Descrição de chapéu União Europeia

Ataque a faca contra manifestação de ultradireita deixa ativista anti-islã ferido na Alemanha

Agressor foi baleado pela polícia após atacar manifestantes e ferir agente; não há informações sobre motivação

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Berlim | Reuters e AFP

Um homem armado com uma faca atacou uma manifestação de ultradireita na cidade de Mannheim, no sudoeste da Alemanha, e feriu ao menos duas pessoas antes de ser baleado por um policial com uma arma de fogo, nesta sexta-feira (31). A agência de notícias AFP fala em seis feridos.

De acordo com o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, várias pessoas ficaram "gravemente feridas". "Meus pensamentos estão com as vítimas", escreveu o político na rede social X. "A violência é absolutamente inaceitável em nossa democracia. O autor deve ser duramente punido."

Investigadores da polícia inspecionam tenda de movimento anti-islã em manifestação de ultradireita na Europa, onde um homem esfaqueou ativistas - Timm Reichert/Reuters

Imagens que circulam nas redes sociais mostraram um homem atacando vários ativistas na praça central da cidade, a Marktplatz. Os presentes tentam contê-lo no chão, sem sucesso —após aparentemente ferir alguém na perna, ele consegue se levantar e golpear um policial nas costas, e então é baleado por outro agente.

Segundo a imprensa local, o alvo do ataque era Michael Stürzenberger, conhecido ativista anti-islamismo que estava prestes a falar no encontro organizado pelo Movimento Cidadão Pax Europa (BPE, na sigla em alemão). Ainda não há informações disponíveis sobre a identidade ou as motivações do agressor, e a polícia diz que não pode fornecer detalhes sobre as vítimas.

Um colega de Stürzenberger, porém, disse ao jornal alemão Bild que o ativista foi esfaqueado no rosto e na perna. O tabloide afirmou ainda que o policial ferido passou por uma operação de emergência. A revista Der Spiegel, por sua vez, afirmou que o suspeito nasceu em Herat, no Afeganistão, e tem 25 anos.

A ministra alemã do Interior, Nancy Fraeser, levantou a possibilidade de que a agressão tenha motivações religiosas. "Se a investigação revelar um motivo islâmico, será uma confirmação adicional do grande perigo que representam os atos de violência islâmica, contra os quais temos alertado", afirmou em um comunicado, no qual classificou o ataque de "crime terrível".

O BPE, cujo objetivo é denunciar "os perigos da influência do islamismo político nas sociedades democráticas na Alemanha e na Europa", informou em seu site sobre a agressão a Stürzenberger. O ativista, assim como "vários voluntários do BPE e um policial" ficaram feridos, segundo o movimento.

Stürzenberger, 59, foi porta-voz do partido conservador União Social-Cristã em Munique e participa ativamente de várias organizações próximas à ultradireita alemã.

A violência ocorre na reta final de uma campanha para o Parlamento Europeu, na qual o partido de extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha) tem falado sobre o que considera um perigo representado pela migração de países muçulmanos.

Nos últimos meses, várias operações policiais na Alemanha frustraram atentados, segundo as autoridades. Até o momento, o ataque do tipo mais mortal no país remonta a dezembro de 2016, quando um atentado com um caminhão reivindicado pelo grupo Estado Islâmico matou 12 pessoas em um mercado, no centro de Berlim.

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