O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (11) que o ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), André Luiz Mendonça, é um bom nome para uma futura vaga ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Em entrevista à imprensa, ele lembrou que o ministro é "terrivelmente evangélico", expressão usada por ele para definir um dos nomes que pretende indicar para a Suprema Corte.
"Eu sei que ele é terrivelmente evangélico, posso garantir a vocês. Há muitos bons nomes pra lá e o Andre Luiz é um bom nome e, com toda certeza, está em uma lista aí", disse.
O ministro é pastor presbiteriano e é considerado o nome favorito do presidente para uma das vagas. No mandato de Bolsonaro, dois postos devem ficar vagos: dos ministros Celso de Mello, em novembro de 2020, e Marco Aurélio Mello, em julho de 2021.
O presidente disse ainda que discute desde a campanha eleitoral com líderes evangélicos a disposição de indicar um ministro com o perfil religioso.
"Este terrivelmente evangélico será um profundo conhecedor das leis", acrescentou.
A declaração do presidente causou mal-estar na equipe do ministro da Justiça, Sergio Moro, que até então era considerado o favorito para a vaga de 2020.
O receio é de que, por conta do desgaste causado na imagem do ministro com o vazamento de mensagens privadas, Bolsonaro postergue sua indicação para 2021, dando o primeiro posto a um evangélico.
Segundo relatos feitos à Folha, o presidente já manifestou incômodo com a possibilidade de um nome indicado por ele ser rechaçado pelo Senado, risco que passou a ser levado em conta em uma indicação de Moro.
Caso Bolsonaro opte por segurar a escolha do ex-juiz da Lava Jato, além do ministro da AGU, outro cotado é o juiz federal Marcelo Bretas, que também é evangélico.
A escolha de um advogado-geral não é novidade na história recente do STF. Os ministros Gilmar Mendes e José Dias Toffoli comandaram a pasta durante as administrações de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, respectivamente.
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