Folha de S.Paulo

Internets

Canais do YouTube e Face viram a 'nova MTV'

Quem acompanhou o debate sobre a crise da ind�stria fonogr�fica nos anos 2000 ouvia um mantra: as gravadoras perderiam seu papel de produtoras e distribuidoras de m�sica. Mas continuariam essenciais na divulga��o e marketing dos artistas. Essa atividade n�o seria afetada pela tecnologia e se tornaria o principal modelo de neg�cios das gravadoras.

Corte para 2013. Olhando para os artistas "superpopulares" do pa�s (termo cunhado por Lu�s Caldas para se referir aos artistas "perif�ricos" que n�o est�o nas m�dias tradicionais, mas t�m milh�es de visualiza��es no YouTube), boa parte deles foi alavancada por plataformas de divulga��o descentralizadas. S�o comunidades do Face e canais do YouTube de grande popularidade, criados por pequenos empreendedores tamb�m perif�ricos.

Por exemplo, o canal do DJ Tom (bit.ly/djtompro), um dos grandes divulgadores do funk atual, tem mais de 900 mil assinantes. Alguns v�deos postados chegam a 19 milh�es de visualiza��es. O padr�o repete-se em v�rias comunidades do Facebook. Juntos, funcionam praticamente como uma nova MTV para m�sica perif�rica.

A import�ncia desses canais � t�o grande que alguns dos seus donos cobram pela postagem. S�o efetivamente plataformas de marketing. Outros sofisticam o neg�cio. Tamb�m produzem o v�deo do artista. E assim ganham em tr�s pontas: cobrando pela produ��o e divulga��o e depois no compartilhamento de receitas publicit�rias do YouTube. Como sempre, fen�menos perif�ricos "superpopulares" s�o ponta de lan�a de transforma��es mais profundas. Prestar aten��o neles funciona quase como profecia.

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