• Texto Stéphanie Durante
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Coleção de menus transformada em quadros (Foto: Lufe Gomes / Editora Globo)

Sala da empresária Viviana Ximenes, uma das sócias da marca Vi and Co., autora da composição de menus (Foto Lufe Gomes/Editora Globo)

1. Menus de bandeja
A empresária Viviana Ximenes, uma das sócias da marca Vi and Co., teve uma boa ideia para presentear o marido. “Ele começou a colecionar cardápios de restaurantes bem antes de nos conhecermos, mas eles ficavam todos guardados. Aproveitei duas molduras antigas que eu tinha para transformar a coleção em quadros”, conta ela, que colou os itens em uma placa de MDF.

Coleção de câmeras fotográficas (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

No projeto do arquiteto Maurício Arruda, a coleção de câmeras está acomodada no criado-mudo (Foto Edu Castello/Editora Globo)

2. “Olha o passarinho!”
O arquiteto Mauricio Arruda aproveitou o tamanho generoso deste quarto para desenhar um criado-mudo maiorzinho, que lembra um bufê. A peça – executada pela Marcenaria Drumello com acabamento de laca vermelha (L137) da Sayerlack – acomoda a coleção de câmeras fotográficas da moradora e ajuda a organizar as lentes, álbuns e demais equipamentos na parte interna.

Coleção de pinguins (Foto: Lufe Gomes/Editora Globo)

A coleção de pinguins do paisagista Gilberto Elkis começou há 30 anos (Foto Lufe Gomes/Editora Globo)

3. Bem longe do frio
O paisagista Gilberto Elkis iniciou sua coleção de pinguins há cerca de 30 anos. “Visitei o Sea World de San Diego, nos Estados Unidos, e fiquei encantado com a enorme colônia de pinguins. Passei o dia inteiro admirando. Comprei o primeiro ali mesmo, na loja do parque, e não parei mais”, conta ele, que exibe as mais de 200 peças em duas grandes prateleiras de madeira.

Coleção de santas (Foto: Marco Antonio/Editora Globo)

Na casa dos publiciátios Thais Marin e Leo Macias, as santas estão expostas na entrada do apartamento (Foto Marco Antonio/Editora Globo)

4. Proteção para todas as causas
Não tem como visitar a casa dos publicitários Thais Marin e Leo Macias e não notar a coleção de santas logo na entrada do apartamento, que também funciona como galeria de arte. “Nasci na Colômbia, um país extremamente católico. Na casa dos meus avós havia santos espalhados para todos os lados. Há cerca de oito anos, comecei a colecionar imagens de santas como forma de proteção e também para lembrar da minha infância”, conta Leo. As imagens, que já passam de 500 unidades, ganharam um nicho feito sob medida. “Gosto das roupas, do design. Sou apaixonado pelo visual delas”, completa.

Coleção de chapéus (Foto: Evelyn Müller/Editora Globo)

Mais uma do paisagista Gilberto Elkis. Os chapéus decoram o hall de entrada de sua casa (Foto Evelyn Müller/Editora Globo)

5. À mão na saída
Algumas coleções começam por necessidade, caso dos chapéus que decoram o hall de entrada do paisagista Gilberto Elkis. “Como passo muito tempo em áreas abertas, passei a usar chapéus há uns 10 anos para visitar meus projetos. Quando vi, já tinha uma quantidade grande de modelos, de diversos materiais”, conta ele.

Coleção de cerâmicas (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

A coleção de cerâmicas do arquiteto Marcelo Lellis está exposta em um aparador dos anos 1950 (Foto Edu Castello/Editora Globo)

6. Deu branco no décor
O arquiteto Marcelo Lellis escolheu um aparador original dos anos 1950 para exibir sua coleção de cerâmicas. As peças, na grande maioria dos anos 1960 e 1970, foram adquiridas na Alemanha, Espanha, Suécia, Dinamarca, Inglaterra e Itália. “Aproveito minhas viagens para garimpar essas cerâmicas. Gosto de expor as peças em bastante quantidade, porque dá um efeito lindo”, conta.

Coleção de formas de metais (Foto: Marcelo Magnani/Editora Globo)

Na cozinha do arquiteto Marcelo Lellis, as formas de metal se destacam na decoração (Foto Marcelo Magnani/Editora Globo)

7. Reunião rodiziada
Formas de metal garimpadas em diversos países europeus decoram a cozinha do arquiteto Marcelo Lellis. “Sempre quis montar uma loja com objetos exclusivos. Aproveitava minhas viagens para comprar os mais diversos itens e assim montar uma coleção interessante. Juntei várias peças ao longo de 20 anos e hoje vendo tudo isso na Acervo Brutto”, conta ele. Entre os mais de 3 mil itens comercializados na loja, há diversos exemplares de latas, brinquedos, panelas de ágata, vasos e bandejas.

