Heinz-Peter Elstrodt resolveu construir sua morada no final dos anos 1990, para criar os três filhos, Julia, Alexander e Gabriel.

 (Foto:  )
 (Foto:  )
 (Foto:  )
 (Foto:  )

A palavra cenário se justifica. Com projeto do arquiteto Marcos Tomanik, a imponente casa faz uma grande homenagem ao lendário arquiteto italiano renascentista Andrea Palladio (1508-1580), autor de diversos projetos na região do Vêneto. Além de igrejas e edifícios públicos, Palladio projetou vilas residenciais que servem de inspiração mesmo 500 anos depois. Marília conta que, após a sugestão de Tomanik, ela e o marido viajaram para a Itália a fim de conhecer as casas construídas por Palladio. “Foi amor à primeira vista. Não só demos o aval para a obra como começamos a garimpar objetos de decoração, arte e antiguidades para a futura casa”, revela ela.

 (Foto:  )
 (Foto:  )
 (Foto:  )

O resultado final é de encher os olhos. Bem no miolo da Chácara Flora, em um terreno mais elevado e tranquilo, surge a mansão renascentista. O pé-direito duplo do hall de entrada faz companhia ao piso de mármore iraniano. Na sequência, uma sucessão de salas se abre até o surgimento da imensa varanda na parte de trás da casa, com vista para a piscina e um exuberante jardim de esculturas; algumas de autoria da própria moradora – que também é pintora, desenhista e gravadora – e de outros artistas, como Alfredo Ceschiatti. A inspiração também não poderia deixar de ser italiana: Marília e Heinz se encantaram com o jardim de esculturas da casa de Peggy Guggenheim, em Veneza.

 (Foto:  )
 (Foto:  )
 (Foto:  )

Ela conta que, no princípio, eles tiveram a ajuda da decoradora Helena Viscome, que projetou diversas peças para a casa, como a mesa de ferro e mármore do terraço, o escritório, e toda a marcenaria em cumaru. “Depois acabamos terminando a decoração da casa sozinhos, o que é mais o nosso estilo”, explica Marília. “Sempre me pareceu uma coisa estranha alguém escolher por mim peças tão pessoais.” A partir daí, a moradora tomou gosto pela coisa e não apenas concluiu a própria residência como terminou por desenvolver um trabalho artístico em pintura a óleo, escultura, desenho e, mais recentemente, gravura. Há na propriedade um excelente ateliê, próximo a um delicado pomar de árvores frutíferas. “Minha arte vem do inconsciente, do silêncio e da reflexão que esta casa sempre me trouxeram”, conta ela. Por todas as paredes pode-se observar o seu trabalho em tela. A casa, inclusive, foi colocada à venda com as obras de arte e objetos de decoração, com exceção de alguns poucos objetos de caráter pessoal.

 (Foto:  )
 (Foto:  )
 (Foto:  )
 (Foto:  )
 (Foto:  )
 (Foto:  )
 (Foto:  )
 (Foto:  )

Como se desfazer de um lar tão aconchegante e repleto de boas memórias como esse? A pergunta pareceu mais do que necessária. De Londres, onde mora atualmente com o marido, a proprietária responde: “A casa cumpriu seu papel. A gente quis que os filhos fossem criados em um ambiente amoroso. Aí eles cresceram e foram morar fora do País; e a casa ficou triste, vazia” – explica Marília. “Nesse meio tempo meu marido se aposentou e recebeu um convite para lecionar na London Business School, e aqui estamos”.

 (Foto:  )
 (Foto:  )
 (Foto:  )

Com a sensibilidade inerente ao artista, Marília Elstrodt resume a questão: “A vida flui; ela é um rio, e se você resiste e empaca o processo, vai começar a sofrer. O destino quis que nós mudássemos de continente. Nós fomos muito felizes ali. Por que não permitir que outras pessoas também o sejam?”

Ficha técnica

Casa no condomínio fechado Chácara Flora
Venda: R$ 30 milhões
Área do terreno: 3.376 m²
Área útil: 1.117 m²
Número de suítes: 5
Número de vagas: 10

Mais informações: para visitar a casa clique neste link
 

ImovelA (Foto: Divulgação)