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12/01/2013 - 03h05

Tr�s anos ap�s tremor, Haiti tem 350 mil em acampamentos

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RENATO MACHADO
COLABORA��O PARA A FOLHA, DE PORTO PR�NCIPE (haiti)

Tr�s anos ap�s o terremoto que destruiu a capital do Haiti e matou 220 mil pessoas, um dos principais s�mbolos da trag�dia come�a a desaparecer da vista dos haitianos. Foram extintos recentemente grandes campos onde haitianos viviam em barracas, que tomavam pra�as e at� o est�dio de futebol.

O problema, no entanto, ainda n�o acabou, j� que, "escondidos", ainda existem 357 mil nessas condi��es. E n�o h� defini��o clara de quando isso vai ter fim.

Logo ap�s o terremoto de 12 de janeiro de 2010, haitianos que perderam as suas casas foram destinados a "campos de deslocados", que se espalharam por diversas �reas de Porto Pr�ncipe.

Estima-se que 1,5 milh�o de pessoas tenham passado a viver dessa forma nos meses ap�s a trag�dia.

Renato Machado/Folhapress
Charlie Saint Louis e sua mulher, Mone Pierre, em barraca onde vivem desde o terremoto
Charlie Saint Louis e sua mulher, Mone Pierre, em barraca onde vivem desde o terremoto

No segundo semestre do ano passado, o governo do Haiti concluiu um programa-piloto para tentar acabar com os campos de deslocados.

Com um investimento total de US$ 49 milh�es (R$ 98 milh�es), seriam feitas melhorias em 16 bairros atingidos pelo terremoto para que os moradores pudessem retornar. Al�m disso, seriam fechados seis campos, meta que foi superada.

Entre os fechados est�o o da pra�a Champs de Mars (ao lado do Pal�cio Nacional), dois na �rea nobre de P�tionville, um na antiga Primatura (gabinete do primeiro-ministro e outros minist�rios, que ruiu com o terremoto) e o que ocupava os gramados do Est�dio Nacional Sylvio Cator. Para deixar esses locais, as pessoas receberam por um ano aux�lio-aluguel.

"O programa foi um sucesso at� agora, mas precisamos de mais recursos para continuar. N�o temos mais a ajuda que existia logo ap�s o terremoto", disse Cl�ment B�lizaire, diretor da divis�o do governo haitiano respons�vel pelo programa.

B�lizaire afirma que existe um plano para fechar em quatro anos todos os campos de deslocados restantes, realocando as 84 mil fam�lias que vivem nessa situa��o.

O grande problema � que o investimento necess�rio � de US$ 84 milh�es, e o governo haitiano tem apenas US$ 20 milh�es para esse fim.

ESCONDER O PROBLEMA

Apesar de ter conseguido fechar alguns campos, o programa recebeu cr�ticas --a principal, a de que os lugares escolhidos para as a��es s�o �reas centrais ou nobres da regi�o de Porto Pr�ncipe.

Entidades de direitos humanos afirmam que, para mostrar resultado � comunidade internacional, desapareceram as barracas perto de hot�is, do governo e do aeroporto. Por outro lado, a alguns metros da principal via de acesso ao aeroporto, continua existindo um com cerca de 50 mil pessoas.

"Os lugares foram escolhidos estrategicamente. Por isso os campos fechados ficam perto da sede do governo ou em P�tionville, onde se hospedam muitos jornalistas que v�o ao Haiti", disse a americana Nicole Philips, do Instituto para a Justi�a e Democracia no Haiti. Ela tamb�m destaca que houve poucas melhorias nos bairros.

A mesma vis�o t�m muitos moradores dos campos de deslocados. "A preocupa��o do governo � s� em deixar bonito do lado do pal�cio", disse Edouard Louis, que vive num dos campos.

O governo haitiano rebate ao afirmar que o programa foi apenas um piloto. "Escolhemos os campos seguindo uma metodologia, porque eles n�o eram muito grandes. E demos prefer�ncias para desocupar pra�as, escolas e �reas de risco", completa B�lizaire.

 

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