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Opini�o

Jo�o Carlos Martins

Os imprescind�veis

Na hist�ria mais recente, o nosso cen�rio n�o pode abrir m�o de pessoas respons�veis por aquilo que considero o milagre musical brasileiro

Villa-Lobos escreveu: "N�o � um povo inculto que vai julgar as artes, mas sim as artes � que mostram a cultura de um povo".

Embora seja um aficionado de todas as manifesta��es art�sticas, vou me restringir, neste breve coment�rio, � m�sica, especificamente.

S�o v�rios os �cones que mantiveram acesa a chama da m�sica cl�ssica em nosso pa�s.

Villa-Lobos, por exemplo, conseguiu trazer o canto orfe�nico para todas as escolas do Brasil.

Nos anos 1950, H.J. Koellreutter, por meio de sua Escola Livre de m�sica e de seus cursos de f�rias em Teres�polis, conseguiu realizar uma verdadeira revolu��o no cen�rio musical brasileiro.

Eleazar de Carvalho, da mesma forma, com a Orquestra Sinf�nica Brasileira --hoje novamente em alto n�vel sob a reg�ncia de Roberto Minczuk--, construiu um Brasil orquestral na sua �poca. Ou Arrobas Martins, com a cria��o do Festival de Campos do Jord�o, que deu origem a dezenas de festivais --como o Femusc, em Santa Catarina, sob a dire��o de Alex Klein.

Nos anos 1960, tivemos a democratiza��o da m�sica cl�ssica atrav�s da a��o de Diogo Pacheco e J�lio Medaglia.

Sociedades como a Cultura Art�stica, a ProArte, a Dell'Arte e o Mozarteum atravessaram todas as crises poss�veis e imagin�veis de nossa moeda para manter o contato musical com outras partes do globo.

Citei alguns exemplos por considerar essas pessoas ou organiza��es respons�veis pela trajet�ria da m�sica cl�ssica no pa�s. Na hist�ria mais recente, o nosso cen�rio n�o pode abrir m�o de pessoas respons�veis por aquilo que considero o milagre musical brasileiro.

Realiza��es como a Orquestra Sinf�nica Heli�polis, em S�o Paulo, Neogiba, na Bahia, e Virtuosi, em Pernambuco, s� t�m continuidade em raz�o daqueles a quem chamo de imprescind�veis.

A Orquestra Sinf�nica do Estado de S�o Paulo, nossa Osesp --antes sob a dire��o de John Neschling e hoje sob a administra��o de Arthur Nestrovski-- tem no seu renascimento a a��o determinante de uma pessoa respons�vel por aquilo que acabo de chamar de milagre musical brasileiro.

N�o fora Marcos Mendon�a, com o apoio do governador M�rio Covas, certamente n�o ter�amos hoje uma Sala S�o Paulo, uma nova Pinacoteca, uma Osesp e outras m�ltiplas a��es que fizeram de S�o Paulo uma refer�ncia cultural da Am�rica Latina para o resto do mundo.

N�o posso deixar de falar sobre sua excelente gest�o � frente da Funda��o Padre Anchieta entre 2004 e 2007, durante a qual muitas inova��es foram implantadas. Destaco a cria��o da TV R� Tim Bum, com programa��o de primeir�ssima qualidade para o p�blico infantil, bem como a ousadia na gest�o da R�dio Cultura, que conquistou parcela significativa de novos ouvintes.

Como m�sico, n�o consigo entender, como um homem de sua estatura, com obra de tal grandeza realizada, tenha ficado alijado do nosso cen�rio cultural por tanto tempo. Esta � a raz�o pela qual acredito que sua poss�vel volta � Funda��o Padre Anchieta pode significar um marco hist�rico, principalmente pela bagagem que adquiriu nestes anos, desde sua a��o como vereador, na cultura e nas artes do pa�s.

Infelizmente, n�o tenho poder de decis�o --mas tenho direito de ficar na torcida.


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