Você tem o hábito de doar para instituições? O impacto desse gesto merece a atenção de todos.
Doações milionárias foram manchete nos principais jornais do país nesta semana. Stelio Marras, antropólogo e professor da Universidade de São Paulo, doou um prédio avaliado em R$ 25 milhões em Poços de Caldas (MG) para a universidade. O edifício, herdado por ele, foi a maior aplicação da história. Na mesma semana, o ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, anunciou a doação de US$1 bilhão para a Universidade Johns Hopkins.
Essas atitudes, num volume tão grande de dinheiro, são comuns no exterior, mas não são corriqueiras no Brasil. Um dos problemas é a desconfiança que milionários daqui têm em relação ao uso ou à boa aplicação do dinheiro que porventura doem. Me perdoem, é uma questão de estar bem informado.
O Instituto Baccarelli (IB), por exemplo, ONG que usa a música de excelência para melhorar as condições e perspectivas de vida para crianças e jovens moradores da favela de Heliópolis, divulgou esta semana uma pesquisa que só pode encher de orgulho todas as pessoas preocupadas com os problemas sociais. O estudo, preparado pelo IDIS - Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, revelou que para cada R$1,00 investido no Instituto nos anos de 2021 e 2022, foram gerados R$3,49 em benefícios para a sociedade.
O IB começou com apenas seis crianças em uma garagem na favela de Heliópolis, e hoje, 26 anos depois, atende 800 crianças e jovens em aulas de música, desde a iniciação até a formação da Sinfônica de Heliópolis, que se apresenta regularmente nas maiores casas de concerto do Brasil e já fez temporadas no exterior. Todos os dias, os alunos de 4 a 25 anos, entre as várias atividades educacionais, têm café da manhã, almoço e lanche da tarde.
O retorno social calculado pelos IDIS foi de R$ 60 mil para cada aluno IB, em dois anos, demonstrando o alto potencial que a instituição tem para transformar suas trajetórias.
Esse trabalho amplia as perspectivas de futuro profissional e pessoal para os moradores da comunidade e os alunos relatam ganhos em repertório sociocultural, referências profissionais, oportunidades de carreira e melhorias nos relacionamentos interpessoais.
E prova a seriedade e competência do IB. Mostra também a importância e o impacto que organizações sérias e comprometidas têm na sociedade e na vida das pessoas em situação de vulnerabilidade. Eu tenho o privilégio de acompanhar isso de perto na condição de conselheiro do Instituto, que agora está dando um passo inédito e absolutamente ousado: está construindo um teatro moderno, que será o primeiro teatro em uma favela no Brasil. E esse projeto inovador só será possível com o apoio da sociedade.
Doar para instituições sérias e comprometidas significa contribuir com ações sociais e investir no futuro do Brasil. E qual a melhor maneira de mudar uma sociedade se não for por meio da educação?
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