Indústria automotiva

Há poucos meses de começar a produzir carros na fábrica de Iracemápolis (SP), a GWM tem estoque de peças capaz de atender a demanda de pós-venda dos próximos nove meses. São 3.500 tipos de componentes usados para reparar os dois modelos do portfólio da marca no Brasil (Ora 03 e Haval H6).

Um arsenal de mais de 500 mil peças está dividido em 63 instalações, incluindo as 45 concessionárias da marca e um depósito em Cajamar (SP), esse último responsável por abastecer toda a operação de pós-vendas da marca chinesa no Brasil.

Local estratégico

As informações foram divulgadas na última sexta-feira (21), durante visita ao centro de distribuição de peças da fabricante em Cajamar (SP). De acordo com a marca, a escolha do município para sediar o estoque se deve à localização próxima de importantes rodovias e aeroportos para o estado e o país, facilitando a entrega dos itens em todas as regiões do Brasil.

Centro de distribuição de peças da GWM em Cajamar (SP) — Foto: Júlia Maria Toledo/Autoesporte
Centro de distribuição de peças da GWM em Cajamar (SP) — Foto: Júlia Maria Toledo/Autoesporte

O armazém formado por três corredores de 450 metros de comprimento e 15 m de altura, conta com 523 mil unidades de peças, que também são estocadas nas 45 concessionárias da marca no país e mais dois depósitos chineses. Além disso, a fabricante mantém acordo com 15 fornecedores brasileiros que auxiliam no abastecimento do estoque.

Entre os itens disponíveis nas prateleiras, é possível encontrar desde para-brisas e para-choques a retrovisores, maçanetas, e até motores e baterias.

Quase todas as peças no Brasil

Vale ressaltar, que o depósito abriga 96% das peças da família Haval H6 e 97% das peças da linha Ora 03, que até o momento são os únicos produtos da fabricante comercializados por aqui. São 2.200 peças para as configurações do SUV, enquanto o compacto necessita de 1.500 tipos de componentes diferentes, sendo que há componentes em comum entre os dois veículos.

Bateria do sistema híbrido do GWM Haval H6 no centro de distribuição de peças em Cajamar (SP) — Foto: Júlia Maria Toledo/Autoesporte
Bateria do sistema híbrido do GWM Haval H6 no centro de distribuição de peças em Cajamar (SP) — Foto: Júlia Maria Toledo/Autoesporte

Um destaque da linha Haval H6, é que as peças da configuração PHEV19, mais novo lançamento da fabricante testado por Autoesporte, já estão disponíveis no armazém. Uma curiosidade são os quase 200 componentes que diferenciam a versão das outras três vendidas por aqui, HEV2, PHEV32 E GT. Entre as peças que comtemplam apenas a nova versão, estão itens mecânicos, e principalmente, de acabamento.

Os outros 4% e 3% de componentes dos veículos restantes, equivalem a peças que não são consideradas “de giro”, ou seja, não são solicitadas com frequência. Nesses casos, recorre-se à importação dos dois armazéns no continente asiático.

O tempo de espera para que essas peças cheguem ao Brasil? De duas semanas a quatro meses, dependendo do pedido e do meio de transporte, como detalharemos abaixo.

GWM Ora 03 Skin: é possível encontrar motor e bateria do compacto à disposição dos proprietários no estoque em Cajamar (SP) — Foto: Renato Durães
GWM Ora 03 Skin: é possível encontrar motor e bateria do compacto à disposição dos proprietários no estoque em Cajamar (SP) — Foto: Renato Durães

Quanto a possibilidade de nacionalizar as peças dos produtos, a GWM diz que já iniciou conversas com fornecedores brasileiros. Os pneus são um exemplo. Segundo a empresa, três fornecedores já foram homologados antes mesmo da pré-produção em Iracemápolis ter sido iniciada.

Outro ponto importante para a nacionalização de peças é que a GWM do Brasil quer se tornar fornecedora para outros mercados na América Latina.

Por fim, a fabricante também será contemplada pelo plano Mover, que beneficia as marcas de acordo com o nível de nacionalização de seus produtos.

Pontes aérea e marítima

Como mencionado, o período para chegada das peças da fabricante ao Brasil é de duas semanas a quatro meses. A variação do prazo é explicada pela urgência do pedido e o meio de transporte entre continentes, que pode ser aéreo ou marítimo.

Assim, para casos em que a necessidade de peça é para um veículo que não pode rodar até receber o reparo, por exemplo, a urgência no atendimento pode ser aplicada. O envio em prazos mais longos, portanto, fica salvo às situações normais de reposição de estoque em concessionárias e reabastecimento do centro de distribuição na região metropolitana de São Paulo.

Capô do GWM Ora 03 no centro de distribuição de peças em Cajamar (SP) — Foto: Júlia Maria Toledo/Autoesporte
Capô do GWM Ora 03 no centro de distribuição de peças em Cajamar (SP) — Foto: Júlia Maria Toledo/Autoesporte

Chegada de novos produtos

Ainda não é possível cravar com exatidão quando o portfólio da GWM ganhará novos produtos para o Brasil, mas sabe-se que outro SUV da família Haval, H4, e uma picape híbrida, Poer, estão na fila para chegarem ao mercado brasileiro.

Segundo Alex Agostinho, responsável pelo controle dos estoques das concessionárias da marca, o sistema de controle do depósito é flexível e está preparado para a expansão que novos lançamentos exigem: "A atualização é constante. Hoje só temos dois carros, mas com a chegada de novos, a matriz do sistema vai perceber o perfil de consumo de acordo com a região", destaca.

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