"Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça" foi o lema do cineasta baiano Glauber Rocha, diretor do filme "O Leão de Sete Cabeças", de 1970, que chega às bancas no próximo domingo (2/9) pela Coleção Folha Grandes Diretores no Cinema.
O longa se refere em seu título a sete países europeus com colônias africanas e retrata a resistência ao colonialismo.
O enredo se passa em um país indeterminado da África, no qual o líder negro chamado Zumbi e o guerrilheiro branco Pablo tentam libertar uma nação africana de um governador alemão e seus aliados.
Em seu primeiro longa no exílio, Rocha fragmentou a linha narrativa alternando a trama de figuras simbólicas marcadas (colonizadoras e libertárias) com cenas de dança de membros do levante e outras demonstrações culturais.
Filmado no Congo, o filme apresenta um elenco que une entre outros profissionais, o francês Jean-Pierre Léaud (o Antoine Doinel dos longas de François Truffaut), não profissionais e figurantes.
O cineasta, morto precocemente aos 42 anos em 1981, alcançou prestígio e reconhecimento únicos. Por meio do movimento cinema novo, o qual era o principal representante, defendia o caráter ideológico de sua produção, a fim de conscientizar o povo e transformar a realidade cultural e política do país.
Rocha desde os 16 anos produziu roteiros, livros, ensaios, peças de teatro, poesia, críticas cinematográficas e manifestos. Foram quase 20 filmes, quatro exibidos em Cannes.
O sexto volume da Coleção Folha apresenta ao leitor um DVD e um volume com textos que analisam sua produção.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.