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Opini�o

Larissa Sacco Abdelmassih

TEND�NCIAS/DEBATES

Quem � Roger Abdelmassih

N�o tenho d�vidas sobre a inoc�ncia de Roger, meu marido, pois, se as tivesse, n�o teria permanecido ao lado dele por todo esse tempo

Sempre fui renitente em escrever sobre a minha vida ou acerca de qualquer pessoa que me rodeia, ou mesmo em tecer coment�rios publicamente, ainda quando no of�cio dos cargos p�blicos que exerci. Essa foi e continuar� sendo a minha postura. No entanto, n�o posso impor-me sil�ncio diante das inverdades propaladas aos quatro ventos como se verdades absolutas fossem.

Conheci Roger Abdelmassih em 2005, quando, ainda em uni�o est�vel com meu antigo namorado, busquei tratamento para engravidar. Ap�s infrut�feras tentativas, resolvi interromper o tratamento e, no final de 2008, j� separada, iniciei meu relacionamento com aquele que veio a ser o amor da minha vida e pai dos meus dois filhos.

Em momento algum houve qualquer tipo de cerceamento de minha dignidade sexual e de minha liberdade de escolha. Caso eu tivesse sido tolhida em minha liberdade sexual, al�m de n�o ter casado com Roger, n�o teria permanecido um minuto a mais pr�xima a ele.

Essa certeza traz-me � mente uma indaga��o que me acompanha desde 2009: por que mulheres, hoje envaidecidas ao se dizerem v�timas de Roger, voltaram a visitar v�rias vezes aquele que afirmam que foi seu algoz? Isso sucedeu com a grande maioria das supostas v�timas.

Diante de minha arraigada convic��o da inoc�ncia de Roger Abdelmassih e j� gr�vida, resolvi acompanh�-lo em sua fuga. Talvez as pessoas n�o consigam compreender o alcance do significado dessa conduta, tida por muitos como um ato de devaneio de minha parte ou "simplesmente" um ato de amor.

Sem d�vida, foi a mostra de um verdadeiro amor, mas, para al�m disso, foi prova cabal da minha inabal�vel confian�a em sua falta de culpa e em seu car�ter reto.

Foi nessas circunst�ncias que, por tr�s anos e meio, pude testemunhar a dor dilacerante que esse homem sentia todas as vezes que era apontado como estuprador em alguma reportagem. Como era dif�cil para esse homem, que sempre manifestou sua absoluta inoc�ncia, ser tachado de estuprador.

Pude constatar tamb�m os predicados que Roger re�ne como pessoa e em todos os pap�is que um ser humano pode desempenhar, em especial, como marido e pai. Como mulher dele, posso asseverar que n�o h� pessoa mais amorosa e voltada a seu c�njuge. A preocupa��o desse homem com o futuro de sua fam�lia � incomensur�vel. Na fun��o de pai, pude assistir ao seu amor incondicional e protetor aos nossos amados filhos, que se traduzia na conviv�ncia entre pai e filhos.

Um epis�dio que me deixou abalada e que comprova suas qualidades de pai, deu-se no domingo (28), ao visitar Roger na pris�o. Entre v�rios momentos emocionantes, um sobressaiu. Ao sair de l�, meu filho, olhando para mim, disse: "Mam�e, quero ficar sozinho com o meu papai". E saiu correndo em dire��o ao seu papai, atirando-se em seu colo, e tive de retir�-lo de l� for�osamente. Foi uma cena muito triste.

Tenho recebido muitas mensagens de carinho, inclusive de ex-pacientes e de antigos funcion�rios que conviveram com Roger por mais de d�cadas e que o t�m, em alguns casos, como um verdadeiro pai.

Por fim, quero manifestar claramente que me solidarizo com as v�timas de qualquer crime, em especial o delito de estupro, desde que ele tenha de fato ocorrido. Da mesma forma, reitero que n�o existe uma d�vida sequer em minha mente acerca da inoc�ncia do Roger, meu marido, pois, se tivesse uma s�, n�o teria permanecido ao lado dele por todo esse tempo.


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