• Ilana di Brito | Fotos Edgard César/ divulgação
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Um tour arquitetônico pelo Palácio do Itamaraty (Foto: Edgard César/ divulgação)

Considerado a sala de visitas do país, o Palácio do Itamaraty encanta e impressiona pela imponência das quatro fachadas, pelas emblemáticas obras de arte e pelos jardins exuberantes. Localizado no epicentro do Plano Piloto, o prédio mostra em suas formas todos os conceitos da arquitetura contemporânea.

O nome Itamaraty vem de sua antiga sede, na ex-capital da república (Rio de Janeiro), um refinado casarão neoclássico originalmente pertencente a Francisco José da Rocha Leão, Conde de Itamarati. Itá, em tupi, significa “pedra”; mara vem do tupi pará, que significa “mar” e “ti” significa “água”.

Um tour arquitetônico pelo Palácio do Itamaraty (Foto: Edgar César/ divulgação)

O amplo Salão de Recepções, a famosa escada helicoidal e as generosas Salas de Coquetel e Almoço completam a beleza do cenário. Sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, foi inaugurado em 1970, com traçados de Lúcio Costa, projeto de Oscar Niemeyer e cálculos estruturais de Joaquim Cardoso.

Localizado na Esplanada dos Ministérios, o Itamaraty tem seus arcos realçados pelo brilho das luzes, que se reproduzem no espelho d’água, onde as curvas são refletidas harmonicamente. Os arcos arrojados contribuíram para a sua primeira denominação: Palácio dos Arcos. - lugar cuja beleza não deve a quaisquer palácios presidenciais.

Um tour arquitetônico pelo Palácio do Itamaraty (Foto: Edgar César/ divulgação)

Na companhia do espelho d’água, o Meteoro, obra do artista Bruno Giorgi, parece flutuar. Esculpida em uma pedra de Carrara com oito toneladas, um presente do governo italiano ao Brasil, a escultura contemporânea representa o planeta Terra com os seus cinco continentes, cujas relações pacíficas e justas são a base da diplomacia. O jardim externo, no qual flutuam ilhas com variedades de plantas tropicais, do Cerrado e da Amazônia, é obra do estrelado Roberto Burle Marx, responsável também pelos jardins internos e o jardim suspenso do terceiro andar.

Um tour arquitetônico pelo Palácio do Itamaraty (Foto: Edgar César/ divulgação)

No hall de entrada, móveis modernos e elegantes criados por Anna Maria Niemeyer para o Itamaraty chamam a atenção pela beleza e requinte. O grande Salão de Recepções é a entrada principal do palácio, um dos maiores vãos internos da América Latina, medindo 2.200 m² sem nenhuma coluna de sustentação, algo impressionante quando se trata de arquitetura.

Um tour arquitetônico pelo Palácio do Itamaraty (Foto: Edgar César/ divulgação)

Na parede oeste, o baixo relevo de Athos Bulcão, denominado simplesmente Parede, apresenta uma sucessão de trapézios verticais, tão leves quanto as esguias colunas verticais das fachadas, em painel de mármore que é exemplo primoroso da obra deste “desenhista”, pintor e artista apaixonadamente devotado à criação da arte como integração arquitetônica.

Um tour arquitetônico pelo Palácio do Itamaraty (Foto: Edgar César/ divulgação)

A paginação do piso do palácio, também de Bulcão, possui grandes quadrados compostos por diversas peças de granito que não se repetem durante todos os ambientes do palácio. O andar térreo é guarnecido com importantes obras de artes, como Uni Duni Tê, de Darlan Rosa, Ferros Retorcidos, de Gilmar Franco, Folhagem, de Zélia Salgado e a escultura móvel Ponto de Encontro, de Mary Vieira, composta de 230 placas de alumínio anodizado, cujo movimento em espiral faz um paralelo com a icônica escada da construção.

A famosa escada helicoidal, que mais parece uma escultura solta no ar, embeleza o espaço por si só com características marcantes – degraus com 3,40 metros de largura, sem corrimão. Uma curiosidade: a estrutura já recebeu um corrimão projetado especialmente para receber a rainha Elizabeth em visita ao Brasil, no ano de 1968.

