Gasolina vai subir 3%, e diesel, 5%, diz Petrobras
A Petrobras informou que ir� reajustar a gasolina em 3% nas refinarias a partir da 0h desta sexta-feira (7). O diesel sofrer� aumento de 5%, tamb�m nas refinarias.
O an�ncio foi feito nesta quinta (6) em comunicado enviado � CVM (Comiss�o de Valores Mobili�rios). Este � o primeiro reajuste desde 29 de novembro de 2013.
O presidente do Sincopetro (sindicato dos postos), Jos� Alberto Gouveia, disse que o repasse para o consumidor dever� ficar "um pouco abaixo" do reajuste aplicado nas refinarias para as distribuidoras. "No �ltimo aumento, que foi de 4%, o repasse na bomba foi de cerca de 3%", disse.
A Petrobras havia recebido na ter�a (4) o aval do ministro da Fazenda Guido Mantega, presidente do conselho de administra��o da empresa, para reajustar os combust�veis. Na ocasi�o, o ministro havia pedido � empresa que o valor n�o divulgasse o an�ncio no dia, segundo a Folha apurou.
No dia seguinte, a Petrobras havia informado ao mercado que "a orienta��o do CA [Conselho de Administra��o] tem sido pela manuten��o dos n�veis de pre�os. At� o momento, n�o h� data ou percentual definidos para
o reajuste no pre�o da gasolina e do diesel".
A presidente da Petrobras, Maria das Gra�as Foster, fez uma apresenta��o ao grupo, em Bras�lia, em que mostrava proje��es com o percentual de 8% de reajuste. O esperado era que o aumento para a gasolina ficasse em 5%. Para o diesel, esperava-se um aumento de 6% a 7%.
AUMENTO NEGOCIADO
Pelo estatuto da Petrobras, a decis�o pelo reajuste dos combust�veis � da diretoria-executiva da empresa, liderada pela presidente Maria das Gra�as Foster.
Na pr�tica, por�m, o aumento � negociado junto ao governo, uma vez que a concess�o traz impactos inflacion�rios, e depois a proposta � apresentada aos conselheiros. A Uni�o controla a Petrobras e, nessa condi��o, nomeia sete dos dez conselheiros.
Como depende do aval do governo, a Petrobras n�o reajusta imediatamente os combust�veis conforme as oscila��es do mercado internacional.
Nos �ltimos quatro anos, as perdas para a Petrobras com a pol�tica de n�o reajuste imediato dos combust�veis s�o calculadas em R$ 60 bilh�es, segundo a corretora Gradual.
PRE�OS
Neste ano, os combust�veis permaneceram a maior parte do tempo com pre�o abaixo da cota��o internacional, chegando, em alguns casos, a uma defasagem de 20%.
Com a queda no pre�o mundial do petr�leo, da faixa de US$ 100 para US$ 85 o barril, no �ltimo m�s, a perda di�ria da Petrobras praticamente deixou de existir.
At� a semana passada, �ltimo dado dispon�vel, a gasolina estava 1% mais cara no Brasil do que no exterior. J� o diesel, tinha defasagem de 4,5%.
Apesar da menor defasagem, analistas dizem que o reajuste � necess�rio para recompor parcialmente as perdas de caixa dos �ltimos anos.
A defasagem foi um dos fatores que contribu�ram para a d�vida l�quida da empresa crescer 237% nos �ltimos cinco anos, de R$ 71,5 bilh�es para R$ 241,3 bilh�es.
Segundo Adriano Pires, presidente do CBIE (Centro Brasileiro de Infra-estrutura), o aumento publicado pela Petrobras n�o produzir� efeito significativo sobre as perdas acumuladas pela estatal ao longo do ano.
O executivo afirma que, para reverter esse preju�zo at� o final do ano, os reajustes precisariam ser de 20% para a gasolina e para o diesel.
Ele avalia que sempre que h� um aumento dos combust�veis h� um desgaste com a popula��o e, devido � pequena eleva��o dos pre�os, perdeu-se uma oportunidade de trazer equil�brio ao setor.
"J� que o governo quis conceder esse aumento in�til � Petrobras, deveria ter retornado a Cide (Contribui��o de Interven��o no Dom�nio Econ�mico) sobre os combust�veis. Isso ajudaria a reequilibrar as contas de Estados e munic�pios, al�m de premiar o etanol", afirma.
A Cide � um imposto incidente nos combust�veis f�sseis que foi zerado em 2011 como contrapartida a um aumento feito pela Petrobras. O governo decidiu baixar o tributo para permitir que a estatal recompusesse parte da margem perdida com a importa��o de gasolina, que estava mais cara no exterior do que era vendida aqui.
Pires afirma que, com o aumento dos pre�os, a gasolina deve ficar 3% mais cara no Brasil do que no golfo americano, enquanto o diesel est� com pre�o equivalente.
BOLSA
As a��es da Petrobras negociadas na bolsa de Nova York operam em alta de 1,58%, a US$ 10,90, no p�s-fechamento do mercado americano ap�s a estatal anunciar o reajuste. Os pap�is ordin�rios da companhia fecharam o preg�o em queda de 3,85%, cotadas a US$ 10,73.
As a��es chegaram a operar em alta de 2,33% logo ap�s o an�ncio, mas em seguida passaram a subir em ritmo menor.
Na Bolsa brasileira –que fechou antes do an�ncio–, os pap�is preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras perderam 2,36%, a R$ 14,06. o Ibovespa, principal �ndice de a��es nacional, encerrou o dia com perda de 1,98%, para 52.637 pontos.
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