Descrição de chapéu Eleições 2022

Evento com Lula tem invasão de bolsonaristas e queixa pública de Suplicy; veja vídeos

Apoiador de Bolsonaro gritou contra ex-presidente e Alckmin; vereador pediu renda básica de cidadania

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O ato de lançamento das diretrizes do programa de governo da chapa Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), nesta terça-feira (21), em São Paulo, foi marcado pelo protesto de bolsonaristas que entraram no local e por uma queixa pública do vereador da capital Eduardo Suplicy (PT).

O ex-presidente Lula (PT) no momento em que o manifestante bolsonarista (de costas) invadiu o salão e protestou - Reprodução/YouTube/Lula

O manifestante Caíque Mafra, pré-candidato a deputado estadual em São Paulo pelo Republicanos, entrou no salão do evento, em um hotel nos Jardins (região central), durante os minutos finais da fala de Lula e chamou o ex-presidente de corrupto. O petista foi surpreendido, mas não deu resposta.

O bolsonarista também gritou em direção a Alckmin uma frase sobre "voltar para a cena do crime", em alusão a uma fala do ex-governador sobre o PT quando ainda era adversário.

O grupo de manifestantes era formado por outros dois detratores do petista. Eles foram encaminhados para a delegacia. Em uma rede social, Mafra confirmou que era ele na cena e escreveu: "Questionei o corrupto do Lula e o Alckmin por sua fala e também chamei o corrupto de corrupto".

  • ​Veja vídeo do momento em que bolsonarista invade sala de evento:

Mafra é ativista conservador, ex-filiado do PSDB, apoiador do pré-candidato a governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e defensor da família Bolsonaro nas redes sociais.

Após o protesto, os manifestantes foram retirados por assessores e seguranças, e a polícia foi chamada. Lula chegou a interromper sua fala e abreviou seu discurso. Alckmin ficou em silêncio, com o semblante sério. "Eu nem sei o que...", disse o petista sobre a situação, virando-se para o vice.

A plateia, formada por membros da campanha e simpatizantes, buscou abafar a confusão com palmas e um coro de "olê, olê, olá, Lula, Lula".

Grupo de três manifestantes que entrou no evento do PT é levado pela polícia após invasão - Bruno Santos/Folhapress

O evento foi marcado também por uma manifestação pública de Suplicy, que se levantou da plateia e foi até a mesa onde estava Aloizio Mercadante (PT), coordenador do programa de governo, reclamar da abordagem sobre renda básica de cidadania, sua bandeira de vida.

Suplicy, em pé, interrompeu o ex-ministro para dizer que a proposta "não foi considerada" entre os itens principais do documento e que sempre está nos planos do partido, mas não sai do papel.

  • ​Veja vídeo do momento em que Suplicy se aproxima e faz a sua queixa:

O ex-senador disse, em tom exaltado, que não foi convidado para os debates sobre o documento. "Não me convidou para essa reunião", disse, estendendo os braços para Mercadante em protesto. "E continuarei trabalhando muito para que Lula e Alckmin instituam a renda básica de cidadania."

Mercadante disse que ele cometia uma injustiça ao dizer que o tema não estava no texto e leu o trecho sobre a proposta, reforçando a menção genérica por se tratar de uma lista de diretrizes, cuja discussão está na fase inicial para definir "as linhas gerais do programa".

"Você poderia olhar com mais cuidado", respondeu o coordenador. A questão aparece no tópico sobre o Bolsa Família, que prega uma reformulação profunda do programa, "por etapas, no rumo de um sistema universal e uma renda básica de cidadania".

O ex-ministro disse que o colega de partido será chamado para as próximas conversas e minimizou o embaraço, não sem antes recordar que "está acostumado" ao comportamento do correligionário, de quem já foi líder na bancada do Senado. Suplicy já fez desabafos públicos em outras ocasiões.

O vereador Eduardo Suplicy (PT), de pé, faz queixa pública ao ex-ministro Aloizio Mercadante (PT) durante evento de apresentação das diretrizes do programa de governo de Lula - Reprodução/YouTube/Lula

Lula, em gesto para apaziguar os ânimos, afirmou que Suplicy está correto ao fazer a reclamação e disse que, se pudesse, já teria dado um prêmio Nobel ao vereador pela longa dedicação à renda básica.

O ex-presidente fez um desagravo ao correligionário e elogiou sua pauta. "Se Deus quiser, nós haveremos de implantá-la um dia no país", afirmou, observando que o tema se tornou ainda mais relevante diante da crise econômica agravada pela pandemia de Covid-19 e pela crescente mecanização.

  • ​Veja vídeo do momento em que Lula responde à queixa de Suplicy:

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.