Amazon avalia cobrar mensalidade de até US$ 10 para serviço de Alexa com IA, diz agência

Ideia é que nova versão da assistente de voz, chamada de "Remarkable Alexa", fique pronta até agosto

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São Francisco (Califórnia) | Reuters

A Amazon está planejando uma grande reformulação da Alexa, que gera prejuízo há uma década, para incluir inteligência artificial com dois níveis de serviço. A empresa considera uma taxa mensal de US$ 5 (cerca de R$ 27) para acessar a versão superior, segundo pessoas com conhecimento direto dos planos da big tech.

Conhecido internamente como "Banyan", em referência a uma espécie de figueira, o projeto representará a primeira grande reformulação da assistente de voz desde que foi lançada em 2014, juntamente com a linha de alto-falantes Echo.

A Amazon apelidou o novo assistente de voz de "Remarkable Alexa", afirmaram essas mesmas pessoas, que incluem oito funcionários atuais e ex-funcionários que trabalharam no setor responsável pela Alexa.

Imagem de um dispositivo de assistente virtual em formato circular, com uma luz azul acesa ao redor da borda superior. O dispositivo é preto e está conectado a um cabo de alimentação.
Funcionários da Amazon que trabalharam no projeto dizem que se trata de uma “tentativa desesperada” de revitalizar o serviço, que nunca gerou lucro - MIKE BLAKE/REUTERS

A Amazon tem pressionado a equipe com um prazo até agosto para preparar a versão mais recente da Alexa, disseram três pessoas, observando que o presidente executivo da empresa, Andy Jassy, demonstrou interesse pessoal em ver o sistema revigorado. Em uma carta aos acionistas em abril, Jassy prometeu uma "Alexa mais inteligente e capaz", sem fornecer detalhes adicionais.

Os planos da empresa para a Alexa, incluindo preços e datas de lançamento, podem ser alterados ou cancelados dependendo do progresso do Projeto Banyan, alertaram as pessoas.

"Já integramos a IA generativa em diferentes componentes da Alexa e estamos trabalhando duro na implementação em escala –nos mais de meio bilhão de dispositivos ambientais habilitados para Alexa já em residências ao redor do mundo— para permitir soluções ainda mais proativas, pessoais e assistência confiável para nossos clientes", disse uma porta-voz da Amazon em comunicado.

O serviço —que fornece respostas faladas às dúvidas dos usuários e pode servir como um hub para controlar eletrodomésticos— foi um dos projetos favoritos do fundador da Amazon, Jeff Bezos, que imaginou uma tecnologia que pudesse emular o computador de voz fictício retratado na série de televisão Star Trek.

Para a Amazon, acompanhar os rivais em IA generativa é fundamental, pois Google, Microsoft e OpenAI atraíram atenção mais favorável para seus chamados chatbots, que podem responder quase instantaneamente com frases completas a solicitações ou consultas complicadas.

A Apple também está avançando com sua própria estratégia de IA, incluindo a atualização de seu software Siri incorporado em iPhones para incluir mais respostas de conversação.

Alguns dos funcionários da Amazon que trabalharam no projeto dizem que Banyan representa uma "tentativa desesperada" de revitalizar o serviço, que nunca gerou lucro e foi pego de surpresa em meio ao aumento de produtos competitivos de IA generativa nos últimos 18 meses.

Essas pessoas disseram que foram informadas pela alta administração que este ano é crucial para o serviço finalmente demonstrar que pode gerar vendas significativas para a Amazon.

A Alexa é popular principalmente para definir temporizadores, acessar rapidamente a previsão do tempo, reproduzir músicas ou responder perguntas simples. As esperanças da Amazon de aumentar as vendas em sua operação de comércio eletrônico por meio do serviço fracassaram, principalmente porque os usuários gostam de ver primeiro os produtos que estão comprando para facilitar a comparação.

A big tech cortou milhares de empregos no final de 2023, parte de uma grande reestruturação depois que um aumento no comércio eletrônico alimentado pela pandemia perdeu força.

A Amazon está trabalhando para substituir o que chama internamente de "Classic Alexa", a versão gratuita atual, por uma versão alimentada por IA. Ainda há outra camada que usa software de IA mais poderosa para consultas e solicitações mais complicadas que as pessoas teriam que pagar pelo menos US$ 5 por mês para acessar, disseram algumas pessoas. A Amazon também considerava um preço de cerca de US$ 10 (R$ 54) por mês, disseram eles.

Não há nenhuma ligação com a assinatura Prime de US$ 139 por ano da Amazon, que custa R$ 166,80 no Brasil.

Conforme previsto, a versão paga poderia realizar tarefas mais complexas, como redigir um breve email, enviá-lo e pedir jantar para entrega no Uber Eats, tudo a partir de um único prompt, disseram algumas pessoas. Isso também poderia eliminar a necessidade de dizer "Alexa" repetidamente durante uma conversa com o software e oferecer mais personalização, disseram eles.

Mas as pessoas disseram que têm dificuldade em apontar por qual razão os clientes estariam dispostos a pagar por um serviço, mesmo renovado, que hoje é oferecido gratuitamente.

Alguns dos planos da Amazon para o serviço foram relatados anteriormente pelo Business Insider, incluindo dificuldades com o desempenho da IA subjacente e esperanças de um serviço pago.

A Amazon também pretende turbinar a automação residencial oferecida por meio da Alexa, disseram as pessoas. Alexa agora pode se conectar sem fio aos chamados dispositivos inteligentes para que possam ser controlados por voz, permitindo ao usuário, por exemplo, acender as luzes da varanda todos os dias às 20h.

Mas a Remarkable Alexa poderia aprender com os usuários como ligar a televisão para assistir a um programa semanal favorito ou ligar a cafeteira do usuário após o alarme matinal disparar, o que é possível hoje por meio de avisos que a Amazon chama de Rotinas.

Algumas pessoas observaram que, para que tal serviço funcione corretamente, será necessário que os clientes comprem dispositivos adicionais habilitados para Alexa.

A empresa vinha trabalhando em dispositivos no ano passado para levar o serviço a mais cômodos da casa, como rastreadores de consumo de energia residencial habilitados para Alexa e um detector de monóxido de carbono, disseram à Reuters pessoas familiarizadas com o assunto.

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