• Texto Fernanda Massarotto
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Eliana Liotta: “Alguns alimentos são como fármacos, capazes de nos curar e nos proteger” (Foto: Divulgação)

Eliana Liotta: “Alguns alimentos são como fármacos, capazes de nos curar e nos proteger” (Foto: Divulgação)

Eliminar carboidratos ajuda a emagrecer? Carne é a grande vilã? Para a jornalista italiana especializada em saúde Eliana Liotta, o importante é manter uma alimentação completa e ingerir os chamados alimentos inteligentes. Escrito juntamente com os pesquisadores Pier Giuseppe Pelicci e Lucilla Titta, A Dieta Smartfood (Bicicleta Azul/Rocco, R$ 44,50) virou best-seller na Itália com dicas nutricionais que, a bem da verdade, lembram os sábios conselhos das vovós – abordados de forma didática e com embasamento científico. O livro, que acaba de chegar ao Brasil, ensina como manter uma alimentação saudável, onde tudo é permitido, sem exageros. “Muitos alimentos são como remédios, capazes de proteger o organismo e retardar o envelhecimento”, diz Eliana que, no livro, explica passo a passo como incluir esses itens na rotina.

Qual a diferença da dieta smartfood em relação às outras?
É a única dieta na Europa a receber o que chamamos de assinatura científica de um grande centro clínico e de pesquisa, o IEO— Instituto Europeu de Oncologia (Istituto Europeo di Oncologia) de Milão. A dieta Dukan, por exemplo, foi muito criticada, e seu criador, Pierre Dukan, acabou expulso do Colégio de Médicos Francês, enquanto a dieta por tipo sanguíneo não possui nenhuma base científica. Vale lembrar que a smartfood não é uma dieta para emagrecer, mas um guia de alimentação saudável que ajuda a combater o excesso de peso e previne o câncer e doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.

Como estes alimentos inteligentes agem no nosso organismo?
No livro, dividimos 30 alimentos em dois grupos: os longevity foods (que prolongam a vida) e os protective foods (que agem no sistema imunológico). A ação deles é extraordinária: saciam a fome, reduzem o acúmulo de gordura e aumentam a expectativa de vida. Laranja vermelha, aspargo, chocolate e cebola, entre outros, influenciam na duração e na qualidade de vida. Alho, cereais integrais, legumes e óleo de oliva “falam” com nosso sistema imunológico, com o estômago e a flora intestinal, evitando a obesidade e muitas doenças crônicas.

O que devemos eliminar da dieta?
Privilegiamos os vegetais, mas isso não quer dizer que não se possa incluir no cardápio proteína animal (peixe, ovos, queijos e carne). Um conselho: consumir moderadamente frios, carne vermelha, refrigerantes e produtos à base de farinha refinada e com muito açúcar. No Brasil, por exemplo, o açaí é muito popular e está na lista da longevidade. Mamão e manga são fonte de vitaminas A e C, que protegem o organismo. Feijão-preto, rico em antocianina, é um prato perfeito acompanhado de arroz. A protagonista, porém, é a castanha-do-pará. Só uma já é suficiente para suprir a dose diária de selênio, mineral presente em enzimas envolvidas na defesa contra os radicais livres.

Qual o seu conselho para quem quer iniciar a dieta smartfood?
Verduras! Incluir porções abundantes de hortaliças no almoço e no jantar. Começar a refeição com um prato de verduras permite introduzir algumas fibras que impedem a rápida assimilação dos açúcares e sacia a fome.