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Artista ingl�s Julian Opie trabalha com LED e prepara obras para o Brasil

"Essa avenida (Paulista) parece movimentada, n�o?", questiona o artista Julian Opie, 55, de dentro de seu est�dio, na bem mais pacata Leonard Street, em Londres. A pergunta � ret�rica, porque ele far� a principal via de S�o Paulo ficar um pouco mais cheia em breve: Opie trar� em novembro tr�s pain�is de LED que mostrar�o 11 pessoas e um cavalo (sim, um cavalo) circulando pelas paredes do pr�dio da Fiesp e pela alameda das Flores, atravessando a rua.

A arte de Julian Opie provavelmente n�o pintar� na sua cabe�a apenas ao ler seu nome. At� porque ele n�o tem rosto. A estrela das artes pl�sticas n�o se deixa fotografar. "N�o gosto, prefiro que vejam meu trabalho", justifica. Ent�o, vale a refer�ncia mais pop ligada a seu nome: a capa do disco "Blur: The Best Of", da banda brit�nica Blur, do vocalista Damon Albarn, lan�ado em 2000. Nele, Opie retrata os integrantes do grupo no estilo que o consagrou na pintura: contornos de linha grossa e negra para reproduzir os olhos e o rosto. E tudo com o uso da tecnologia, misturada um pouco com arte japonesa, hist�rias em quadrinhos e quadros do s�culo 18.

O p�blico n�o ver� o criador na segunda edi��o do SP Urban Digital Festival, que acontece de 4 a 28 de novembro. Ele mandar� a S�o Paulo apenas membros da sua equipe, j� que estar� nos EUA. Ou melhor, at� ver�, mas s� em sua arte: "Este aqui sou eu", aponta para a tela do computador. Opie "transporta" a imagens de amigos, funcion�rios e dele pr�prio para compor suas imagens. E tamb�m transeuntes de pa�ses como Canad�, Estados Unidos, Jap�o e It�lia, onde trabalhos similares j� foram exibidos. Mas o Brasil ver� novidades, conta ele, enquanto conduz Serafina por seu escrit�rio.

No t�rreo, h� uma sala cheia de quadros pintados espalhados pelos cantos em meio a fios e telas com l�mpadas de LED acesas que refletem imagens de pessoas caminhando, parecidas com as que trar� ao Brasil. No segundo andar, onde fica sua mesa de trabalho, h� esculturas pintadas em 3-D. No primeiro, uma equipe de quatro pessoas fica hipnotizada nos computadores.

S�o seus assistentes trabalhando em pe�as de luz. Ele usa o LED, explica, da mesma maneira com que eg�pcios e incas usavam o ouro na sua arte para retratar o cotidiano. "Meu trabalho � simples, n�o precisa ser traduzido, � familiar."

T�o familiar quanto uma can��o do U2, banda para qual ele fez cenografia em 2006, durante a turn� Vertigo. Atr�s de Bono, havia um LED de Opie com um homem correndo sem rumo.

"N�o passo mensagem. Eu sou apenas eu, n�o sou pol�tico, soci�logo ou antrop�logo. N�o sou um grupo de pessoas, n�o fa�o parte de um partido. N�o tenho opini�o, apenas tenho experi�ncias como voc� tem, tenho filhos, feriados, trabalho. Tenho sentimentos."

TUDO O QUE RELUZ

Al�m das exposi��es viajantes, o trabalho de Opie pode ser visto na galeria Tate, em Londres, no MoMA, em Nova York e no Museu de Arte de Osaka, no Jap�o. "Eu quero que as pessoas vejam, gastem tempo s� para olhar. Apenas vejam o trabalho e pensem."

Opie compara seu trabalho com o dos povos antigos, os incas, os maias. Tamb�m � poss�vel identificar essa influ�ncia antiga nas esculturas que retratam a figura humana, como nas pe�as inspiradas nos frisos em alto e baixo-relevo usados em edifica��es gregas e romanas, por exemplo.

"Se voc� olhar para a Gr�cia, por exemplo, a imagem em frisos est� em todo lugar, com as pessoas lutando, marchando, em templos, nos cavalos. Tudo na arquitetura." Ele tamb�m coloca a arte na parede de pr�dios, mas com ajuda da tecnologia, ainda que veja com cautela o seu avan�o.

D� como exemplo a revolu��o do disco LP para as m�sicas digitais acess�veis por telefone celular. V� o lado bom, da variedade, mas tamb�m o negativo, que pode impedir que uma obra musical receba a aten��o que merece.

Ele explica: "As coisas mudam muito rapidamente. A tecnologia � fant�stica, n�s podemos viajar pelo telefone em diferentes maneiras, ouvir qualquer m�sica do mundo. Agora, o mais dif�cil para os mais jovens � que eles devem escolher qual m�sica ouvir. Antes, voc� ia ao shopping, comprava um LP, levava para casa e ouvia com os amigos em volta. Voc� tinha, sei l�, dez �lbuns para ouvir. Agora voc� tem todas as m�sicas. O problema � escolher".

� o que parece acontecer com o artista e os pa�ses em que exp�e. Perguntado se ele conhecia o Brasil, responde: "N�o, j� estive na Venezuela, mas n�o � a mesma coisa, �?". N�o.

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