• Carol Scolforo | Realização Nuria Uliana
Atualizado em
Editora Globo (Foto: Editora Globo)

Duda e Pedro relaxam no sofá e Alessandro, na namoradeira de couro capitonê de sua marca, Studio
Bergamin. Atrás dele, a tela suspensa por um suporte fica exposta mesmo quando as cortinas se fecham (Foto: Lufe Gomes/Editora Globo)

Os olhos percorrem tudo assim que a porta se abre. Um universo bem particular está à frente. A essência da família Bergamin é tão forte que sobe pelas paredes. Em todas as direções há algo a ser explorado. Não há espaços vazios – e é assim que deve ser, segundo os donos do apartamento de 135 m² em Higienópolis, São Paulo. O arquiteto Alessandro Bergamin, a mulher Duda, engenheira, e o filho Pedro, de 11 anos, contam que a decoração aconteceu sem muitos propósitos desde quando o imóvel virou seu endereço fixo, em 1999.

Com o olhar especializado de Alessandro, o imóvel localizado em um prédio dos anos 1970 rejuvenesceu. Formado em arquitetura, ele carrega no DNA um estilo que mistura e harmoniza incontáveis elementos. Herdou o bom gosto do tio Sig Bergamin, arquiteto famoso exatamente por orquestrar uma profusão de objetos em cenários aclamados. Após algum tempo de trabalho no escritório dele, Alessandro abriu seu Studio Bergamin há cinco anos e nele exibe uma seleção afinada de peças que garimpa e cria. Muitas delas estão em casa, claro.

Soluções improváveis

Mas ali há extras: o jeito diferente de dispor as obras, por exemplo. Entre as janelas do estar há apenas uma pilastra. Impossível colocar um quadro? Nada disso. O arquiteto criou um suporte para que, mesmo com as cortinas fechadas, a tela fique em evidência. Assim seguem várias apostas improváveis. No corredor, uma parede virou galeria de arte, com máscaras de gesso criadas por ele. O tapete vai de uma sala a outra: nada menos que três peças costuradas. Há arte indígena e muita coisa de brechós ou Família Vende Tudo. “Sou curioso. Em lugares onde pouca gente entra, encontro objetos interessantes”, diz ele, mostrando um cristal Lalique ao lado de uma ametista e de uma palha de vassoura, na mesa de centro. Um estilo que amarra tudo é o étnico, pelo mix de estampas.

Mas a prioridade é o conforto porque a família adora receber. Tanto que a disposição de móveis e o humor dos ambientes sugerem descontração. “Usamos bastante cada canto daqui e sempre adicionamos itens. Então tudo se renova”, diz Alessandro, que adora cozinhar. Se faltar entusiasmo, o beagle Capuccino é capaz de festejar (e roer) tudo o que vê. Afinal, uma casa viva tem disso. Nada de frescura, ainda bem.

Editora Globo (Foto: Editora Globo)

A chaise-longue dobrável de palhinha da Preto e Branco foi herança da avó de Duda. Ao fundo, luminária desenhada por Alessandro

Editora Globo (Foto: Editora Globo)

Duda posa no escritório, que tem cadeira Charles Eames dos anos 1950. Acima da mesa, a tela pintada por Jô Soares foi presente do tio de Alessandro, Sig Bergamin. À frente, poltrona estilo club chair, de couro atanado, da Studio Bergamin (Foto: Lufe Gomes/Editora Globo)

Editora Globo (Foto: Editora Globo)

O abajur indiano foi laqueado e recebeu cúpula de ikat, da Studio Bergamin. Atrás dele, fotogragfia de Sebastião Salgado (Foto: Lufe Gomes/Editora Globo)

Editora Globo (Foto: Editora Globo)

Adições de tons vivos fazem bem ao conjunto, como este potiche chinês da Studio Bergamin, com colares indianos (Foto: Lufe Gomes/Editora Globo)

Editora Globo (Foto: Editora Globo)

A mesa Saarinen da sala de jantar fica cercada por cadeiras Thonet ebanizadas. Ao lado, a estante tigrada exibe a coleção de louça inglesa herdada da avó de Duda. Lustre da MVMLustres (Foto: Lufe Gomes/Editora Globo)

Editora Globo (Foto: Editora Globo)

O tom azul Denim, da Sherwin-Williams, nos armários da cozinha é realçado pelo piso vinílico quadriculado. Lanternas japonesas compradas no bairro Liberdade,em São Paulo (Foto: Lufe Gomes/Editora Globo)

Editora Globo (Foto: Editora Globo)

A cabeça de tigre de plástico, da Urban Outfitters, dá boas-vindas à parte íntima. Ali, a parede exibe coleção de máscaras de gesso criadas por Alessandro e chapéu chinês do século 19 (Foto: Lufe Gomes/Editora Globo)

Editora Globo (Foto: Editora Globo)

Revestido de jeans com lavagem e costura, da Studio Bergamin, o quarto do Pedro é marcado por tons de azul. Criado-mudo chinês, da mesma loja e, no piso, kilim da By Kamy (Foto: Lufe Gomes/Editora Globo)

Editora Globo (Foto: Editora Globo)

O banheiro foi renovado com cuba de pé, que segue o clima vintage do prédio, e ganhou paginação geométrica de pastilhas, desenho de Alessandro (Foto: Lufe Gomes/Editora Globo)

Editora Globo (Foto: Editora Globo)

No quarto do casal, a parede revestida de espelhos tem cabeceira alta, da Studio Bergamin. Da mesma loja são os criados-mudos espelhados. No alto, lanterna da L’Oeil (Foto: Lufe Gomes/Editora Globo)

Editora Globo (Foto: Editora Globo)

O cavalinho de pau foi presente de seu avô, quando Alessandro era bebê, e o acompanha desde então (Foto: Lufe Gomes/Editora Globo)

Editora Globo (Foto: Editora Globo)

A padronagem criada por Attilio Baschera e Gregório Kramer para a AGain encantou os moradores e reveste todo o quarto (Foto: Lufe Gomes/Editora Globo)

Editora Globo (Foto: Editora Globo)

De pau-ferro, o móvel foi revestido de couro acamurçado, design de Alessandro Bergamin. Ao fundo vê-se a cortina, que mescla margens do tecido da AGain com pink no centro (Foto: Lufe Gomes/Editora Globo)