Arquitetura

Por 05/12/2012


  (Foto: Wikimedia Commons) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Wikimedia Commons) — Foto: Casa Vogue

Pelé, Santos Dumont, Tom Jobim, dom Pedro 2º, Carmen Miranda, Machado de Assis. Estas são as únicas figuras brasileiras comparáveis a Oscar Niemeyer em matéria de importância histórica e influência nos destinos da humanidade. O arquiteto mais famoso do Brasil foi um mestre em desenhar curvas no concreto armado e levou poesia à paisagem das grandes cidades - seja com obras públicas ou pelas famosas casas de Oscar Niemeyer - a partir da década de 1930. Sua extensa carreira foi laureada em 1988 com um Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura, na única vez em que o prêmio foi dividido (no caso, com o norte-americano Gordon Bunshaft). Conheça abaixo os projetos que mantêm e manterão vivo o legado de Niemeyer em todo o mundo.

  (Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue

1. Ministério da Educação e Saúde, 1936, Rio de Janeiro

Foi um detalhe apontado por um estagiário que garantiu a monumentalidade e a grandeza dos espaços que caracterizam a primeira construção moderna do Brasil, projetada por Le Corbusier - conheça a história do arquiteto que revolucionou a arquitetura mundial e foi mestre do brasileiro. O então jovem Oscar Niemeyer sugeriu centralizar o prédio no terreno e aumentar de 4 m para 10 m os pilotis de sustentação. Os diretores do escritório de arquitetura a cargo da obra, Carlos Leão e Lucio Costa, aprovaram a ideia e a incorporaram na planta definitiva.

  (Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue

2. Conjunto da Pampulha, 1940, Belo Horizonte

Quando Juscelino Kubistchek foi eleito prefeito da capital mineira, convocou Niemeyer para projetar um bairro inteiro voltado ao lazer, com direito a cassino, clube, igreja e restaurantes. O projeto da Pampulha, inspirado nas curvas da arte barroca, foi concebido e desenhado em uma noite, já no quarto de um hotel, após a conversa com o político.

  (Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue

3. Sede das Nações Unidas – ONU, 1947, Nova York

Uma comissão de dez arquitetos dirigida pelo norte-americano Wallace Harrison foi reunida para discutir e projetar a sede do mais importante órgão supranacional do planeta. Niemeyer hesitou em apresentar seu desenho, pois não queria contrariar um dos membros do conselho – ninguém menos do que Le Corbusier. Só quando o franco-suíço cobrou que ele trouxesse suas ideias para a mesa que Niemeyer se debruçou na proposta do colega que admirava muito e modificou os elementos principais do conjunto. O desenho foi aprovado com louvor por toda a equipe, inclusive por Le Corbusier.

E MAIS: Um retorno à 'oficina' de Oscar Niemeyer

  (Foto: Wikimedia Commons) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Wikimedia Commons) — Foto: Casa Vogue

4. Ibirapuera, 1951, São Paulo

O parque público de São Paulo, construído para ser o marco principal das comemorações do quarto centenário da cidade – e, portanto, inaugurado em 1954 –, possui um volume singular. Sua marquise faz uma ode à liberdade da forma, conectando os pavilhões, os espaços culturais e os de lazer do complexo. O conjunto, no entanto, só foi completado mesmo em 2005, com a inauguração do Auditório Ibirapuera, que não saíra do papel nos anos 1950. A foto acima é do interior do pavilhão da Bienal de São Paulo, e você pode conferir os detalhes da reforma que aconteceu em 2012, em vídeo.

  (Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue

5. Edifício Copan, 1951, São Paulo

A robustez do concreto armado é quebrada pela sinuosa leveza no projeto moderno, uma onda no centro da metrópole a homenagear São Paulo como nenhum outro marco fez até hoje. Numa cidade caótica esteticamente e carente de belezas naturais, o Copan é o mais próximo que os paulistanos já chegaram de ter um cartão-postal para chamar de seu. O mezanino do prédio, inclusive, virou centro de arte.

