• Por Fernanda Drumond
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Neste refúgio assinado por Paola Ribeiro, a varanda se estende para um pergolado e o piso é revestido com pedra natural (Foto: Juliano Colodeti/MCA Estúdio/Divulgação)

Neste refúgio assinado por Paola Ribeiro, a varanda se estende para um pergolado e o piso é revestido com pedra natural (Foto: Juliano Colodeti / MCA Estúdio / Divulgação)

Ter uma área externa confortável para aproveitar a vista e o contato com a natureza ou a paisagem urbana, desligar-se da correria do dia a dia e relaxar é um anseio de muitas pessoas. “Cada vez mais buscamos integração entre os ambientes internos e externos. Tendências como a natureza dentro de casa e as varandas gourmets abertas para a confraternização são exemplos fortes desse desejo atual”, afirma Danielle Dantas, sócia de Paula Passos no escritório Dantas & Passos Arquitetura.

Áreas externas são, quase sempre, destinadas ao uso coletivo e de lazer em família. Os espaços mais habituais são gazebos, quiosques com espaços de preparo de alimentos, redários, praças ou ambientes de conversa com lareira, área para jogos e pérgolas.

Entretanto, a criatividade não tem limites e os mais interessantes projetos podem ser criados do lado de fora. Mas, para isso, são necessários alguns cuidados especiais. Então, separamos dicas de arquitetos para projetar a área externa perfeita! Confira:

1. Pisos

Para espaços abertos, segundo o arquiteto Bruno Moraes, resistência e durabilidade são essenciais na hora de escolher o piso. Ele indica os modelos cimentícios ou cerâmicos com coeficientes de atrito bem altos (acima de 0,4 para áreas gerais e acima de 0,7 para rampas, áreas de piscinas e outros locais de maior risco). “Sempre busque por modelos antiderrapantes e de alta qualidade no mercado, sua segurança agradece!”, orienta.

Projeto de Denise Zuba no Lago Sul com pedras naturais (Foto: Phill Vaz)

Projeto de Denise Zuba no Lago Sul com pedras naturais (Foto: Phill Vaz / Divulgação)

Existem diversas opções e tipos de pisos para área externa. O arquiteto Gabriel Magalhães, listou os prós e os contras de cada um deles:

Madeira: ótima opção, mas tende a esquentar bastante e, em locais úmidos e com muita chuva, precisam de constante manutenção.

Mármores e granitos: são boas opções. Para áreas externas, o ideal é que sejam usados sem polimento. O mais comum são acabamentos brutos, que garantem uma ótima aderência e evitam acidentes. A depender da pedra, pode absorver sujeira e calor.

Porcelanatos: são boas opções, mas precisam ser do modelo EXT, com camada rugosa. Jamais usar na versão polida. Há ótimas variações de tamanho. Caso sejam utilizados em tons muito claros, podem criar uma superfície rebatedora de luz, gerando desconforto visual. A característica rugosa do material impede a limpeza profunda, geralmente acumulam sujeira ao longo do tempo.

Cimentícios: bons materiais. Com o avanço da indústria, há diversos formatos e padrões (inclusive simulando madeira). São quase sempre atérmicos e antiderrapantes, mas também tendem a absorver sujeira ao longo do tempo e do uso.

Permeáveis: Os pisos permeáveis são ótimas soluções para as grandes pavimentações sem perder a capacidade de escoamento de água do terreno. São revestimentos quase sempre granulados (feitos com pequenas partículas de pedras) e têm ótimo resultado estético.

E os pisos vinílicos e laminados?
Seja qual for o formato  – régua, placa e manta – e o método de aplicação – colado ou clicado –, os pisos vinílicos e laminados foram desenvolvidos exclusivamente para decoração de interiores.

2. Revestimentos de parede

Para os revestimentos de parede, Gabriel alerta para evitar modelos muito claros e refletivos em superfícies grandes, para não refletir muito a luz do sol, o que pode incomodar a vista. "Em áreas de muita chuva, umidade e salinidade, deve-se evitar também os revestimentos com muita textura. Assim, a possibilidade de criação de limo e a presença de patologias por umidade tende a ser menor", ensina.

