Robusto, sistema Cantareira volta a n�vel anterior � crise da �gua
Zanone Fraissat/Folhapress | ||
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Alana Silva, 25, moradora da zona norte de SP, ainda sofre com falta de �gua em casa |
Maior reservat�rio de �gua da Grande SP, o sistema Cantareira atingiu uma marca simb�lica com a ajuda das intensas chuvas de janeiro: as represas do manancial t�m agora volume semelhante ao do per�odo que antecedeu a grave crise que atingiu o Estado nos anos de 2014 e 2015.
Na manh� desta ter�a (31), o sistema operava com 69,1% de sua capacidade, o que representa 878 bilh�es de litros e inclui tanto o volume dispon�vel neste momento para capta��o como tamb�m as duas cotas de reserva conhecidas como volume morto.
A �ltima vez que o Cantareira teve tanta �gua estocada foi em maio de 2013, ano que � considerado chave para o in�cio da crise da �gua. Em 2013, o principal reservat�rio de S�o Paulo come�ou o ano com 60,4% de sua capacidade e o terminou com somente 43,8% –esse �ndice, na ocasi�o, era o pior fechamento de ano em uma d�cada.
A partir disso, em meio a uma forte estiagem, o Estado mergulhou em uma crise de abastecimento que afetou a rotina de milh�es de moradores, em especial aqueles da regi�o metropolitana de SP.
A VOLTA DO CANTAREIRA - N�vel do sistema, em % da capacidade total (1,3 trilh�o de litros)*
Em 2014, por exemplo, o Cantareira s� piorou, e seu n�vel foi baixando rapidamente. Logo no primeiro semestre, o paulistano passou a ser v�tima de duros racionamentos (com a entrega controlada de �gua), com milhares de pessoas de todas as regi�es da cidade sem fornecimento de �gua durante a noite.
Os casos mais graves ocorriam em bairros mais altos e perif�ricos, o que impactava fortemente a popula��o mais pobre. Em alguns casos, �reas na periferia passavam at� 20 horas sem abastecimento.
Em alguns bairros da regi�o metropolitana, esse fen�meno ainda permanece todos os dias.
Enquanto minimizava o tamanho e os efeitos da crise, o governo Geraldo Alckmin (PSDB), que estava em campanha pela reelei��o, ampliou a rede de distribui��o. Assim, com uma s�rie de obras, bairros que antes eram atendidos apenas pelo Cantareira passaram a receber �gua de outros mananciais, dando maior al�vio ao sistema.
"Isso foi crucial para a melhora do Cantareira. Como o risco de seca � vari�vel entre diferentes reservat�rios, voc� aproveita melhor a disponibilidade h�drica e faz uma gest�o mais eficiente dos
recursos", analisa Carlos Tucci, professor da UFRGS e consultor em hidrologia pela Rhama.
Ranking dos janeiros mais chuvosos
Com essas estrat�gias, a Sabesp, empresa de �guas do Estado, teve ent�o de aguardar a melhora das chuvas, o que s� veio em fevereiro de 2015, quando o governo j� cogitava um rod�zio (corte de �gua).
"Ali percebemos que a situa��o hidrol�gica estava diferente da que hav�amos enfrentado dentro da crise. A partir desse momento [mar�o de 2015], voc� tem meses com boa chuva e meses com chuva n�o t�o boa. Mas, na m�dia, estamos no positivo", disse o superintendente da Sabesp para a regi�o metropolitana da capital, Marco Antonio Lopes Barros.
Em janeiro deste ano, por exemplo, as chuvas sobre o Cantareira ficaram 50% acima da m�dia. Com isso, o reservat�rio teve o maior volume acumulado para um m�s de janeiro desde 2012.
OUTROS RESERVAT�RIOS - No in�cio da crise e agora, em %
NOVO PADR�O
No auge da crise, outra aposta da Sabesp foi a ado��o de incentivos econ�micos para tentar frear o consumo da popula��o. Quem reduzisse o consumo mensal ganhava b�nus. J� quem aumentasse o gasto de �gua recebia uma sobretaxa na conta de �gua.
Para o superintendente da Sabesp, os incentivos ajudaram a criar uma consci�ncia de consumo que perdura at� hoje. "Criou-se um novo padr�o de consumo na cidade. Muito tem a ver com a mem�ria da crise, as pessoas adquiriram novos h�bitos. Por outro lado, h� tamb�m uma retra��o no consumo causado pela crise econ�mica no pa�s."
Para se ter uma ideia, antes a Sabesp retirava cerca de 71 mil litros de �gua por segundo das represas da Grande SP. Atualmente, esse volume � de 61 mil litros por segundo. No Cantareira, antes da crise, se retiravam 32 mil litros por segundo –atualmente s�o cerca de 25 mil litros.
"Resta saber se o Estado de S�o Paulo continuar� incentivando a conserva��o e o uso racional de �gua. Afinal, para a Sabesp, que visa a venda de �gua e o lucro, esse incentivo n�o interessa", analisa Tucci.
�gua enviada por dia para a Grande SP - Em mil litros/segundo
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