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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Para reduzir prejuízo e gerar receita, Correios entram no transporte de remédios

Iniciativa faz parte de novo plano de negócio para reverter resultado negativo neste ano

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Brasília

Os Correios aprovaram um plano de negócios para turbinar receitas nos próximos anos. A primeira medida a ser anunciada nesta quarta (26) é a criação de um braço de logística de saúde.

A estratégia mira reverter os prejuízos de R$ 800 milhões acumulados no governo Jair Bolsonaro. No ano passado, foi possível reverter parte desse resultado, que hoje é de cerca de R$ 500 milhões.

  O advogado Fabiano Silva dos Santos, presidente dos Correios
O advogado Fabiano Silva dos Santos, presidente dos Correios - Arquivo pessoal

A meta é atingir Ebitda (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações) de R$ 150 milhões neste ano.

Chamada de Correios Log Saúde, a nova linha de negócio é voltada para o segmento médico, hospitalar e farmacêutico.

O objetivo é atender desde prefeituras e governos estaduais até grupos privados interessados em usar as operações logísticas da estatal, que conta com armazenagem, separação de itens, controle de estoque, separação e atendimento de pedidos e integração aos demais serviços de entrega e logística reversa dos Correios.

Atualmente, a empresa já possui operações dessa natureza em curso no Piauí, Minas Gerais e Recife (PE).

Em Minas, por meio de contrato com a Secretaria de Estado de Saúde, a estatal realiza a distribuição de 141 toneladas mensais de medicamentos, materiais e insumos da área de saúde para todos os municípios, incluindo medicamentos termolábeis, transportados em veículo refrigerado.

O logotipo do Correios Log Saúde, braço de logística para saúde da estatal postal
O logotipo do Correios Log Saúde, braço de logística para saúde da estatal postal - Divulgação

No Piauí, a estatal faz a gestão do armazém da Secretaria de Saúde do Estado e atua desde o recebimento dos produtos, separação de itens até a preparação e atendimento de pedidos.

Hoje, o mercado de logística farmacêutica da América Latina é estimado em US$ 6,5 bilhões pelo Mordor Intelligence. O Brasil responde por 80% desse total.

O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, diz que, embora a empresa ainda enfrente graves consequências do processo de privatização na gestão anterior, foi possível reduzir em 22% o prejuízo e melhorar o Ebitda sem cortar investimentos.

"A redução do prejuízo herdado ocorreu com uma economia de R$ 1,3 bilhão no decorrer de 2023", disse Santos ao Painel S.A.. "Para 2024, a gente prevê ganhos de eficiência que poderão enxugar R$ 1 bilhão em despesas. Devemos otimizar nossa malha de transportes, entre outras ações saneadoras."

A diretoria-executiva dos Correios já aprovou um Programa de Desligamento Voluntário em conjunto com o concurso público nacional. A medida será submetida ao conselho de administração nesta semana.

A expectativa dos Correios é conseguir uma redução de mais de R$ 300 milhões por ano na folha de pagamento.

Com Diego Felix

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