Os Correios aprovaram um plano de negócios para turbinar receitas nos próximos anos. A primeira medida a ser anunciada nesta quarta (26) é a criação de um braço de logística de saúde.
A estratégia mira reverter os prejuízos de R$ 800 milhões acumulados no governo Jair Bolsonaro. No ano passado, foi possível reverter parte desse resultado, que hoje é de cerca de R$ 500 milhões.
A meta é atingir Ebitda (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações) de R$ 150 milhões neste ano.
Chamada de Correios Log Saúde, a nova linha de negócio é voltada para o segmento médico, hospitalar e farmacêutico.
O objetivo é atender desde prefeituras e governos estaduais até grupos privados interessados em usar as operações logísticas da estatal, que conta com armazenagem, separação de itens, controle de estoque, separação e atendimento de pedidos e integração aos demais serviços de entrega e logística reversa dos Correios.
Atualmente, a empresa já possui operações dessa natureza em curso no Piauí, Minas Gerais e Recife (PE).
Em Minas, por meio de contrato com a Secretaria de Estado de Saúde, a estatal realiza a distribuição de 141 toneladas mensais de medicamentos, materiais e insumos da área de saúde para todos os municípios, incluindo medicamentos termolábeis, transportados em veículo refrigerado.
No Piauí, a estatal faz a gestão do armazém da Secretaria de Saúde do Estado e atua desde o recebimento dos produtos, separação de itens até a preparação e atendimento de pedidos.
Hoje, o mercado de logística farmacêutica da América Latina é estimado em US$ 6,5 bilhões pelo Mordor Intelligence. O Brasil responde por 80% desse total.
O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, diz que, embora a empresa ainda enfrente graves consequências do processo de privatização na gestão anterior, foi possível reduzir em 22% o prejuízo e melhorar o Ebitda sem cortar investimentos.
"A redução do prejuízo herdado ocorreu com uma economia de R$ 1,3 bilhão no decorrer de 2023", disse Santos ao Painel S.A.. "Para 2024, a gente prevê ganhos de eficiência que poderão enxugar R$ 1 bilhão em despesas. Devemos otimizar nossa malha de transportes, entre outras ações saneadoras."
A diretoria-executiva dos Correios já aprovou um Programa de Desligamento Voluntário em conjunto com o concurso público nacional. A medida será submetida ao conselho de administração nesta semana.
A expectativa dos Correios é conseguir uma redução de mais de R$ 300 milhões por ano na folha de pagamento.
Com Diego Felix
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