Coleção de pratos (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

As paredes da casa da chef de cozinha Heloisa Bacellar estão tomadas por pratos (Foto Edu Castello/Editora Globo)

8. Memória preservada
Pratos e travessas de diferentes épocas, estilos, tamanhos e cores decoram algumas das paredes da casa da chef de cozinha Heloisa Bacellar. “Minha sogra costumava falar que espaço a gente faz, é só querer. Tenho pratos espalhados pela casa toda, em todos os armários. Já perdi as contas, mas devo ter passado de 400. A maioria eu ganhei de amigos ou parentes, e lembro de tudo: quem me deu e quando ganhei”, conta ela.

Coleção de canivetes (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

O arquiteto uruguaio Ernesto Tuneu exibe sua coleção de canivetes em uma estante baixa de madeira (Foto Edu Castello/Editora Globo)

9. De volta ao passado
Dispostas na estante baixa de madeira, as facas do arquiteto uruguaio Ernesto Tuneu foram reunidas de forma despretensiosa. “Não considero uma coleção, são peças que fui juntando ao longo da vida. Algumas eu trouxe do Uruguai, outras ganhei de amigos, e uma delas é da minha época de escoteiro. Além de servirem de elemento decorativo, elas me trazem boas memórias”, diz.

Coleção de canecas (Foto: Adriana Barbosa/Divulgação)

O arquiteto Rafael Leão, do Studio 3.7, instalou ganchos de ferro em uma placa de MDF para abrigar a coleção de canecas (Foto: Adriana Barbosa/Divulgação)

10. Viajar e bebericar
As moradoras deste apartamento têm o hábito de comprar canecas das cidades que visitam e queriam expor a coleção de uma forma criativa: guardar as peças em uma cristaleira estava fora de cogitação. A solução encontrada pelo arquiteto Rafael Leão, do Studio 3.7, foi instalar ganchos de ferro em uma placa de MDF revestida com folha de freijó. Assim, os itens ficam à mostra e decoram a varanda gourmet.

Coleção de toy art (Foto: LufeGomes/Editora Globo)

A coleção de toy art do designer de interiores Diogo Oliveira é o destaque da sala (Foto LufeGomes/Editora Globo)

11. Meu lado lúdico
O aparador de 5 m de comprimento, que divide as salas de estar e de TV, foi o local escolhido pelo designer de interiores Diogo Oliveira para exibir sua coleção de toy art. “Comecei há oito anos, quando a Playmobil lançou uma linha com bonecos de cerâmica. Hoje tenho cerca de 80 personagens de desenhos e videogame. Pesquiso em sites de fora, vou atrás de colecionadores, estou sempre buscando um modelo novo. Quero livrar uma bancada no escritório para ter mais espaço para eles, é uma paixão”, diz.

Coleção de santos e oratórios (Foto: Edu Castello/Editora Globo)

O arquiteto Rafael Leão, do Studio 3.7, desenhou três modelos diferentes de oratórios para abrigar a coleção de santos da moradora (Foto Edu Castello/Editora Globo)

12. Devoção personalizada
O corredor entre os quartos se transformou em um altar particular graças ao arquiteto Rafael Leão, do Studio 3.7. “A moradora queria reunir sua coleção de santos em um local mais reservado e buscava algo fora do convencional. Desenhei três modelos diferentes de oratórios e criei uma composição para expor as 12 imagens”, afirma ele. Cada casinha de madeira mede 20 x 40 x 12 cm.

Duas perguntas sobre coleções

Por que colecionamos?
“As pessoas tendem a colecionar algo que tenha um significado afetivo: itens que remetam a viagens, a uma determinada época da vida ou a uma referência cultural, por exemplo. Fazemos isso porque, de alguma forma, reconhecemos aquele item como parte da nossa identidade. É como se ele falasse um pouco sobre quem nós somos ou quem nós gostaríamos de ser”, diz Angelita.

Quando é a hora de parar?
“A coleção deixa de ser algo lúdico quando ela foge do controle. O sinal de alerta surge quando a pessoa não deixa que ninguém toque nas peças ou ainda se torna refém da coleção, porque ela é quem passa a definir os espaços na casa”, afirma Angelita Scardua, psicóloga especializada em comportamento social, que comanda o Projeto Hestia.“Um bom colecionador precisa ter um certo desapego para perceber quando a situação está saindo do controle. É preciso entender que a coleção é um conjunto representativo de algo que é importante e que, por isso mesmo, ela precisa ter um fluxo, uma renovação. Nós amadurecemos, mudamos; e os itens da coleção também precisam passar por isso. A boa coleção acompanha o dono, evolui com ele”, diz Angelita.