Manutenção de automóveis
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Apoiar o pé esquerdo no pedal da embreagem ou dirigir com a mão na alavanca de câmbio (em versões com câmbio manual) são alguns dos hábitos que prejudicam a durabilidade de um carro. Obviamente, desejamos que nossos veículos durem por muito tempo e com o mínimo de dores de cabeça com manutenções. Por isso, Autoesporte conversou com Erwin Franieck, presidente do Instituto de Tecnologia e Inovação da SAE Brasil, para mostrar 5 hábitos ruins que podem prejudicar o motor de um carro.

1- Não trocar o óleo

De acordo com Franieck, o óleo lubrificante é fundamental para o bom funcionamento do motor, seja ele naturalmente aspirado ou turbinado. A substituição deve ser realizada dentro do prazo determinado pelo fabricante, que pode ser tempo ou quilometragem.

Fabricantes estipulam prazo de durabilidade do óleo lubrificante, que pode ser por tempo ou quilometragem  — Foto: Tim Mossholder/Unsplash
Fabricantes estipulam prazo de durabilidade do óleo lubrificante, que pode ser por tempo ou quilometragem — Foto: Tim Mossholder/Unsplash

“A troca de óleo e filtros no período correto é fundamental. Utilizando lubrificante correto e com as suas propriedades mantidas, o motor não será afetado”, afirma Franieck. O mesmo vale para os filtros. “O filtro de ar em mau estado pode permitir a entrada de impurezas no motor, causando o desgaste da camisa, dos anéis do pistão e das válvulas”, explica.

2- Não encher o reservatório do arrefecimento

Também é importante ficar atento ao reservatório do arrefecimento. “Se notar que a água está baixando de nível, pode ser indício de um problema sério que deve ser verificado. O sistema de arrefecimento é tão importante para o motor quanto o óleo”, diz.

Ficar completando o reservatório não adianta e “a cada dia que passa, esse problema pode danificar um componente, como o cabeçote, por exemplo. E se ele empenar, não terá a capacidade de vedação adequada, resultando em vazamentos de óleo ou água, e geralmente falhas no motor”, completa.

Vale lembrar que não é indicado completar o nível com água de torneira. O correto é utilizar um fluido próprio para o arrefecimento, que utiliza água desmineralizada em sua composição.

3- Abastecer com combustível adulterado

Claro que o combustível não pode ficar de fora dessa lista, pois a ingestão de combustível adulterado também prejudica o bom funcionamento do motor e pode comprometer o veículo. Fique atento a sinais como falha na partida, motor “engasgando” ou até aumento no consumo.

4- Rodar pouco

Aliás, rodar pouco também não é nada bom para o motor. “Não deixe o carro parado por muito tempo, porque os líquidos acabam se degradando e perdem suas propriedades. Vira um efeito cascata. A recomendação é rodar pelo menos uns 20 ou 30 minutos uma vez por semana para que todos os fluidos circulem pelo sistema. Isso ajuda a evitar, por exemplo, o ressecamento das borrachas das mangueiras”, explica o especialista.

Dirigir de 20 a 30 minutos pelo menos uma vez por semana ajuda na circulação dos fluídos do sistema de um veículo — Foto: Getty
Dirigir de 20 a 30 minutos pelo menos uma vez por semana ajuda na circulação dos fluídos do sistema de um veículo — Foto: Getty

Por isso as pessoas que guardam carros antigos drenam todos os sistemas. “Depois de seis meses parado, a gasolina já perde sua capacidade original de queima”.

5- Dar partida rápida no motor

A última dica é relacionada à partida do motor. Não é mais necessário ligar o carro e ficar 5 minutos esperando ele “esquentar”. Mas isso não significa ligar e sair arrancando da garagem.

“Nos primeiros segundos os sistemas não estão todos lubrificados. Lembre-se que o óleo escorre todo para o cárter quando o carro fica parado e, ao dar a partida, ele precisa voltar a circular. Ou seja, dê a partida e no tempo de colocar o cinto de segurança, ajustar os retrovisores e ligar o rádio você já pode sair, mas espere a temperatura do motor atingir a temperatura ideal de trabalho para acelerar mais forte".

“Em uma viagem a recomendação é a mesma caso você pare por mais de 30 ou 40 minutos. Portanto, depois que voltar para o carro, dê a partida e dirija sem forçar demais após as paradas”. Essas são preocupações importantes para quem deseja ficar muitos anos com o carro — e rodando.

Bônus

Muitos motoristas gostam de manter o veículo impecável por fora e por dentro, assim como sob o capô. No entanto, esse hábito de lavar o motor pode trazer consequências desagradáveis. Os carros evoluíram e a quantidade de componentes eletrônicos está maior.

Lavar motor sem o uso de materiais impermeáveis pode danificar componentes elétricos do conjunto — Foto: Clément N./Unsplash/Reprodução
Lavar motor sem o uso de materiais impermeáveis pode danificar componentes elétricos do conjunto — Foto: Clément N./Unsplash/Reprodução

Ao aplicar um jato de água diretamente no motor, podem ser danificados o módulo da central eletrônica e os fusíveis, por exemplo. As empresas que prestam os serviços de lavagem de motor fazem um isolamento com sacos plásticos ou materiais impermeáveis.

Estacionar o carro sob árvores pode comprometer a pintura, seja pela queda de frutas, seiva ou excrementos de animais. Além disso, galhos ou até mesmo a árvore inteira podem cair e danificar seriamente o veículo, especialmente em períodos chuvosos em São Paulo.

Outras práticas são cruciais para a longevidade do seu veículo, incluindo realizar periodicamente o alinhamento e o balanceamento dos pneus, bem como manter a calibragem adequada. Esses cuidados garantem não apenas uma condução segura e confortável, mas também evitam o desgaste irregular dos “borrachudos”, prolongando sua vida útil.

Além dos cuidados com o motor, alinhamento, balanceamento e calibragem dos pneus são práticas importantes para preservar o veículo — Foto: Divulgação
Além dos cuidados com o motor, alinhamento, balanceamento e calibragem dos pneus são práticas importantes para preservar o veículo — Foto: Divulgação

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