Txai Suruí

Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia

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Txai Suruí
Descrição de chapéu Todas vale do javari

Precisamos de representantes que tenham compromisso com o planeta

A demarcação das terras indígenas ainda segue parada no país

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, participou do 1º Diálogo dos Povos Indígenas de Rondônia, Sul do Amazonas e Noroeste do Mato Grosso, que teve a presença de mais de 220 lideranças de diversas etnias.

O encontro aconteceu na Aldeia Lapetanha, na Terra Indígena Sete de Setembro, território do povo paiter suruí em Cacoal, Rondônia. Realizado nos dias 27 e 28 de junho, contou com lideranças, caciques, mulheres, jovens, crianças e líderes espirituais de mais de 30 povos indígenas.

O encontro, que contou também com a presença da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), teve como objetivo a solução dos problemas dos territórios indígenas da região junto aos órgãos competentes e o governo federal. Abordou também os desafios em diversas áreas, como saúde indígena, educação, demarcação, vigilância, proteção, fiscalização, limites territoriais, alternativas econômicas, a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas e os Planos de Gestão Territorial e Ambiental.

Os povos da região lutam contra o avanço do agronegócio sobre seus territórios e enfrentam ameaças às suas vidas.

Rondônia registrou no primeiro semestre deste ano o maior número de focos de queimadas dos últimos oito anos, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os servidores do Ibama, do ICMBbio e do Serviço Florestal Brasileiro entraram em greve na quinta-feira (4), reivindicando, principalmente, a retomada da mesa de negociações, a melhoria das condições de trabalho, a reestruturação de carreiras e a recomposição salarial, entre outros.

Fogo em Machadinho do Oeste, em Rondônia, dentro da Floresta Amazônica
Incêndio em Machadinho do Oeste, em Rondônia - Ricardo Moraes/Reuters

A proteção dos territórios indígenas no Brasil ainda é um desafio. A demarcação das terras indígenas ainda segue parada. A Funai segue sem recursos humanos e financeiros para dar conta de toda a demanda e o novo concurso lançado servirá apenas para repor os servidores que estão se aposentando e que já não eram suficientes para toda a demanda.

Uma das exigências dos povos indígenas foi o fortalecimento das coordenações regionais (CR) da Funai, mas, como lembrou a ministra em sua fala, o Orçamento é votado pelo Congresso.

Para a proteção e o cuidado das nossas matas, rios, terras indígenas e unidades de conservação é necessário o fortalecimento dos órgãos de proteção, mas essa batalha também deve ser travada nas urnas.

É importante lembrar isso ao escolhermos nossos candidatos. Precisamos de representantes que tenham compromisso com o planeta e com as próximas gerações. Não podemos seguir no caminho contrário diante dessa crise climática.

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