  (Foto: Julian Weyer) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Julian Weyer) — Foto: Casa Vogue

6. Casa das Canoas, 1952, Rio de Janeiro

O arquiteto projetou sua própria residência com total liberdade, sem mexer nos desníveis do terreno, só adaptando o imóvel às curvas da planta. Ao prever uma área de sombra no entorno, Niemeyer conseguiu envidraçar toda a casa e deixá-la o mais transparente possível em meio à vegetação. Tão vitais como os palácios, conheça as casas de Oscar Niemeyer.

  (Foto: Wikimedia Commons) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Wikimedia Commons) — Foto: Casa Vogue

7. Brasília, 1957

Enquanto o amigo e ex-patrão Lucio Costa desenvolvia o plano urbano da nova capital do país, Niemeyer foi escolhido por Juscelino Kubitschek para traçar e erguer os edifícios governamentais em Brasília. Começou em 1956 com o Catetinho, a residência provisória do presidente da República, e seguiu, já em 1957, com o Palácio da Alvorada, o Congresso Nacional, o Teatro Nacional, o Supremo Tribunal Federal, o Palácio do Planalto, a Praça dos Três Poderes e a Catedral de Brasília, com vitrais assinados por Marianne Peretti, a única mulher na equipe. O Ministério da Justiça, o Palácio do Itamaraty, ambos de 1962, o Aeroporto, de 1965, e o Memorial JK, em 1980 – todos saídos da prancheta do mestre –, complementaram o conjunto após a inauguração oficial. O fotógrafo Thomaz Farkas clicou fotos inéditas retratando a construção de Brasília.

  (Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue

8. Sede do Partido Comunista Francês, 1965, Paris

Comunista de carteirinha, Niemeyer teve carta branca para definir como seria sede do Partidão francês. O design nada usual, com a fachada curvada e o hall semienterrado, deixou o terreno livre para a brincadeira de formas – e, também, para a descida suave do público até a cúpula.

E TAMBÉM: Linhas retas cortam curvas de Niemeyer

  (Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue

9. Universidade de Constantine, 1969, Argélia

Ao recusar uma dezena de prédios – Niemeyer condensou o projeto de 20 construções em cinco estruturas –, o brasileiro idealizou uma universidade mais humana, lógica e compacta, pronta para as modificações do futuro.

E MAIS: Obras de Niemeyer ‘saltam’ de revista 3D

  (Foto: Wikimedia Commons) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Wikimedia Commons) — Foto: Casa Vogue

10. Passarela do Samba, 1983, Rio de Janeiro

Oficialmente chamada de Passarela Professor Darcy Ribeiro e popularmente conhecido como Sambódromo, o centro do carnaval carioca localiza-se na avenida Marquês de Sapucaí, Rio de Janeiro, e nasceu com a missão de “dar ao povo o samba”. Na parte final da passarela, as arquibancadas se separam para abrir espaço à monumental Praça da Apoteose, assinalada por um grande arco. Ali está também o Museu do Samba. Fora dos dias carnavalescos, o local abriga escolas, creches, centros de saúde, ateliês de artesanato e outros serviços. A praça serve de palco para espetáculos diversos, como balé, teatro e shows de música popular.

LEIA TAMBÉM: Arena de Barretos é obra de Niemeyer

  (Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue

11. Memorial da América Latina, 1987, São Paulo

Concebido com a imponência em mente, o memorial foi projetado com grandes vãos (além dos tradicionais volumes curvos do arquiteto) para marcar "o espírito e a grandeza política que representa", como definiu o próprio Niemeyer.

E MAIS: Mural gigante celebra Niemeyer na Paulista

  (Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue

12. Museu de Arte Contemporânea, 1991, Niterói

O terreno livre de construções realça as formas quase abstratas do prédio, que parece flutuar sobre a paisagem. O museu faz parte do Caminho Niemeyer, um percurso de 3,5 km finalizado em 1997, dotado de espaços culturais cuja função foi revitalizar a parte central da cidade de Niterói, no Rio de Janeiro.

