O presidente americano Donald Trump assinou a lei aprovada horas antes pelo Congresso americano que definiu um novo orçamento federal pelos próximos dois anos para o país, pondo fim assim a paralisação do governo que começou durante a madrugada desta sexta (9).
A paralisação começou a partir da meia-noite local (3h de Brasília) devido a demora dos parlamentares em aprovar o novo orçamento, mas durou apenas algumas horas.
Sem a lei, a administração de Donald Trump não podia fazer despesas e os órgãos federais deixaram de funcionar, no que é chamado, em inglês, de "shutdown". Apenas atividades essenciais continuaram em andamento.
"Acabei de assinar a lei. Nossos militares agora estarão mais fortes do que nunca", anunciou Trump às 8h40 locais (11h40 de Brasília). Ele reclamou de ter sido obrigado a fazer concessões aos democratas em troca da aprovação.
Na quarta (7), republicanos e democratas entraram em acordo para aprovar o novo orçamento, mas durante a votação no Senado, que começou na noite de quinta (8), o senador republicano Rand Paul decidiu bloquear a medida.
Ele se disse preocupado com o aumento da dívida pública com a proposta, e pediu que fosse votada uma emenda sobre o tema.
Na prática, a medida obstruiu a votação, que se prolongou pela madrugada de sexta. Com isso, o "shutdown" do governo começou.
"Eu quero que as pessoas se sintam desconfortáveis. Eu quero que elas respondam: Como é que vocês eram contra os déficits do presidente Barack Obama e agora vocês apoiam déficits republicanos?", discursou Paul.
Apenas por volta das 1h45 locais (4h45 de Brasília) a Casa conseguiu acabar com a obstrução e aprovar a lei por 71 votos a favor e 48 contrários. Na sequência, por volta das 5h30 em Washington (8h30 em Brasília) a Câmara também aprovou a proposta, com 240 votos a favor e 186 contrários. O projeto seguiu então para a Casa Branca, onde recebeu a assinatura do presidente.
A proposta aprovada estabelece uma gasto adicional de US$ 300 bilhões (R$ 984 bilhões) nos próximos 24 meses, que será usado tanto para programas militares —uma prioridade republicana— quanto para políticas domésticas, reivindicação democrata. O acordo, porém, não trata do tema da imigração.
Trump queria que a nova lei incluísse o financiamento para o muro que ele quer construir na fronteira com o México. Já os democratas pressionavam para que a proposta desse uma solução para os chamados "dreamers", os imigrantes que chegaram ilegalmente aos EUA quando crianças e que enfrentam risco de deportação. Os dois lados aceitaram deixar a discussão para depois.
Foi a segunda vez que a gestão de Trump enfrentou um "shutdown". No mês passado, o governo ficou paralisado durante três dias, e só voltou a funcionar por causa de um acordo temporário sobre o orçamento, que expirou nesta sexta.
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