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Dilma quer retomar liberaliza��o comercial

Presidente cobra no G20 relan�amento da Rodada Doha, lan�ada em 2001 com prazo de acabar em 5 anos e que est� empacada

Dilma acusa pa�ses ricos de se aproveitar do protecionismo sem permitir que os emergentes se defendam

Yuri Cortez/France Presse
A presidente Dilma Rousseff durante entrevista no aeroporto de Los Cabos, no M�xico
A presidente Dilma Rousseff durante entrevista no aeroporto de Los Cabos, no M�xico

CL�VIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A LOS CABOS

A presidente Dilma Rousseff cobrou de seus pares do G20, o grupo das maiores economias do planeta, o relan�amento, em 2014, da Rodada Doha de liberaliza��o comercial, com prazo para terminar.

Doha � o mais ambicioso projeto at� agora empreendido para abrir o com�rcio de bens e de servi�os no mundo.

Foi lan�ada em 2001, com prazo de cinco anos, mas empacou desde ent�o.

Para Dilma, "a crise [econ�mico-financeira] n�o pode servir de biombo para manter os desequil�brios comerciais".

Tradu��o, por partes:

1) Na primeira c�pula do G20, em 2008, estabeleceu-se o compromisso chamado "standstill", ou seja, os pa�ses do grupo n�o deveriam erguer barreiras comerciais -ao contr�rio, deveriam eliminar as que a crise os levasse a adotar.

2) N�o foi isso o que aconteceu na vida real, mas o "standstill" foi sendo renovado de c�pula em c�pula, at� que, em 2010, fixou-se 2013 como o ano em que ele seria extinto.

3) Mas nas negocia��es para a c�pula de 2012, ontem encerrada, pa�ses desenvolvidos lan�aram a proposta de prorrogar o compromisso at� 2015, o que foi terminantemente vetado por Dilma, conforme a Folha antecipou ontem. O veto levou a uma decis�o salom�nica: a prorroga��o ser� at� o fim de 2014, o que explica o "timing" definido pela presidente.

"FREE LUNCH"

Dilma acusa os pa�ses desenvolvidos de preferir o "free lunch", que ela traduziu por "refei��o livre", ou seja, surfar no protecionismo sem, no entanto, permitir que os pa�ses em desenvolvimento e/ou emergentes adotem suas pr�prias defesas.

"N�o d� para ficar prorrogando esse cheque em branco", diz a presidente, at� porque "todo o mundo sabe quais s�o os desequil�brios."

De fato, os 11 anos de negocia��o da Rodada Doha identificaram perfeitamente os problemas: Estados Unidos e Uni�o Europeia negaram-se a reduzir ou eliminar a prote��o a seus produtores agr�colas, ao passo que exigiam dos pa�ses em desenvolvimento que abrissem seus mercados de bens industriais, de servi�os e de compras governamentais (concorr�ncias p�blicas).

Como estes pediam a contrapartida, nunca se chegou a um acordo.

A crise de 2008 acabou por tornar Doha uma quimera, porque, em dificuldades econ�micas, os pa�ses t�m naturalmente muito maior resist�ncia a abrir seus mercados.

Tanto que, desde 2008, quando se estabeleceu o crit�rio do "standstill", barreiras restritivas passaram a cobrir 3% do com�rcio mundial de mercadorias e 4% no �mbito espec�fico dos pa�ses do G20, conforme relat�rio recente da OMC.

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