2 em 3 reduziram o uso de crack ap�s passar em a��o de Haddad, diz estudo
Avener Prado - 22.abr.2016/Folhapress | ||
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Usu�rios de crack na regi�o da Luz no centro de S�o Paulo |
A maior parte � homem, n�o terminou o ensino fundamental, passou pela pris�o, j� fez algum tratamento para o v�cio e, ap�s ingressar no programa municipal para tratamento do uso de crack, diminuiu o consumo de drogas.
Contestado por representantes do governo paulista, que n�o veem efetividade no modelo, o Bra�os Abertos –implantado em janeiro de 2014 pela gest�o Fernando Haddad (PT) na regi�o da cracol�ndia, no centro de S�o Paulo– foi avaliado por uma pesquisa da Plataforma Brasileira de Pol�tica de Droga.
Financiado pela Open Society, organiza��o fundada pelo megainvestidor George Soros, 85, o estudo aponta que a iniciativa atinge seus objetivos ao resgatar a cidadania dos usu�rios e ao conseguir que eles reduzam o consumo da droga.
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Foram colhidos o depoimento de 80 benefici�rios da a��o. � �poca, o total era de 370, hoje s�o cerca de 500. De acordo com os resultados, 58% s�o homens, 79% tem pelo menos o ensino fundamental completo ou incompleto e 67% reduziram o uso de crack ap�s ingressar no programa.
Para 95% dos entrevistados, o Bra�os Abertos teve impacto positivo ou muito positivo em suas vidas. Antes de fazerem parte da a��o, 51% deles j� haviam realizado algum tipo de tratamento –32% haviam sido internados em cl�nicas para aten��o em �lcool e drogas.
O Bra�os Abertos trabalha a ressocializa��o dos dependentes a partir do conceito de redu��o de danos. A a��o incentiva o usu�rio a reduzir o consumo e a aumentar sua autonomia, sem interna��o, pela oferta de emprego e moradia (os participantes ganham R$ 15 por dia por servi�os como varri��o e reciclagem). O programa da gest�o Geraldo Alckmin (PSDB), Recome�o, recorre a tratamentos que incluem interna��es.
Como a Folha mostrou, os modelos do Estado e da prefeitura –independentes e parcialmente antag�nicos– pouco conversam entre si. N�o h� compartilhamento oficial de dados e informa��es sobre os benefici�rios.
Para o antrop�logo e consultor do levantamento, Maur�cio Fiore, ao mostrar que a maior parte dos benefici�rios j� passou por interna��es, a pesquisa revela a import�ncia da exist�ncia de m�todos complementares na regi�o. "[O estudo] mostra que n�o pode ter uma estrat�gia s�", diz. "A efetividade [da interna��o], em geral, � baixa. A literatura mostra isso. Se voc� considerar a abstin�ncia como sucesso, os estudos mostram taxa de 20% a 30%, e para um per�odo determinado."
O perfil dos benefici�rios do programa tamb�m mostra fragilidades sociais para al�m da falta de escolariza��o. Entre os entrevistados, 25% afirmam ter passado pelo sistema socioeducativo na adolesc�ncia e 66% disseram terem sido presos ao menos uma vez. As causas mais frequentes foram: furto e roubo (67%) e tr�fico de drogas (36%).
Segundo Fiore, os dados qualitativos apontam para uma l�gica de encarceramento sem acesso a tratamentos a essa popula��o. "Estamos tratando essas pessoas com a pris�o", afirma o antrop�logo.
A iniciativa da prefeitura reserva vagas em hot�is para os benefici�rios. A qualidade desses quartos e a localiza��o dos pr�prios hot�is, por�m, foi considerada regular ou p�ssima por 49% dos entrevistados. Ap�s a avalia��o, a prefeitura come�ou a retirar as pessoas desses locais.
Essa mudan�a e outras, como passar a gest�o dos hot�is para os agentes municipais e diversificar as op��es de trabalho para os benefici�rios do Bra�os Abertos s�o recomendadas pelos pesquisadores.
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