O governador da Califórnia, o democrata Gavin Newsom, afirmou que o estado vai entrar na Justiça para bloquear a declaração de emergência de Donald Trump. A Califórnia é um dos estados por onde passa o muro desejado pelo presidente.
“Essa ‘emergência’ é uma vergonha nacional, e a culpa recai somente no presidente”, disse Newsom. “Ele planeja fechar e desviar fundos usados pelas forças da lei da Califórnia que dirigem operações de combate a narcóticos e lutam contra cartéis de drogas para construir esse muro.”
“Nossa mensagem à Casa Branca é simples e clara: a Califórnia vai ver vocês no tribunal.”
A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, considerou a decisão “abuso de poder” e afirmou que o estado vai “responder com todas as ferramentais legais à nossa disposição.”
A entidade de defesa dos direitos civis ACLU também anunciou que vai entrar com uma ação contestando a declaração.
“Pela própria admissão do presidente em Rose Garden [jardins da Casa Branca], não há emergência nacional. Ele só ficou impaciente e frustrado com o Congresso e decidiu levar à frente sua promessa de um muro na fronteira ‘mais rapidamente’”, afirmou Anthony Romero, diretor-executivo da ACLU, em comunicado.
A organização pretende argumentar que usar os poderes emergenciais para contornar as restrições de financiamento é “sem precedentes”.
Trump disse estar preparado para as contestações. “Acho que vamos ser bem-sucedidos na Justiça”, disse.
Segundo Kim Lane Scheppele, da Universidade Princeton, para que os processos contra a declaração tenham chance de sucesso na Justiça, seria necessário comprovar um prejuízo com a medida.
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