A interpretação de auxiliares de Bolsonaro sobre a mensagem lida nesta quarta (24) por Arthur Lira (PP-AL) foi de que o presidente da Câmara reproduziu o que empresários lhe sinalizaram em jantar no início desta semana: se Ernesto Araújo (Itamaraty) e Ricardo Salles (Meio Ambiente) permanecerem ministros, será impossível continuar apoiando o governo.
A leitura é a de que Lira entendeu da conversa com os maiores empresários do país na segunda-feira (22) que Bolsonaro não terá apoio nenhum nem chance de se reeleger se mantiver o perfil ideológico em alguns setores, especialmente nas relações exteriores.
Auxiliares do presidente da República afirmam ter entendido que a mensagem de Lira foi “ou eu ou Ernesto Araújo”.
O presidente da Câmara falou no risco de uma "espiral de erros de avaliação", disse que não estava “fulanizando” e que se dirigia a todos os que conduzem órgãos diretamente envolvidos no combate à pandemia. “O Executivo federal, os Executivos estaduais e os milhares de Executivos municipais também”, afirmou.
Apesar de dizer não ser justo colocar toda a culpa em Bolsonaro, ele cobrou correção de rota e falou em tom de ultimato.
"Estou apertando hoje um sinal amarelo para quem quiser enxergar", disse, afirmando que o caos na saúde gerado pela crise de Covid-19 precisa ser um fator de conscientização das autoridades envolvidas no sentido de "que o momento é grave” e que “tudo tem limite”.
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