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Estilistas com ascend�ncia asi�tica se destacam na SPFW e no mercado nacional

Olhe de perto e voc� ver� mais pontos em comum entre Karen Fuke, Fernanda Yamamoto, Cynthia Hayashi e Yoon Hee Lee do que os olhos entregam. N�o os seus, os delas.

As quatro estilistas de origem asi�tica –todas descendentes de japoneses, menos Yoon, coreana de nascen�a- s�o a imagem e semelhan�a de uma moda brasileira que foge dos estere�tipos aos quais ela costuma ser associada.

N�o s�o bananas e praias que estampam suas roupas, mas o m�todo, a medida certa para as vendas e a t�cnica de constru��o (e desconstru��o) comuns � moda do Oriente. Fernanda e Karen ter�o suas cole��es na pr�xima SPFW.

Pablo Saborido
Yoon Hee Lee, Karen Fuke, Cynthia Hayashi e Fernanda Yamamoto (esq. p/ dir.) trazem a �sia para o Brasil vestir
Yoon Hee Lee, Karen Fuke, Cynthia Hayashi e Fernanda Yamamoto (esq. p/ dir.) trazem a �sia para o Brasil vestir

A influ�ncia da moda asi�tica � vis�vel nas dobraduras de origami e no trabalho minucioso de modelagem que Fernanda Yamamoto, 34, utiliza para construir as roupas. T�cnicas que aprendeu ainda na �poca em que era assistente de Jum Nakao, outro estilista brasileiro descendente de japoneses.

"Somos super perfeccionistas. Acho que, mais do que influ�ncia est�tica, o m�todo e a paci�ncia nos diferem dos outros designers", diz Fernanda.

Fernanda mant�m uma �nica loja em S�o Paulo e integra a fatia dita "autoral" da moda nacional. N�o vende quilos dos vestidos trabalhados � m�o que desfila. No entanto, mant�m uma vasta cole��o de roupas mais simples nas araras e um espa�o dedicado aos jovens estilistas.

"Estou menos preocupada com a quantidade e mais com a qualidade. Aqui [na Vila Madalena, onde fica sua loja] n�o sou mais uma marca em um shopping center", diz.

PARIS x JAP�O

Karen, 36, � neta de japoneses, mas a influ�ncia oriental veio tamb�m de um �rabe: Tufi Duek, de quem herdou a dire��o criativa da Triton, em 2008, quando ele vendeu a grife para a AMC T�xtil.

"Tufi sempre foi louco pelo Jap�o. Muitas marcas de l� serviram de refer�ncia para o estilo adotado pela

Triton nos anos 1980 e 1990. Ele gostava de uma imagem limpa. J� eu viajava em bordados, nervuras e alfaiataria", diz a estilista. "Na verdade, ele era mais japon�s que eu."

Foi Karen quem posicionou a marca, famosa pelas cal�as jeans e camisetas, no ranking das mais inventivas.

"Mas h� quem diga que foi Paris Hilton quem alavancou as vendas", ironiza. A cole��o que a socialite americana desfilou em 2010 foi sucesso de vendas e elogiada pela cr�tica. "Foi um divisor de �guas. Limpei a imagem das roupas e, infelizmente, a �rea comercial decidiu colocar aquela mo�a na passarela."

A discri��o nip�nica de Karen entrou em rota de colis�o com a famosa loucura de Paris. "Ela era um estorvo. Encucava com os sapatos, tivemos que fazer m�gica para conseguir outros. Ela reclamava de tudo. Mas, no fim, sua presen�a repercutiu bem nas vendas. Foi tudo bem."

"Acho que minha veia japonesa est� na busca por resultados", diz Cynthia Hayashi, 26, que venceu, em 2011, o "Projeto Fashion", reality show com estilistas apresentado por Adriane Galisteu na TV Bandeirantes.

"Depois de ganhar o pr�mio, tive de baixar minha bola para n�o achar que era a melhor estilista do mundo. Foquei no que o p�blico esperava de mim na �poca e deu certo."

As pe�as minimalistas de alfaiataria que acompanham uma variedade de blusas com estampas s�o o forte de sua marca, a CYN, vendida em multimarcas de 17 Estados e que, neste m�s, ganhou uma loja online. "J� fiz cole��es com temas orientais, mas n�o os exploro mais", diz Cynthia. Para logo se corrigir: "Quer dizer, o pr�ximo inverno tem uma estampa oriental. �, isso n�o sai da gente..."

P�S NO CH�O

Desapegar da heran�a asi�tica pode ser mesmo dif�cil, principalmente quando costumes e tradi��es ainda fazem parte do cotidiano. Que o diga a coreana Yoon Hee Lee.

Rec�m-formada pela faculdade Santa Marcelina, Yoon, 25, � uma das apostas da nova gera��o de designers da Casa de Criadores, evento de desfiles voltado para jovens talentos. Mas, apesar do sucesso profissional, ainda n�o consegue escapar das cobran�as da fam�lia tradicional.

"Meus pais acham que estou ficando velha e que tenho que arranjar logo um marido", brinca a estilista, que vai lan�ar sua marca hom�nima no come�o do ano que vem.

Em seu �ltimo desfile, em junho, ela abrasileirou as gueixas, encurtando quimonos e jogando com telas de palha e estampas de bichos como drag�o e pav�o. Elogiada pela ousadia, ela mant�m os p�s, tamanho 33, no ch�o.

"Meus pais t�m uma confec��o no Bom Retiro [bairro paulistano de onde saem cerca de 60% da moda feminina vendida no pa�s] e parte da minha linha comercial ser� desenvolvida ali", diz
Yoon, que tamb�m trabalha como estilista freelancer para fornecedores de tecidos chineses.

"Estou investindo nesse que � um mercado diferente e novo no Brasil", diz. "Agora, que estou 'velha', n�o � justo que dependa da minha fam�lia. Me viro sozinha." Muito bem. E sem marido.

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