Descrição de chapéu Champions League

Vini marca, Real confirma favoritismo contra o Dortmund e amplia hegemonia na Champions

Time espanhol sofre ao longo de boa parte do jogo, mas reage no fim e conquista a 15ª taça

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Vini Jr. comemora gol na decisão da Champions League

Vini Jr. comemora gol na decisão da Champions League Carl Recine/Reuters

São Paulo

"Não é uma casualidade, sei que existe alguma coisa importante e não sei de onde vem". As palavras são de Carlo Ancelotti, um dos técnicos mais vitoriosos da história, mas que se diz incapaz de explicar o que acontece com o Real Madrid na Champions League.

Na ausência de definições mais objetivas, ele também adere à resposta mística.

"Só sei que não tem fim", diz.

Azar do Borussia Dortmund, que neste sábado (1) se tornou mais uma vítima do gigante espanhol na final da edição deste ano, em Wembley, na Inglaterra, onde o Real Madrid conquistou sua 15ª Champions.

Vinicius Junior comemora gol na final da Champions
Vinicius Junior comemora gol na final da Champions - INA FASSBENDER/AFP

Contrariando a expectativa até o apito inicial, o time alemão dominou a partida, criou mais chances, teve uma bola na trave, mas não fez o que só o Real Madrid conseguiu: gols.

Além do poste, Thibaut Courtois voltou à meta madrilenha inspirado. Fora de boa parte da competição por causa de uma lesão, ele fez sua estreia justamente na decisão e, com pelo menos quatro grandes defesas, foi peça fundamental para ajudar o Real a suportar a pressão do Dortmund.

Nos primeiros 45 minutos, só deu o time alemão. Fechado atrás, organizado no meio de campo e veloz no ataque, parecia questão de tempo para abrir o placar.

Duas chances quase tiraram o fôlego da torcida alemã, e maioria na Inglaterra. Primeiro, aos 20 minutos, Adeyemi recebeu a bola nas costas da defesa, saiu cara a cara com Courtois, mas ficou sem ângulo para chutar depois de driblar o goleiro.

Aos 22, Füllkrug também saiu de frente com o goleiro e acertou a bola na trave. Ele estava em posição irregular quando recebeu o passe, mas o lance não foi revisado porque não terminou no fundo da rede.

Do outro lado, porém, apesar de acuado, o time espanhol não se desesperava.

Paciência é algo que sobra mesmo para o Real na Champions. No segundo tempo, o time voltou com mais ímpeto até conseguir, enfim, cavar espaços no campo de ataque.

O lance que definiu o rumo da partida saiu após cobrança de escanteio de Toni Kroos, que serviu a bola como um garçom para Dani Carvajal balançar a rede aos 29 minutos do segundo tempo.

"Na primeira parte, sobrevivemos, e depois conseguimos alcançar [a vitória]. É uma felicidade imensa", vibrou o espanhol depois do jogo.

A cobrança do alemão, assim como outras duas faltas em que ele exigiu boas defesas de Kobel, já deixam saudades na torcida madrilenha, que viu o último jogo do meio-campista com a camisa merengue.

Além dele, Modric é outro que pode estar de saída. Antes disso, ele atingiu uma importante marca, com o seu 26º troféu pelo clube. Ao lado de Nacho Fernández, é o maior vencedor da história do clube.

Com 1 a 0, o Real Madrid assumiu o controle do jogo e fez o que está acostumado. Saiu de uma situação difícil para festejar uma grande vitória, sacramentada com um gol de Vinicius Jr, aos 38 minutos. Um 2 a 0 ao melhor estilo Real Madrid imortal.

Vini repetiu na Inglaterra que já havia feito em sua primeira experiência em decisão de Champions. Foi do brasileiro o gol da conquista contra o Liverpool, há dois anos, em Paris. Ao marcar novamente, ele alcança uma marca raríssima no maior torneio de clubes do mundo.

O único jogador a fazer gol em duas finais de Champions antes de completar 24 anos foi Lionel Messi. O argentino balançou as redes em 2009 e 2011, ambas contra o Manchester United, e ajudou o Barcelona a levantar o troféu.

A fase de Vini é iluminada. Agora, são seis gols na atual edição do torneio, quatro deles no mata-mata. O gol na decisão coroa uma temporada que o credencia a ser eleito pela primeira vez o melhor do mundo. Mesmo antes de a bola rolar, a campanha por ele já era grande.

O brasileiro é peça fundamental num time que tem feito uma história ímpar no futebol.

"Amo esse clube. Sou muito grato a todas as pessoas que acreditaram em mim. Eles me contrataram quando eu era muito novo, ainda no Brasil, e pagaram muito caro por mim", declarou Vini Jr. "É incrível. Estou muito feliz. É um sonho que estou vivendo nesse momento", ele acrescentou.

Nenhum time tem mais títulos do que o clube de Madri no principal torneio de clubes da Europa. Agora, o segundo maior não tem nem sequer a metade dos troféus que os merengues ostentam. São 15, contra 7 do Milan, que venceu pela última vez na temporada 2006-07.

O feito que o Dortmund buscava era algo raro na história do torneio. Nenhum dos jogadores que estiveram em campo eram nascidos quando o Real Madrid foi vice-campeão da Champions pela última vez.

Isso aconteceu na temporada 1980/81, quando o Liverpool levou a melhor. Antes disso, só dois clubes conseguiram superar o Real Madrid em uma decisão: o Benfica, em 1961/62, e a Inter de Milão, em 1963/64.

Agora com 18 finais disputadas, o time espanhol tem um impressionante aproveitamento de 83,3% em decisões.

A 15ª taça ainda teve um sabor a mais, com uma conquista invicta: foram nove vitórias e quatro empates na competição.

Campeão em 1996/97, o Dortmund, por sua vez, teve seu segundo trauma em Wembley. A equipe retornou ao estádio para disputar mais uma final da Champions após 11 anos e foi derrotada novamente. Em 2013, o algoz foi o rival Bayern de Munique.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.