E MAIS: Sonho e realidade em Brasília e Chandigarh

  (Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue

13. Museu Oscar Niemeyer, 2001, Curitiba

O hoje mundialmente conhecido "museu do olho" não nasceu com esse formato nem tinha essa função. Inaugurado em 1978, era apenas um grande edifício modernista que abrigava algumas secretarias de Estado. O olho é na verdade um anexo desenhado mais tarde e inaugurado em 2002, quando todo o complexo foi transformado em museu de arte e design. Uma de suas alas guarda uma exposição permanente sobre o próprio Niemeyer, exibindo um belo acervo de projetos, fotos e maquetes. Você sabia? No design, Niemeyer também criou ícones.

  (Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Flickr) — Foto: Casa Vogue

14. Centro Administrativo de Minas Gerais, 2003

A construção de apenas três prédios para a sede do governo mineiro – o palácio governamental e outros dois blocos curvos com 200 metros de comprimento e 20 pavimentos, onde estão as secretarias – centralizou a administração estadual, barateou a proposta inicial, limpou a paisagem e, de quebra, garantiu um projeto ousado a Niemeyer: o palácio é totalmente suspenso por cabos de aço, formando um vão livre de 147 m.

E AINDA: Casa Vogue cria editorial inspirado em Niemeyer

  (Foto: Wikimedia Commons) — Foto: Casa Vogue
(Foto: Wikimedia Commons) — Foto: Casa Vogue

15. Centro Cultural Principado de Astúrias, 2006, Avilés, Espanha

Quando recebeu a planta do centro cultural, Niemeyer imaginou de cara como tudo seria: o público assistindo a shows, enquanto outros percorrem as exposições no piso sobre o grande salão. O projeto da praça repleta de equipamentos culturais foi doado por Niemeyer, que ganhou o prêmio Princípe das Astúrias na década de 1980. Apesar de inaugurado em 2011, devido à atual crise econômica na Espanha, o complexo encontra-se desativado.

LEIA TAMBÉM: O legado de Vilanova Artigas

Mais recente Próxima
Mais do Casa Vogue

O distrito criativo tem arquitetura de interiores com influências brasileiras e da estética das casas espalhadas por grandes cidades em todo o mundo, como Berlim, Roma, Barcelona e Nova York

Por dentro da recém-inaugurada Soho House São Paulo, na Cidade Matarazzo

A marca holandesa Hunter Douglas, especialista no segmento de cortinas, persianas e coberturas, aposta na tecnologia para transformar a relação entre os espaços

Esta peça é o segredo para promover bem-estar e ampliar a conexão com o exterior em ambientes internos

O doce leva leite condensado, milho e canela! Veja tudo o que você precisa para não errar

Aprenda uma receita de canjica rápida e deliciosa

De acordo com a arquiteta Carolina Munhoz, integração estética, ergonomia, iluminação, organização e privacidade são os cinco pontos chave para construir um ambiente perfeito

Home office na sala: dicas e ideias para equilibrar o espaço de trabalho e relaxamento

Com edifícios antigos e paisagens pitorescas, estas cidades encantam com seus ares de épocas passadas

7 cidades lindas que parecem congeladas no tempo

Com pouco mais de 100 m², a residência possui três quartos, dois banheiros, garagem e quintal de 300 m²

Casa à venda nos EUA gera polêmica: quem comprar só poderá se mudar depois de 30 anos

A residência em Alphaville, em São Paulo, foi repaginada pelo escritório Fantato Nitoli Arquitetura

Reforma deixa casa de 500 m² mais iluminada e arejada

Nem casa, nem trabalho: o conceito de terceiro lugar tem como premissa espaços públicos onde é possível estabelecer vínculos e encontrar conforto para a mente e o coração

Terceiro lugar: 5 criativos revelam locais em São Paulo onde a conexão afetiva prevalece

Aquecedor, ninho de berço e mais – veja produtos a partir de R$48,98

8 itens para deixar o quarto do bebê quentinho no inverno

A Mega Tirolesa terá 3,4 km de extensão e ficará na cidade de Socorro, com início do trajeto localizado no Pico da Cascavel

São Paulo terá a maior tirolesa do mundo