Cracol�ndia mant�m 'feir�o de droga' a c�u aberto 4 meses ap�s a��o policial
Tr�s mesas acomodam de maneira organizada pratos de cer�mica cheios de pedras de colora��o bege. Ao lado, celulares, ma�os de dinheiro, balan�as e pequenos vidros. Diante das mesas, tr�s homens separam o material que ser� vendido a dependentes qu�micos euf�ricos atr�s de drogas: crack e lan�a-perfume.
O com�rcio ilegal a c�u aberto ocorre quatro meses ap�s uma opera��o da Pol�cia Civil, sob responsabilidade da gest�o Geraldo Alckmin (PSDB), que prendeu o que chamou de eixo criminoso que abastecia a feira das drogas.
Nessa �rea, funciona um projeto priorit�rio para a gest�o Fernando Haddad (PT), o Bra�os Abertos –que oferece moradia e trabalho remunerado em troca da ades�o a um tratamento de redu��o do uso de drogas. A administra��o petista acusa a pol�cia de ser ausente no local.
O vaiv�m de traficantes e usu�rios dentro da feira foi registrado pela Folha nesta segunda (5). A negocia��o ocorre sob barracas instaladas na rua Dino Bueno, epicentro da cracol�ndia, pr�ximo � Sala S�o Paulo, a 1,6 km do pr�dio do comando da PM e a 1,3 km do Denarc (departamento de narc�ticos da Pol�cia Civil).
Ali, diariamente agentes da prefeitura fazem uma opera��o de limpeza da �rea. No momento em que caminh�es com jatos de �gua passam, usu�rios e traficantes desmontam as barracas e aguardam o fim da opera��o. Depois que a �rea � lavada, tudo retorna ao mesmo lugar. Tr�fico e uso de drogas voltam a ocorrer normalmente.
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Nesta ter�a (6), a Folha revelou que a equipe do prefeito eleito Jo�o Doria (PSDB) estuda pagar agentes da Pol�cia Civil para que usem seus dias de folga para trabalhar no combate ao tr�fico na regi�o.
LINHA DE MONTAGEM
A venda de drogas na cracol�ndia ocorre num processo semelhante ao de uma linha de montagem. Nas imagens registradas pela reportagem � poss�vel ver pedras picadas e prontas para o consumo. Cada uma costuma ser vendida livremente por R$ 5.
Antes de chegar �s mesas, elas saem de estabelecimentos comerciais da regi�o em forma de tabletes.
Passam �s m�os de traficantes que atravessam o fluxo de viciados at� chegar �s barracas. Ali, com estiletes ou facas, outros vendedores cortam os tabletes em pequenas pedras. Tamb�m h� pequenos vidros que, segundo dependentes, � lan�a-perfume.
Ao lado dessas barracas h� uma esp�cie de oficina de confec��o de cachimbos. Os utens�lios para uso da pedra s�o feitos com ferro e canudos semelhantes a antenas de r�dio para carros. Tamb�m s�o vendidos ali por cerca de R$ 5.
A prefeitura diz que a guarda municipal tem atuado para defender os agentes que trabalham na tentativa de atrair novos dependentes para o programa Bra�os Abertos.
"As pol�cias Militar e Civil, respons�veis pelo combate ao tr�fico de drogas, seguem ausentes da regi�o h� mais de 20 anos. E, pelo visto, continuar�o assim", afirma o texto.
Em nota, a Secretaria da Seguran�a P�blica diz que Haddad j� fez elogios ao trabalho da pol�cia na cracol�ndia. Afirma que o Denarc investiga a a��o de grandes fornecedores de drogas na �rea.
Neste ano, diz, foram presas 69 pessoas envolvidas com o tr�fico e ao menos 110 mil pedras de crack foram apreendidas. Segundo a pasta, o policiamento � ininterrupto com seis bases fixas e policiais com motocicletas.
Na sexta (2), uma opera��o do Denarc prendeu um traficante peruano que guardava 65 kg de coca�na num dep�sito na regi�o da Luz.
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