A definição do nome do vereador Ricardo Nunes (MDB) como vice na chapa de Bruno Covas (PSDB), que busca a reeleição ao cargo de prefeito de SP, envolve, na expectativa dos tucanos, uma articulação ampla que tem a disputa pela Presidência da República no horizonte. Uma vitória da dupla consolidaria uma aliança que poderá fortalecer a candidatura de João Doria (PSDB) em 2022. O governador almoçou com Covas nesta sexta (11), quando definiram a escolha de Nunes.
Pouco depois, Doria recebeu o deputado Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, para celebrarem a união. Rossi deverá ser candidato à presidência da Câmara em 2021 e o apoio do PSDB também é considerado importante. Segundo relatos, o ex-presidente Michel Temer trocou telefonemas com o governador paulista.
Na visão de aliados de Doria, construir relação com o MDB desde já ajuda a ganhar vantagem sobre eventuais concorrentes ao posto de alternativa a Jair Bolsonaro, como Luciano Huck (que já foi sondado por membros do MDB). Além disso, reduz chances de ser alvo de membros da sigla, como Paulo Skaf.
Entre emedebistas, a chapa Covas-Nunes foi vista como um feito de Baleia Rossi (a primeira entre PSDB e MDB na história da cidade, destacou o tucano), mas ponderam que 2022 está muito longe ainda. E que Doria, hoje, patina nas intenções de voto.
Além do MDB, Covas terá o apoio do DEM. Membros do diretório nacional veem a escolha de Nunes como um movimento exclusivamente de Doria olhando 2022. E dizem que a sigla topou ingressar na aliança por razões da política local —o caminho fica aberto para Milton Leite (DEM) angariar votos na zona sul, região em que disputava eleitores com Nunes.
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