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Farol alto
EDUARDO SODR� eduardo.sodre@grupofolah.com.br
Kombi, miss�o cumprida
O "p�o de forma" da VW permanecer� por a�, mas j� era hora de deixar a f�brica e entrar para a hist�ria
O objetivo da visita ao fornecedor de pe�as era conhecer um novo sistema de inje��o para carros flex. Est�vamos em 2004, isso ainda era novidade. De repente, uma Kombi branca surge c�lere na pista de testes.
O som do motor n�o combinava com a silhueta vetusta do carro. Era mais limpo, sem o vibrato caracter�stico dos Volkswagen a ar. E ainda havia um radiador encrustado na dianteira, igual aos antigos modelos a diesel.
Por�m, havia etanol no tanque: eu estava diante da Kombi 1.4 flex, que chegaria ao mercado nacional dois anos depois.
O motorista parou o carro e come�ou a fazer anota��es. Fui at� sua janela e perguntei o que estava achando do carro. "Anda muito, o dif�cil � acertar os freios", disse.
O sistema de inje��o virou o tema menos importante do dia. A not�cia era o novo motor da Kombi, que garantiria a sobrevida do modelo diante de limites mais r�gidos de emiss�es e de ru�dos.
Logo ap�s o lan�amento, em 2006, tive a chance de passar uma semana com a Kombi. Entrevistei feirantes, fretistas, gente que passou a vida atr�s daquele volante horizontal. E me lembrei do meu pai, que sempre teve um "p�o de forma" na garagem.
As boas lembran�as n�o suplantavam a sensa��o de dirigir algo anacr�nico, com n�vel de seguran�a de tempos em que n�o havia preocupa��o com essas coisas.
Foram dias rom�nticos, mas tensos. A Kombi refrigerada a �gua realmente andava muito, mas a quest�o dos freios n�o parecia bem resolvida. Enfim, era imposs�vel esperar algo melhor de um projeto cinquenten�rio.
A produ��o chega ao fim neste ano, com 1,5 milh�o de modelos feitos no Brasil e mais alguns importados no in�cio dos anos 1950. Sendo assim, a Kombi permanecer� por a�. Mas j� era hora de deixar a f�brica e entrar para a hist�ria, pois nada pode dobrar a esquina do tempo.
