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Mercado aposta na fotografia modernista
Feira SP-Arte/Foto, que come�a hoje, destaca mestres como Geraldo de Barros, Thomaz Farkas e German Lorca
Foco em modernos � turbinado por interesse de museus estrangeiros e 'exaust�o' de contempor�neos
Nos dias de hoje, em que a fotografia deixa cada vez mais de documentar o real e vira plataforma de novas fic��es com imagens constru�das e manipuladas, o mercado de arte quer trazer de volta os pioneiros de outra mudan�a de paradigma no olhar fotogr�fico --os modernistas.
Nomes hoje cl�ssicos como Geraldo de Barros, Thomaz Farkas, Gaspar Gasparian, German Lorca e Jos� Yalenti, que deram pegada geom�trica �s formas e reinventaram a est�tica fotogr�fica no Brasil, est�o todos na feira SP-Arte/Foto, que abre hoje no shopping JK Iguatemi.
Iat� Cannabrava, que criou uma mostra da obra de Yalenti e dos tamb�m modernistas Paulo Pires e Ademar Montanari na feira, v� o gosto pelo moderno ressurgir como rea��o � "exaust�o" provocada por excessos da era atual.
"No meio do caos que a gente vive, o modernismo � o movimento mais un�ssono da fotografia brasileira", diz Cannabrava, em entrevista � Folha. "Essas fotos causam o mesmo prazer que cruzar com o pal�cio Gustavo Capanema naquele peda�o ca�tico no centro do Rio. De repente, h� uma harmonia visual que faz a gente parar ali."
Da mesma forma que os �ngulos retos do pr�dio desenhado por Le Corbusier s�o motivo de al�vio, o mercado busca uma pot�ncia renovada nessa safra de fot�grafos.
"� mesmo um resgate dessa gera��o", diz Fernanda Feitosa, diretora da SP-Arte/Foto. "Esse � um movimento conjunto das galerias, despertado pelo interesse recente dos museus estrangeiros."
Geraldo de Barros, por exemplo, teve obras compradas pela Tate, de Londres, e � tema de mostra agora em cartaz no Sesc Vila Mariana.
Outros nomes da mesma gera��o, que despontou nos anos 1960, ou mesmo mais velhos, que ganharam for�a com o Foto Cine Clube Bandeirante nos anos 1940, s�o reabilitados pelo mercado em contraponto � ascens�o de fot�grafos mais jovens, com pre�os em alta acelerada.
Enquanto fotografias de Barros, Farkas e Gasparian saem por entre R$ 15 mil e R$ 40 mil na Luciana Brito, obras do contempor�neo Vik Muniz chegam a custar R$ 110 mil na galeria Nara Roesler.
Num patamar intermedi�rio, est�o obras de outro movimento que virou febre --as paisagens gigantescas e ultradescritivas de artistas como a alem� Candida H�fer e o italiano Massimo Vitali.
Longe da geometria, recriam o mundo com perfei��o pl�stica artificial, de pontos belos, est�ticos e nada ca�ticos como a realidade.