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Eliane Cantanh�de
Contagem regressiva
BRAS�LIA - Os �ltimos Datafolha e Ibope recolocam a possibilidade real de mais um embate entre PT e PSDB no segundo turno, como ocorre desde 2002. Os �ndices atuais s�o eloquentes, mas a tend�ncia � que mais importa. Isso, evidentemente, mexe com todas as campanhas.
Dilma Rousseff, desde o in�cio favorita, pelas condi��es objetivas, aparentemente estacionou num patamar de 40%. � alto, mas insuficiente para lhe garantir uma vit�ria no primeiro turno. Por isso, faz 1.001 c�lculos sobre quem � o candidato mais conveniente no segundo.
Marina Silva, o grande fen�meno da elei��o, virou alvo, reagiu mal � press�o e vem perdendo n�o apenas f�lego, mas algo essencial na sua postula��o: o encanto. Sua campanha decidiu subir o tom contra Dilma, na expectativa de se fixar como a op��o com mais condi��es para derrotar o PT e Dilma. Ela e A�cio disputam ferozmente um trof�u --o do mais forte candidato anti-PT.
A�cio Neves, que tem um partido maior e mais estruturado, mais palanques estaduais e um conjunto de circunst�ncias mais consistente do que o de Marina, depende agora dele pr�prio para ir ao segundo turno.
A diferen�a entre A�cio e Marina caiu a apenas cinco pontos, mas � resultado mais da queda dela do que da efetiva subida dele. At� aqui, o tucano limitou-se a recuperar o patamar de 20% que tinha antes da morte de Eduardo Campos.
Vejamos, portanto, a complexa equa��o a dias das urnas: Dilma com 40% e sem previs�o de ir al�m, Marina caindo fortemente, A�cio subindo levemente. Se Marina despencar e A�cio n�o ultrapassar seu pr�prio teto, Dilma pode ser reeleita no primeiro turno. Se Marina continuar em queda e A�cio virar a grande novidade da reta final, dever� se repetir um segundo turno entre PT e PSDB.
Na contagem regressiva, Dilma continua favorita, com as Bolsas caindo, o d�lar subindo e a Petrobras, coitada, pagando o pato. Mas tudo ainda � bastante imprevis�vel.