Um tour arquitetônico pelo Palácio do Itamaraty (Foto: Edgar César/ divulgação)

No segundo pavimento, a escultura Metamorfose, do artista austríaco Franz Weissmann, é protagonista do generoso saguão, destinado às cerimônias importantes. Do lado oposto, a Sala dos Tratados, embelezada pela obra Treliça, de Athos Bulcão, é voltada para a fachada do Palácio da Justiça. Ali fica a Mesa dos Tratados, feita em jacarandá, estilo Dom João V, onde a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, em 1888.

Bustos de bronze, criados por Bruno Giorgi, representam os três patronos da diplomacia brasileira: o Barão do Rio  Branco, Duarte da Ponte Ribeiro e Alexandre de Gusmão. Em uma discreta entrada para a esquerda, apreciamos o afresco O Sonho de Dom Bosco, de Alfredo Volpi.

Um tour arquitetônico pelo Palácio do Itamaraty (Foto: Edgar César/ divulgação)

Outra escada conduz o visitante ao terceiro pavimento do palácio. Nele, é possível apreciar belíssimas obras de arte, móveis, tapetes persas, o famoso jardim suspenso e as salas de coquetel e de almoço. A primeira, Sala de Coquetel Pedro I, tem esse nome graças a uma imensa tela de Debret, Coroação de Pedro I. Ali, o ponto focal é o glamouroso lustre de Pedro Corrêa de Araújo, Revoada de Pássaros, esculpido em ferro, prata e bronze, com cristais de rocha lapidados em forma de disco, da região da cidade Cristalina,Goiás. O conjunto pesa 1.500 quilos e possui uma única lâmpada – isso porque o objetivo não é a iluminação o ambiente e, sim, a dele mesmo. Sob o lustre, um dos maiores tapetes persas do mundo, medindo 70 m² – presente da rainha Elizabeth ao Brasil.

Um tour arquitetônico pelo Palácio do Itamaraty (Foto: Edgar César/ divulgação)

À entrada da Sala de Coquetel - Cândido Portinari, o maior ambiente dedicado a eventos, o visitante é saudado por dois anjos barrocos suspensos. Em meio ao mix entre os estilos antigo e moderni, estão os quadros que deram nome à sala são Gaúchos e Jangadeiros, que representam o Sul e o Nordeste do Brasil, respectivamente.

Na parede oposta, uma mesa goiana, com pés em pata de animal, serve de suporte para duas telas de Arcângelo Ianelli e uma de Manabu Mabe, a Tela Imaginária, pintada especialmente para o palácio. Com portas de vidro pivotantes, as salas de coquetel integram-se ao belo jardim suspenso de Burle Marx.

Um tour arquitetônico pelo Palácio do Itamaraty (Foto: Edgar César/ divulgação)

A beleza e a arte se prolongam por todo o palácio. No salão, ao redor do jardim suspenso, admiram-se esculturas de Alfredo Ceschiatti e de Victor Brecheret, dentre outros, e os bancos de Sérgio Rodrigues. As três salas de almoço, Brasília, Bahia e Rio de Janeiro, têm nomes de cidades que já foram capitais do Brasil.

Um tour arquitetônico pelo Palácio do Itamaraty (Foto: Edgar César/ divulgação)

À entrada da Sala Brasilia, com mais de cem cadeiras, um venerável piano Steinway recepciona as autoridades. Na parede ao fundo, chama atenção uma grande tapeçaria com cinco partes, criada pelo atelier Norberto Nicola a partir de um cartão de Burle Marx, representa as plantas nativas do planalto. Mais uma das belas obras de Oscar Niemeyer, assim como o Palácio da Alvorada e o Palácio do Jaburu

Um tour arquitetônico pelo Palácio do Itamaraty (Foto: Edgar César/ divulgação)
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Um tour arquitetônico pelo Palácio do Itamaraty (Foto: Edgar César/ divulgação)
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*O palácio do itamaraty recebe visitas guiadas de segunda a domingo, das 9h às 17h. É necessário verificar a disponibilidade e fazer o agendamento pelo telefone (61) 2030-8051 ou pelo email visita@itamaraty.gov.br