O PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontam atuação "política" do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mas não viram problemas em agendas ligadas à esquerda do diretor de Política Monetária da instituição, Gabriel Galípolo, no ano passado.
Ele foi indicado para o BC pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) e é o favorito para presidir a entidade a partir de 2025, após o fim do mandato de Campos Neto. Nesta quarta (19), votou pela manutenção da taixa Selic em 10,50%, com toda a diretoria da instituição.
Em 15 de setembro do ano passado, Galípolo esteve no galpão do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), no bairro da Barra Funda, em São Paulo, para uma homenagem ao jurista Celso Antonio Bandeira de Mello, que recebeu uma medalha comemorativa da AGU (Advocacia Geral da União).
O evento teve a presença de dirigentes do movimento, sindicalistas e intelectuais ligados à esquerda. O próprio Haddad compareceu.
Já em 12 de maio do ano passado, Galípolo visitou a feira anual do MST no parque da Água Branca, também na capital paulista.
Na ocasião, ele já havia sido indicado para o BC por Haddad, mas sua nomeação ainda não havia sido confirmada pelo Senado, o que ocorreu em julho daquele ano. Galípolo ocupava o cargo de secretário-executivo da Fazenda.
Nesta quarta-feira (19), o PT entrou com ação popular na Justiça pedindo que Campos Neja seja impedido de fazer "pronunciamentos de natureza político-partidárias".
Na véspera, Lula havia criticado duramente o presidente do BC por ter sido homenageado em jantar pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), além de ter recebido uma homenagem na Assembleia Legislativa por um deputado bolsonarista.
Procurado, o Banco Central não quis se manifestar.
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