Sem ver ascens�o de Trump, pesquisa dava apenas 16% de chance de vit�ria
Na v�spera da elei��o americana, o jornal "The New York Times" enviou um alerta a seus leitores em que calculava em apenas 16% as chances de Donald Trump se tornar presidente, "a mesma probabilidade de um jogador profissional de futebol americano de errar um chute de 38 jardas", um lance considerado f�cil.
Mas, assim como o modelo estat�stico do jornal, a maioria das pesquisas errou nas previs�es eleitorais, deixando escapar o cen�rio que se consolidou na madrugada de quarta-feira (9), quando a contagem dos votos confirmou a vit�ria de Trump e causou choque entre os que confiaram nas proje��es.
H� diferen�as, por�m, entre pesquisas de opini�o e modelos estat�sticos como o Upshot, do "New York Times", que leva em conta n�o apenas sondagens quentes do momento eleitoral mas outras vari�veis, como tend�ncias de vota��es passadas, fatores demogr�ficos e �ndices de comparecimento �s urnas.
Um dia antes da vota��o, por exemplo, a m�dia das pesquisas nacionais do site RealClearPolitics dava apenas tr�s pontos de vantagem para Hillary, n�o deixando d�vidas de que a briga com o republicano seria apertada.
Para John Zogby, dono do instituto que leva seu nome, que virou sin�nimo de pesquisa eleitoral nos EUA, por esse motivo n�o d� para dizer que as pesquisas foram um fiasco, como tem sido repetido ap�s muitos terem se surpreendido com a vit�ria de Trump, refor�ando a impress�o deixada pelo choque causado no Reino Unido pela aprova��o do "brexit" (sa�da da Uni�o Europeia).
"N�o diria que as pesquisas erraram, porque a maioria indicava uma disputa bastante apertada, disse Zogby � Folha. "O que deve ser lembrado � que muitos eleitores se mant�m indecisos at� o �ltimo momento, o que os mant�m fora do retrato eleitoral produzido pelas pesquisas."
Outra explica��o apontada para a dificuldade de prever a vit�ria de Trump � a relut�ncia de muitos de seus eleitores em responder a pesquisas, como disse � Folha dias antes da elei��o Ronald Wilcox, ativista pol�tico ligado ao "tea party", ala ultraconservadora do partido vitorioso. "Republicanos n�o gostam de responder a pesquisas", resumiu, ap�s um com�cio do vice de Trump, Mike Pence, na V�rginia.
NA CONTRAM�O
Com base em uma metodologia diferente de outras sondagens, as proje��es da USC Dornsife/LA Times foram das poucas a colocar o candidato republicano na frente de Hillary Clinton ao longo dos �ltimos meses, mexendo com as m�dias nacionais e atraindo cr�ticas e ironias de especialistas eleitorais.
A diferen�a � que, em vez de contar com entrevistados diferentes a cada pesquisa, como fazia a maioria das proje��es, o sistema usado pela Universidade da Carolina do Sul e o jornal "Los Angeles Times" manteve o foco num grupo fixo de 3.000 eleitores.
Tamb�m levava em conta outras opini�es dos eleitores al�m da inten��o de voto, como a probabilidade de votarem em um ou outro candidato (numa escala de 0 a 100) e de comparecerem �s urnas.
Na �ltima medi��o, Donald Trump continuava na frente, com 46.8% contra 43.6% de Hillary Clinton.
Na v�spera da vota��o, o diretor da pesquisa, Dan Schnur, publicou um artigo no "Times" criticando os que viam defeito na empreitada, que n�o levaram em conta as nuances do trabalho ao usar palavras como "absurdo"e "irrelevante". "O avan�o cient�fico � resultado de investiga��o e experimenta��o, tantos as bem-sucedidas ou n�o", defendeu-se Schnur, que acabou rindo por �ltimo.
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