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Jilmar Tatto

O negacionismo no debate econômico precisa acabar

Oposição se afoga no vazio de propostas concretas. Melhor deixar Lula governar

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Jilmar Tatto

Deputado federal, é secretário Nacional de Comunicação do PT

Diante da volta do Brasil ao caminho do desenvolvimento inclusivo, a oposição se afoga no vazio de propostas concretas ao país. Melhor deixar Lula governar

Em resposta ao artigo do senador Ciro Nogueira nesta Folha, cabe restabelecer a verdade dos fatos, em prol do interesse da sociedade. Com a proposta de "rompimento da lua de mel", o senador se esmera em esconder o que todo o país já sabe: o imensurável vazio de propostas concretas da oposição, sobretudo na economia, empobreceu o debate público no país.

Aos fatos: após 18 meses de governo Lula, o país experimenta uma melhora expressiva de seus indicadores. Hoje, o Brasil exibe um crescimento acima das projeções, gera empregos com maior qualificação profissional e promove aumento real da renda média.

O PIB cresceu 2,9% em 2023, quando apostavam em 0,86% no início do ano. No primeiro trimestre de 2024, tivemos 0,8% de alta, mais uma vez, surpreendendo o mercado. A inflação segue sob controle (3,93% no acumulado de 12 meses, portanto, dentro da meta).

O desemprego chegou a 7,5% no trimestre até abril, o menor para o período desde 2014. No mesmo mês, o saldo de empregos alcançou o melhor índice desde 2011: mais de 240 mil postos gerados. Em 12 meses, foram mais de 1,7 milhão de vagas formais.

Em meio à crise fiscal fictícia do dito mercado, interessado em enquadrar o governo em uma agenda de arrocho fiscal e monetário, as contas públicas seguem em ordem, sob o comando do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O país saiu de um déficit primário em 2023 de mais de 2% do PIB para uma meta crível de déficit zero neste ano. 2023 foi de arrumação da casa depois da devastação das contas públicas promovida pelo governo anterior.

Com Lula, o país recuperou solidez fiscal com o arcabouço. Haddad e Lula têm razão quando dizem que é preciso aumentar a arrecadação que, aliás, vai bem, obrigado. O recolhimento federal cresceu 8,26% em abril, atingindo R$ 228,87 bilhões, um recorde desde 1995.

Os juros, por outro lado, precisam cair para o país crescer no ritmo necessário. Entrincheirado no Banco Central, Campos Neto é uma espécie de "último dos moicanos" do bolsonarismo. Na presidência, ele finge que é técnico, mas atua como soldado de um neoliberalismo decrépito, há muito superado no debate mundial. Lá fora, à direita e à esquerda, o consenso é de que o Estado deve dinamizar a política industrial.

Aqui, a indústria luta para se recuperar da trava monetária e, graças ao presidente Lula, tem exibido sinais promissores.

Mas, para isso, é inadiável a promoção de justiça tributária, com vistas a um sistema onde os mais pobres paguem menos impostos e os ricos contribuam com a sua parte. Não é mais possível conviver com isenções fiscais para uma casta de privilegiados, os mesmos favorecidos por juros escorchantes.

O Estado deve construir os alicerces de um país desenvolvido, competitivo e sintonizado com os desafios da transição energética. Mas isso não deve ser feito às custas da dona de casa atendida no SUS ou do aposentado que usa o BPC para sustentar a família, hoje em situação melhor por causa do aumento real do piso mínimo. Não. O país pode fazer um ajuste fiscal sem penalizar a base da pirâmide.

No artigo, Ciro Nogueira fala em polarização extrema. Esqueceu-se que Bolsonaro apostou na destruição institucional do país, a ponto de tentar empurrá-lo à ruptura democrática. Tampouco menciona que seu extremismo esgarçou nosso tecido social, gerando 33 milhões de famintos e uma abominável fila do osso nos açougues de todo o Brasil, situação felizmente revertida por Lula.

Diante do sucesso do governo, resta à oposição agarrar-se ao negacionismo econômico, utilizado como base para as fake news que infestam as redes sociais. Sem mencionar o PL Antiaborto, uma excrescência usada por extremistas para aviltar a dignidade das mulheres e tumultuar o debate público.

Na ausência de um plano ao país, a oposição se embrenhou no universo de neandertais que hoje ditam a disputa política da direita no Congresso. Melhor deixar Lula governar. O Brasil agradece.

TENDÊNCIAS / DEBATES
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