Entre as belezas e os mistérios de lugares quase desconhecidos espalhados pelo Pacífico Sul está a Nova Caledônia.
O arquipélago, descoberto pelo navegador britânico James Cook no século 18, mas pertencente à França desde 1853, está encravado a 1.500 km da costa da Austrália.
Em novembro do ano passado, a população disse não à independência em um referendo. Na época, o presidente francês Emmanuel Macron declarou: “A França seria menos bonita sem a Nova Caledônia”. E ele tem razão.
A Nova Caledônia tem a segunda maior barreira de corais do mundo e várias lagoas que são Patrimônio Mundial da Unesco. Outros pontos de destaque são a gastronomia e o amável povo canaco, como são chamados os locais.
As ilhas que formam o território são tradicionais pontos de parada de cruzeiros marítimos, quase sempre vindo da Austrália ou da Nova Zelândia.
O Pacific Eden, da companhia P&O, tem pacotes de nove noites saindo de Sydney com destino a Nouméa, a capital da Nova Caledônia.
O navio faz três paradas em diferentes ilhas. Apenas em Nouméa, a capital, ele consegue atracar no porto. Em Lifou e Maré, é ancorado em alto-mar e os passageiros são levados em botes motorizados.
Ilha de Maré
A primeira parada do cruzeiro é em Maré, a terceira maior ilha da Nova Caledônia, com 641 km². A pedida aqui é se juntar aos locais. São 7.000 habitantes, a maioria de traços físicos típicos dos povos dessa parte do planeta, semelhantes aos aborígenes australianos e aos havaianos.
No geral, os canacos usam roupas de cores vibrantes, são alegres e cantam o tempo todo a kaneka, estilo musical típico da região que funde soul, rock e reggae.
Adoram agradar os visitantes e fazem uma comida deliciosa. Aqui servem a bougna, receita à base de frango ou peixe, embalado em folhas de bananeira e coqueiro, temperado com ervas e leite de coco natural, e acompanhado de inhame ou batata doce e legumes. O pacote é assado na terra, coberto com pedras e folhas.
Para o turista que vem de navio e tem apenas um dia na ilha, a dica é pagar 20 dólares australianos (R$ 55) em um passeio de van pela região que inclui outras praias e um pequeno almoço para experimentar a iguaria local.
O aquário natural ao sul da ilha, dentro do roteiro da van, é o melhor lugar para os amantes de snorkeling. Já as praias de Wabao e Kurine têm areias superbrancas e são um convite ao descanso debaixo dos coqueiros. Ao entrar no mar, cuidado com os corais. Um calçado especial é recomendado para evitar sustos.
Se a partida for de Sydney, compre por lá os equipamentos de mergulho. O kit com máscara, respirador e pé de pato sai por cerca de 25 dólares australianos (R$ 70) em lojas de departamento.
Nas praias, uma barraca com frutas fica à disposição dos turistas a bordo da van particular. Outra barraca vende também chás frescos.
Lifou
A ilha, que tem praticamente o mesmo tamanho de São Luís do Maranhão (1.200 km²), é cheia de contrastes marcantes. Suas paisagens vão de longas praias de areia branca a cavernas e falésias banhadas por águas cristalinas.
Lifou também oferece pontos de mergulho espetaculares e trilhas para caminhadas que não requerem do turista nenhuma preparação de atleta —as principais somam cinco quilômetros entre ida e volta.
Como muitos pontos de interesse então localizados próximos uns dos outros e bem perto do porto, é possível explorá-los em um dia.
A água é de um impressionante azul-turquesa, e os peixes coloridos e tartarugas marinhas chegam bem perto dos banhistas.
Não deixe a ilha sem visitar uma plantação de baunilha, considerada uma das melhores e mais puras do mundo. A plantação mais famosa está na tribo Hnathalo, e a entrada com visita guiada custa 7 dólares australianos (R$ 20). A floração da orquídea que dá origem à baunilha ocorre de setembro a dezembro.
Nouméa
A capital da Nova Caledônia tem características urbanas comuns a qualquer cidade de mesmo porte, de pouco menos de 100 mil habitantes: muitos prédios residenciais, centros comerciais e carros.
Saindo do centro, a cidade é contemplada com vários parques e jardins. Uma boa dica é conhecer o zoológico e o parque florestal, na parte alta da cidade, para ver espécies raras que são só encontradas nesta parte do planeta, como os morcegos gigantes. A entrada custa 8 dólares australianos para adultos e $ 4 para crianças (R$ 22 e R$ 11).
Durante a Segunda Guerra Mundial, a forte presença dos americanos em Nouméa transformou o país e trouxe grande avanço tecnológico.
Toda a história é contada no Museu da Segunda Guerra, com um acervo de mais de 500 itens, entre veículos militares, uniformes, armas e salas interativas que reproduzem relatos de quem esteve na guerra. A entrada custa 2,70 dólares australianos (R$ 7,45) e crianças até 12 anos não pagam.
Dá para aproveitar o dia em uma das praias próximas ao centro de Nouméa, como a Anse Vata Beach, ou pegar um ferry (20 dólares australianos ou R$ 55) nessa mesma praia e atravessar para a ilha dos Patos, ideal para mergulho e praticar outros esportes aquáticos. Lembre-se de levar calçado apropriado por causa dos afiados corais, além da máscara para snorkel.
De noite, as opções vão de bares e restaurantes animados à beira-mar a cassinos —são dois na cidade.
O restaurante La Marmite apresenta a refinada gastronomia francesa com toques locais, mas prepare o bolso: um almoço ou jantar custa entre 50 e 70 dólares australianos (R$ 138 e R$ 193).
Como chegar
Há voos diários direto de Sydney, na Austrália, além de Auckland, na Nova Zelândia, e Tóquio, no Japão.
Também há cruzeiros marítimos a partir de Sydney ou Auckland. O pacote de nove noites da P&O custa a partir de 699 dólares australianos (ou R$ 1.930) por pessoa em cabine quádrupla. No Natal ou Réveillon, os valores chegam a 1.617 (ou R$4.463) por pessoa em cabine dupla.
O cruzeiro de dez noites da Princess inclui a vizinha República de Vanuatu, por preços a partir de 1.229 dólares australianos (ou R$ 3.392).
A Tree Productions, empresa com sede na Austrália e focada no público brasileiro, oferece pacotes e passeios.
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