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Quem foi Jim Henson, que criou os Muppets e tem vida narrada em 'Homem-Ideia'

Documentário narra a trajetória do criador de personagens icônicos, que marcaram milhões de pessoas ao redor do mundo

Melena Ryzik
The New York Times

O novo documentário do Disney+ "Jim Henson, o Homem-Ideia" evoca a vida e a mente do visionário que criou os Muppets e mudou não apenas uma forma de arte, mas também os parâmetros da narrativa.

Dirigido por Ron Howard e feito com a participação dos filhos de Henson e colaboradores de longa data, como Frank Oz, o dilme é um retrato abrangente de um gigante cultural que nunca perdeu seu senso de brincadeira.

Cena do documentário 'Jim Henson: O Homem-Ideia' sobre o criador dos Muppets
Cena do documentário 'Jim Henson, o Homem-Ideia' sobre o criador dos Muppets - Reprodução

"Aprendemos muito vagando por aqui", disse Howard em uma visita recente ao Jim Henson's Creature Shop no bairro do Queens, em Nova York, que ainda está ocupado por criaturas de feltro e penas. "Definitivamente influenciou o estilo do filme, ver as cores, a mecânica e os detalhes de tudo isso."

Havia também um componente emocional. Entrar é "nostalgia instantânea", disse Howard. "Você se sente elevado, sabe, só de olhar ao redor do lugar."

Henson, que morreu em 1990, não tinha experiência de infância com marionetes. Ele começou a trabalhar com elas como adolescente nos anos 1950, para um emprego em uma estação de TV. Ele fez a primeira versão de Caco com o antigo casaco de sua mãe —azul petróleo, não verde— e uma bola de pingue-pongue cortada ao meio para os olhos.

Com Jane Nebel, sua colega de faculdade e mais tarde sua mulher, ele também fez marionetes para comerciais, aprimorando um estilo amigável para as telas e um humor satírico astuto.

Em 1958, Henson visitou a Europa e encontrou formas sofisticadas de marionetes. "Ele percebeu, 'isso é algo em que sou bom, posso realmente fazer a diferença'", diz Karen Falk, arquivista da Jim Henson Company.

"Vila Sésamo", que começou em Nova York em 1969, o recrutou. Em 1976, seu "The Muppet Show" mais voltado para adultos começou em Londres.

Os personagens de Henson ocuparam a imaginação de milhões ao redor do mundo. Ele viajava, muitas vezes em ritmo acelerado, para se apresentar e desenvolver novos projetos, ainda experimentando incansavelmente.

Sua parceria com Oz impulsionava personagens e comédia. "Eu era mais temperamental", diz Oz em uma entrevista —uma boa combinação para Bert. Henson era o bobo Ernie.

Henson tinha mãos grandes, o que lhe permitia ser extra-expressivo, especialmente com Caco, que claramente refletia a personalidade de Henson, diz Howard.

Os Muppets também tinham mãos humanas. Pense no Chef Sueco, interpretado em conjunto por Oz e Henson. "Nunca disse a Jim o que faria com as mãos", afirma Oz.

A loucura reinava. "Você podia entrar na oficina quase a qualquer momento e encontrar coisas estranhas acontecendo", diz Bonnie Erickson, designer dos Muppets que supervisionava o espaço. Bolas de pingue-pongue saltando em palitos de dente, sopradas por secadores de cabelo, e ratos de estimação correndo pelo estúdio —tudo isso os ajudava a descobrir "os movimentos das marionetes", diz ela.

Encerrar uma esquete não era problema. "Você explodia, comia ou jogava um pinguim, como costumávamos dizer."

Conforme a empresa de Henson crescia, ele consolidava seu estilo de liderança. "Eu o chamava de um anarquista gentil", diz Erickson.

Oz acrescenta: "Ele nunca criticava, nunca. Nunca nos dizia o que fazer. Ele era o chefe, mas era o chefe como um irmão, quase." Fazer Henson rir era o objetivo.

Em "The Muppet Show", diz Erickson, "mesmo quando as câmeras estavam desligadas e gritavam 'corta', todos permaneciam caracterizados e faziam piadas com Jim, ou o provocavam ou provocavam uns aos outros."

Henson começou um diário em 1965 e preencheu detalhes retroativamente, "como se estivesse baixando seu cérebro", diz Falk, a arquivista. A entrada multicolorida de 1979, quando "The Muppet Movie" foi lançado, começa: "Um ano muito importante."

A filosofia de Henson —trate as pessoas como gostaria de ser tratado, viva o momento; reconheça a alegria— permeava seu trabalho e inspirava inúmeras outras pessoas, incluindo Howard, que o conheceu apenas brevemente.

Ao mesmo tempo, "um tipo de imprudência criativa ou coragem ou pele grossa, tudo isso, era necessário para alguém ser tão prolífico quanto Jim", diz Howard. "Ele seguia uma linha do horizonte, que era 'Quero ter uma vida criativa.'"

"Ele fazia muito pouca conversa fiada", diz Oz. "Ele não falava sobre política. Ele tinha seus próprios sentimentos muito fortes sobre vida espiritual e religião. Ele nunca fofocava. Ele se importava com como estávamos e como estavam nossas famílias, mas isso era o limite. O resto era: 'Ei, tenho essa boa ideia. Quer ouvir?'"

Jim Henson, o Homem-Ideia

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