Racionamento 'duro' atinge 35% dos moradores de SP, aponta Datafolha
O racionamento de �gua imposto pela gest�o Geraldo Alckmin (PSDB) em meio � crise h�drica atinge de forma dura ao menos 35% dos paulistanos, em especial os mais pobres e com baixa escolaridade, revela pesquisa Datafolha.
Essa � a propor��o de moradores que afirmam ter sofrido interrup��o no fornecimento de �gua em suas resid�ncias em cinco ou mais dias nos �ltimos 30 dias.
Entre os afetados, est� a diarista Cl�udia Nogueira, 35, moradora do bairro do Agreste (zona norte de S�o Paulo). Para ela, ter �gua sempre � quest�o de sa�de, j� que sua sogra passa por tratamento de c�ncer no intestino e necessita de higiene constante.
"Fora a �ltima semana, quando teve �gua por dias seguidos, todo dia falta �gua durante a tarde e a noite", diz.
Pelo levantamento do Datafolha, 14% citaram que sofreram corte de �gua em at� quatro dias no per�odo de um m�s –48% disseram n�o ter ocorrido nenhuma interrup��o do tipo e 3% n�o souberam responder.
Oficialmente, a gest�o tucana diz que a manobra que reduz a press�o nos encanamentos –provocando racionamento– tem prejudicado apenas 1% da popula��o.
Infogr�fico: Datafolha da crise h�drica
NORTE E LESTE
A pesquisa realizada na semana passada mostra ainda que as regi�es da capital paulista mais afetadas pela distribui��o controlada de �gua s�o as zonas norte e leste.
Essas duas �reas s�o as mais dependentes do Cantareira -maior sistema da Grande S�o Paulo, em situa��o cr�tica desde 2014 e que nesta ter�a (3) estava com 12,7% de sua capacidade.
O Cantareira atualmente s� consegue operar com a ajuda de bombas que retiram �gua do fundo das represas –do chamado volume morto.
Na zona leste, por exemplo, 43% dos paulistanos disseram sofrer com a interrup��o de �gua em cinco ou mais dias ao longo de um m�s. Na zona norte, s�o 40% os que se dizem mais prejudicados.
Por exemplo, gente como Z�lia Costa, 46, dona do Bar do Baixinho, na Vila Santista, que precisou estabelecer uma regra que se tornou conhecida por seus clientes: depois das 16h, n�o h� mais descarga no banheiro. "Todo mundo que vem aqui � do bairro. Ent�o j� sabem que, depois de determinada hora, n�o tem como dar descarga. S� se for de balde ou esperar at� o dia seguinte", conta.
J� no centro, os impactos do racionamento s�o bastante reduzidos. Somente 5% relataram esse grau de interrup��o da �gua, de acordo com a pesquisa Datafolha.
As taxas tamb�m s�o mais baixas nas zonas oeste (32%) e sul (28%) da capital paulista, que s�o socorridas pelo reservat�rio do Guarapiranga.
O tempo de dura��o da falta de �gua em um mesmo dia n�o � considerado no levantamento. Segundo a pr�pria gest�o Alckmin, algumas regi�es ficam entre 15 e 20 horas por dia sem �gua.
POBRES
As informa��es de falta de �gua em cinco ou mais dias do m�s indicam que os pobres t�m sido muito mais atingidos pelo racionamento do Estado do que os ricos.
A pesquisa aponta que, entre os que ganham at� dois sal�rios m�nimos, 42% dizem que tiveram torneiras secas com mais frequ�ncia no �ltimo m�s. O �ndice cai para 19% no grupo dos que ganham mais de 10 sal�rios m�nimos.
As regi�es mais perif�ricas sofrem com a redu��o de press�o tanto por quest�es geogr�ficas quanto por causa de falta de infraestrutura nas resid�ncias. As casas da periferia est�o normalmente no fim da rede de distribui��o e muitas vezes em zonas altas, onde � mais dif�cil bombear �gua sem press�o.
O tamanho pequeno das caixas d'�gua ou at� mesmo a falta delas ainda deixa milhares de pessoas muito mais vulner�veis � falta do abastecimento p�blico de �gua.
Para F�bio Mota, 36, que mora na zona norte, s�o os pobres que mais poupam �gua em S�o Paulo. "Quem tem dinheiro sabe que n�o vai faltar �gua para ele."
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