Infla��o desacelera em outubro, mas volta a superar teto da meta
A infla��o oficial do pa�s ficou em 0,42% em outubro e desacelerou em rela��o a setembro, quando foi de 0,57%, divulgou na manh� desta sexta-feira (7) o IBGE. A taxa foi a menor para um m�s de outubro desde 2009 (0,28%).
O IPCA (�ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo) ficou abaixo da m�dia das estimativas dos analistas consultados pela ag�ncia Bloomberg, de 0,48%.
Em mar�o, a infla��o oficial atingiu seu maior patamar no ano, de 0,92%. Em seguida, teve trajet�ria descendente at� julho, quando o �ndice foi de 0,1%, e voltou a subir em agosto (0,25%) e setembro (0,57%).
No acumulado em 12 meses at� outubro, o IPCA registrou taxa de 6,59% e voltou a superar o teto da meta, de 6,5%. O �ndice em 12 meses foi mais baixo do que a estimativa m�dia dos analistas, de 6,66%.
Outubro foi a quarto m�s no ano em que a taxa acumulada superou o teto. Os outros foram junho (6,52%), agosto (6,51%) e setembro (6,75%). No m�s passado, o acumulado em 12 meses foi o mais alto desde outubro de 2011. J� em julho, o IPCA bateu no teto, mas n�o o superou.
De janeiro a outubro, a taxa foi de 5,05%. A varia��o acumulada no ano foi a menor para o per�odo desde 2006.
GRUPOS
Sete dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram percentual de crescimento de pre�os em outubro inferior ao verificado em setembro.
O grupo alimenta��o e bebidas foi o que mais contribuiu para a desacelera��o do �ndice na passagem de um m�s para o outro– caiu de 0,78% para 0,46%.
Os destaques foram a cebola, que teve queda de 12,60%, a batata inglesa (-5,97%) e o feij�o mulatinho (3,75%). Metade dos 18 itens apurados no grupo alimenta��o tiveram defla��o.
CARNE
Ainda que diversos itens tenham tido queda no grupo de alimentos, a carne bovina foi o principal motivo de press�o para baixo.
A carne em outubro aumentou de pre�o em 1,46%, enquanto em setembro a alta foi de 3,17%. � o item dentro de alimenta��o que tem maior peso no �ndice apurado pelo IBGE, de 2,67%.
De acordo com a coordenadora de �ndices de Pre�os, Eulina Nunes dos Santos, as carnes sofreram o impacto, entre outras coisas, da redu��o dos pre�os das commodities no mercado internacional– a soja, por exemplo, � usada na alimenta��o do gado. A t�cnica do IBGE explicou tamb�m que a carne teve uma queda de demanda.
"As carnes vinham aumentando muito, principalmente por conta de exporta��o. Nesse m�s de outubro houve uma redu��o [de demanda] no mercado internacional e tamb�m uma rea��o do consumidor interno porque os pre�os estavam excessivamente altos, o que faz com que as pessoas substituam por prote�nas mais em conta", disse Santos.
TRANSPORTES
Depois dos alimentos, habita��o e transportes foram os que mais seguraram a alta dos pre�os. O crescimento da habita��o em outubro foi de 0,68%, mais baixo do que os 0,77% de setembro.
J� os transportes, que tinham subido em setembro 0,63%, tiveram alta de 0,39%. Passagens a�reas foi o item que mais desacelerou, ao apresentar alta de 1,94% outubro depois de ter subido 17,85% no m�s anterior.
Segundo Santos, um dos motivos para a desacelera��o das passagens foi o aumento da oferta de v�os no per�odo.
"Houve movimentos anteriores provocados pela Copa do Mundo de altas fortes. Isso fez com que em setembro o resultado fosse bastante elevado e ao que tudo indica outubro trouxe uma certa normalidade."
Dentro do item transportes, os combust�veis foram indicadores de press�o nos pre�os. Gasolina e etanol tiveram o mesmo percentual de alta de pre�os, de 0,18% em outubro, quando no m�s anterior tinham verificado queda, respectivamente, de 0,07% e 0,01% em setembro.
Segundo Santos, a cada 1% de aumento dos combust�veis na bomba, ele impacta 0,04 ponto no �ndice de infla��o.
GASOLINA
Reportagem da Folha publicada nesta sexta-feira (7) mostra que o reajuste de 3% no pre�o da gasolina e de 5% no do diesel nas refinarias, anunciado pela Petrobras na quinta-feira, ter� um impacto estimado em 0,11 ponto percentual na infla��o do ano.
Segundo an�lise da consultoria Gradual, o IPCA chegaria a 6,46% em 2014 -pr�ximo do teto da meta, de 6,5%.
O aumento est� em vigor desde a 0h desta sexta (7).
A Folha apurou que a presidente da Petrobras, Gra�a Foster, havia feito, no encontro, uma apresenta��o que trazia o percentual de 8%.
Segundo o governo, o reajuste menor –chamado internamente de "simb�lico"–deve evitar que a infla��o estoure o teto da meta neste ano.
PRESS�ES EM NOVEMBRO
Em novembro, a infla��o sofrer� impacto da alta dos combust�veis, da energia el�trica e tamb�m do c�mbio.
Duas altas programadas para as tarifas de energia– 17% no Rio e 20,61% em S�o Paulo– devem puxar a infla��o para cima em novembro, j� que o item tem peso de 2,90% no indicador.
O tamanho do impacto do c�mbio, se n�o pode ser mensurado ainda, � ao menos garantido. De acordo com a t�cnica do IBGE, produtos como eletrodom�sticos e autom�veis, que t�m componentes importados, sofreram com a valoriza��o do d�lar. O mesmo pode ocorrer com os alimentos, j� que adubos e fertilizantes tamb�m possuem itens importados em seu processo de produ��o.
NO ANO
Energia el�trica, eletrodom�sticos e empregados dom�sticos tamb�m v�m contribuindo para a alta do IPCA ao longo do ano.
A energia el�trica tem pesado no bolso dos consumidores depois de um per�odo de um ano de tr�gua. A varia��o de janeiro a outubro � de 14,55% e no acumulado em 12 meses, de 16,77%.
O mesmo ocorre com os eletrodom�sticos– tiveram desacelera��o de setembro para outubro, mas est�o entre os maiores avan�os no ano, de 10,52% e de 13,24% no acumulado em 12 meses.
J� empregados dom�sticos subiram 9,29% no ano e 11,29% em 12 meses. "Empregados dom�sticos j� v�m aumentando de pre�o e o sal�rio m�nimo t�m crescido acima da infla��o", explicou Santos.
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