Imagem compartilhadas por Mari Palma (Foto: Reprodução / Instagram)

A casa da jornalista Mari Palma, projeto do escritório Spaço Interior. (Foto: Reprodução / Instagram)

3. Como escolher mobiliário

As peças de área externa devem ser resistentes às intempéries. Poltronas e bancos de alumínio são práticos, leves e fáceis de carregar. Já os móveis de fibra sintética, segundo Paula Passos, são similares aos de material natural e possuem como vantagem a resistência e maior durabilidade até para a maresia.

Do lado externo, a mesa champanheira e a concha Kauai trazem mais conforto para o ambiente  (Foto: Claudio Paulino / Divulgação)

No apartamento do comediante Wellington Muniz, o azul turquesa é destaque na área externa (Foto: Claudio Paulino / Divulgação)

De acordo com Danielle Dantas, as peças de ferro também são duráveis, mas mais pesadas e precisam receber uma camada de esmalte protetor para melhor conservação. Modelos de polipropileno ou plástico são leves e fáceis de limpar e existem peças com tratamento UV, que possuem maior durabilidade.

Outra alternativa são os móveis de madeira, que trazem aconchego e aquecem os ambientes, mas devem receber um tratamento especial antes de ficarem expostos no tempo. "Entre as opções, é a que demanda mais manutenção quando exposta ao tempo", comenta Danielle.

4. Piscina ou spa?

Ambos são queridinhos dos brasileiros para as áreas de lazer, mas possuem propostas distintas. Os spas são mais fáceis de serem instalados, mas possuem limite de usuários por vez. As piscinas são mais agregadoras, mas tendem a ser mais dispendiosas tanto na construção quanto na manutenção.

PISCINA | A piscina foi revestida com patrilhas da Atlas> O deck, de Cumaru, foi montado com um futon confortável para os moradores. A escada do deck se transforma em uma chaise com futon e muitas almofadas (Foto: Divulgação / Evelyn Muller )

A área externa é, sem dúvidas, a "menina dos olhos" deste projeto de Alessandra Riera. A profissional buscou setorizar o espaço para aproveitá-lo ao máximo, ficando com área de estar com lareira, espaço gourmet, SPA e piscina (Foto: Divulgação / Evelyn Muller )

5. Iluminação

Para a área externa, Gabriel Magalhães indica uma iluminação discreta, delicada e indireta. "Nunca deve haver excesso de luz nem pontos direcionados para o rosto do usuário. Em áreas abertas, deve-se ter cuidado com a altura dos pontos de luz, para não ofuscar o rosto de quem caminha. Em áreas muito próximas à faixa de areia da praia (em que existe desova de tartarugas marinhas), deve-se ter mais cuidado ainda no excesso de iluminação, para não influenciar no processo natural", aponta o arquiteto.

6. Paisagismo

Próximo à piscina, o jasmim-manga sombreia o spa e marca a transição entre o travertino Navona e o deque de cumaru. Ao fundo, capim-do-texas rubro, agapanto e as árvores ipê-branco e pau-ferro (Foto: Evelyn Muller / Divulgação)

Próximo à piscina, o jasmim-manga sombreia o spa e marca a transição entre o travertino Navona e o deque de cumaru. Ao fundo, capim-do-texas rubro, agapanto e as árvores ipê-branco e pau-ferro (Foto: Evelyn Muller / Divulgação)

É muito importante, antes de tudo, contar com a ajuda de um profissional capacitado para executá-lo. É essencial pensar no paisagismo desde o princípio, junto à elaboração do projeto arquitetônico. "Assim, decisões podem ser tomadas de início para preparar o terreno e a irrigação e evitar gastos desnecessários no futuro", comenta Gabriel.

"Além disso, deve-se considerar as características da região, e sempre que possível, dar prioridade ao uso de espécies nativas da região. Assim, a possibilidade da reconstrução de um microclima mais adaptado fica mais fácil", conclui.