• Poder

    Thursday, 01-Aug-2024 08:01:19 -03

    opera��o zelotes

    R�us da Opera��o Zelotes dizem estar sendo criminalizados por lobby

    GABRIEL MASCARENHAS
    RUBENS VALENTE
    DE BRAS�LIA

    25/01/2016 12h23 - Atualizado �s 14h17

    No primeiro dia de depoimentos de testemunhas de defesa da primeira a��o aberta da Opera��o Zelotes, as defesas dos r�us afirmaram que est�o sendo processados porque atuaram como lobistas, atividade n�o regulamentada no pa�s.

    A audi�ncia come�ou na manh� desta segunda-feira (25) na 10� Vara Federal de Bras�lia e deve ouvir 17 pessoas, incluindo Gilberto Carvalho, ex-chefe do gabinete pessoal do presidente Luiz In�cio Lula da Silva e ex-ministro no governo Dilma Rousseff.

    Chamada pela defesa do lobista Alexandre Paes dos Santos, a sua mulher, Maura L�cia Montella de Carvalho classificou o processo movido pelo Minist�rio P�blico de "desservi�o" e "agress�o". Ela afirmou que "os lobistas s�o profissionais altamente especializados" e que "o lobby faz parte da economia, � uma das condi��es, uma das estruturas do mercado".

    A mulher de Santos argumentou que os contratos assinados por lobistas t�m "cifras muito altas" porque a inten��o � "fidelizar aquele profissional".

    "Ele [o lobista] trabalha um ano, mas fica mais 20 sem trabalhar para os concorrentes. Ele ganha pelo seu trabalho e pelo seu n�o trabalho", argumentou Maura L�cia.

    Chamado pela defesa de Francisco Mirto Flor�ncio da Silva, o jornalista Vicente Alessi Filho afirmou que o r�u exerceu em Bras�lia, ao menos entre as d�cadas de 80 e 90, o trabalho de "lobby leg�timo" em prol da Anfavea de S�o Paulo, associa��o que representa a ind�stria automotiva.

    Alessi Filho foi assessor de imprensa da Anfavea entre 1987 e 1988. O objetivo de Mirto ao intim�-lo foi falar sobre seu comportamento passado, mas Alessi Filho reconheceu � Folha, em entrevista ap�s o depoimento, que nada sabe sobre os fatos investigados na a��o.

    Segundo Alessi Filho, Mirto "fazia o lobby da ind�stria automobil�stica", assim como todos os 16 vice-presidentes da Anfavea, incluindo Mauro Marcondes, outro acusado na mesma a��o penal.

    Mauro Marcondes disse � Folha, no corredor da Justi�a Federal, que o lobby est� sendo "criminalizado" e isso seria "um desservi�o ao Brasil".

    Em novembro, o Minist�rio P�blico Federal acusou 16 pessoas por corrup��o e lavagem de dinheiro por suposta "compra" de medidas provis�rias para o setor automotivo. A den�ncia inclui representantes da Mitsubishi e Hyundai. Dos acusados, seis est�o na Penitenci�ria da Papuda. Os procuradores da Rep�blica pediram repara��o de R$ 879 milh�es.

    SEM BASE EMP�RICA

    O procurador da Rep�blica no DF Frederico Paiva negou, em entrevista � imprensa, que a den�ncia do MPF tente "criminalizar o lobby".

    Segundo o procurador, h� provas no processo de que "parte desse dinheiro" ligado ao lobby "foi destinado a servidores p�blicos".

    "O Minist�rio P�blico faz lobby no Congresso, milhares de pessoas fazem lobby no pa�s, a gente sabe e respeita esse trabalho."

    "Ningu�m passa R$ 70 milh�es para algu�m para fazer reuni�o com segundo escal�o de governo. E nem houve reuni�es", disse Paiva.

    Sobre os altos valores pagos por suposta "fideliza��o" dos lobistas, o procurador disse que o argumento "n�o tem nenhuma base emp�rica". "O valor dos custos anotados pelos pr�prios intermedi�rios era muito significativo", disse o procurador.

    TR�PLICA

    Ao deixar a sala da audi�ncia, APS passou, acompanhado do tamb�m lobista Mauro Marcondes, escoltados por policiais, pelo ponto na plateia em que o procurador concedia entrevista � imprensa. Era o caminho para eles deixarem a sala. Ambos est�o presos na Papuda e foram trazidos nesta manh� para acompanhar a audi�ncia.

    "N�s podemos falar tamb�m?", dirigiu-se APS ao procurador, que estava cercado por jornalistas na entrevista. Paiva respondeu que sim. "Podem, podem fazer as perguntas", disse o procurador.

    APS afirmou: "Eu nunca vi o senhor e estou vendo pela primeira vez". Paiva ent�o indagou, em tom de ironia: "Gostou?".

    APS retrucou: "Muito, � fant�stico. � bom saber quem me acusa". Marcondes deu risada. Em seguida, os lobistas deixaram a sala.

    Ap�s a pausa do almo�o, o procurador e APS voltaram a conversar na sala da audi�ncia, antes do rein�cio dos depoimentos das testemunhas. Em tom ameno, APS pediu ao procurador apoio do Minist�rio P�blico Federal para poder ter acesso, na penitenci�ria da Papuda, � c�pia integral do processo em que � acusado.

    Segundo a defesa de APS, a dire��o da penitenci�ria tem causado embara�os para a entrada de pap�is relativos aos processo. Os advogados de APS disseram que o r�u ainda n�o conseguiu estudar todo o processo e, assim, auxiliar a constru��o da defesa.

    Paiva afirmou que os advogados de APS t�m c�pia dos autos, mas disse que, pelo Minist�rio P�blico, n�o haveria problema quanto ao r�u tamb�m ter acesso.

    A conversa foi presenciada pelo tamb�m lobista Jos� Ricardo da Silva, que foi s�cio de APS. Na presen�a de ambos, Paiva comentou que o Minist�rio P�blico Federal tem convic��o das provas dos autos.

    Editoria de arte/Folhapress
    OPERA��O ZELOTES NO TRIBUNALPrimeira a��o penal do esquema investiga compra de senten�a e de MP
    Edi��o impressa
    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Reda��o - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024