Uma multidão se aglomerou nesta terça (7) entre os destroços de uma rua da cidade de Idlib, na Síria, para assistir ao resgate de uma família que estava nas ruínas de um prédio colapsado após o terremoto.
Celulares em punho, centenas de moradores subiram nos escombros das construções atingidas e vibraram com a retirada das pessoas —que incluíam três crianças, de acordo com as imagens.
A equipe de resgate precisou usar um equipamento para romper a parede que prendia a família no local e abriu um corredor entre a multidão para passar com os sobreviventes. Os familiares, alguns em macas, foram encaminhados para uma ambulância, onde receberam os primeiros atendimentos.
No vídeo é possível ver cinco pessoas sendo salvas pelos socorristas, que comemoravam a cada resgate.
O terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o sudeste da Turquia e o norte da Síria na última segunda-feira (6) já matou mais de 15 mil pessoas. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o número de vítimas pode chegar a 20 mil, e o de atingidos, a 23 milhões. Mais de 8.000 pessoas já foram socorridas, segundo o jornal americano The New York Times.
Os voluntários da Defesa Civil Síria, também conhecidos como Capacetes Brancos, costumam atuar no resgate de vítimas de ataques aéreos em regiões controladas por forças rebeldes na Síria.
A guerra civil que assola o país há quase 12 anos já matou mais de 306 mil civis, de acordo com relatório da ONU de junho, e deslocou mais de 5,4 milhões de pessoas, segundo o Acnur, a agência das Nações Unidas para refugiados. Os Capacetes Brancos foram especulados como um nome forte para receber o Nobel da Paz, em 2016, ano em que o ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos levou o prêmio.
O trabalho do grupo segue um lema do Alcorão, o livro sagrado do islã, que diz que salvar uma vida equivale a salvar toda a humanidade. A frase foi usada em um dos posts sobre a família salva nesta terça.
As redes sociais dos Capacetes Brancos têm diversas cenas de resgate. Também nesta terça, outra família foi retirada com vida dos escombros de uma construção em Jandiris, no norte de Aleppo. O vídeo mostra o trabalho dos socorristas, que verificam a pulsação de uma das vítimas e pegam o bebê.
O diretor do Crescente Vermelho (equivalente à Cruz Vermelha em países muçulmanos) turco, Kerem Kinik, afirma que as primeiras 72 horas são cruciais para os trabalhos de resgate e que as ações foram prejudicadas pelas "severas condições meteorológicas". O frio e a neve estão atrapalhando as operações nas áreas atingidas, e há relatos de sobreviventes passando a noite ao relento ou dentro de carros, muitas vezes em temperaturas congelantes, devido ao medo de se abrigarem em edifícios ou casas.
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